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Política de elegibilidade para atletas transgêneros é divulgada pelo CBV

Normas anteriormente pautadas no Comitê Olímpico Internacional ficarão a cargo das Federações Internacionais e diretrizes passam a valer em 12 meses

01/11/2022 13:23 / atualizado em 01/11/2022 18:53
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Diretrizes foram atualizadas de acordo com o Conselho de Saúde
foto: NELSON ALMEIDA /AFP/JC

Diretrizes foram atualizadas de acordo com o Conselho de Saúde

 

A  Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) publicou a nova política adotada para que atletas transgêneros possam disputar as competições nacionais de vôlei. Embora as diretrizes só passem a valer dentro de 12 meses, para que haja a adaptação necessária, a CBV deu ênfase à inclusão.



Anteriormente as regras haviam sido postas pelo Comitê Olímpico Internacional, que decidiu conceder essa tarefa às Federações Internacionais no fim de 2021. A Federação Internacional de Vôlei, por sua vez, passou a missão para cada entidade nacional.

Considerando as características do esporte, a CBV definiu as novas normas junto ao Conselho de Saúde. "Queremos reforçar a inclusão, a equidade, o diálogo e o conhecimento em prol de um ambiente saudável para o desenvolvimento do voleibol. A criação desta política pelo Conselho de Saúde do Voleibol segue esse caminho", disse Adriana Behar, CEO da Confederação Brasileira de Voleibol.

Seguindo recomendações médicas da Federação Internacional de Medicina do Esporte (FIMS), o médico João Olyntho, presidente do Conselho de Saúde do Voleibol, explicou detalhes do processo.  

"É necessário demonstrar que seu nível total de testosterona no soro foi inferior a 5 nmol/L durante 12 meses consecutivos, permanecendo dessa forma ao longo do período de elegibilidade", disse.

Em ambas as categorias, masculina e feminina, os atletas são responsáveis por procurarem as entidades do controle antidoping devido à utilização hormonal.

Primeira atleta trans na Superliga Feminina


Tiffany, de 38 anos, foi a primeira jogadora a participar do torneio nacional, pelo time do Bauru, clube no qual ainda joga. Ela iniciou a transição de gênero em 2012, fora do país e foi autorizada em 2017 pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB) a ingressar nas competições. Desde que passou a atuar nas quadras sendo mulher, algumas polêmicas surgiram.

Em 2019 por exemplo, durante uma partida entre o Bauru e o Sesi-RJ, comandado na época por Bernardinho, o treinador brasileiro se revoltou após um ponto da atleta. "Um homem, é f*", disse ele. Após o comentário ser filmado pelas emissoras que transmitiam o jogo, Bernardinho pediu desculpa para Tiffany.


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