Sheilla tem despedida emocionante em jogo festivo e recheado de campeões

Um jogo sem vencedores e sem perdedores. Na verdade, o torcedor, que lotou a Arena Minas, foi quem mais ganhou, pois assistiu a um jogo de vôlei empolgante. Assim foi o jogo "Set Final", que marcou a despedida da ex-oposta Sheilla, que deixa a quadra para se dedicar, agora, aos bastidores do vôlei. Pode-se dizer que o jogo foi de Pequim a Londres, que aliás foram os nomes das equipes, em alusão às duas medalhas de ouro olímpicas conquistadas por Sheilla. No final, o time Pequim venceu por 2 a 1 (25/21, 22/25 e 26/24), em jogo que teve apenas três sets, e uma série de homenagens. Mas que mais se satisfez, com certeza, foram os 3.800 torcedores que compareceram à Arena Minas, pois viram um vôlei de alto nível, praticado por nada menos que os donos de 28 medalhas olímpicas.

Sheilla começou no Time Pequim, tendo a seu lado, Fofão, Carol Gattaz, Thaísa, Gabi, Fernanda Garay, Fabi, Léia, Maurício e Kisy. No Time Londres, Macris, Lorrene, Walewska, Fabiana, Pri Dairot, Reggiane, Escadinha, William e Vissotto.

E quem esteve no ginásio, assistiu a jogadas espetaculares. E pode assistir, também a um duelo especial, entre Sheilla e Gabi, as duas maiores pontuadoras do jogo, com 14 pontos cada. As duas começaram no mesmo time, mas no segundo set, trocou de lado e aí, a torcida foi ao delírio.

"Saca na Gabi", gritavam os torcedores, quando Sheilla ia para o saque. "Saca na Sheilla", era o grito quando a outra ia sacar. Mas esta não foi a única sensação do jogo. Em determinado instante, Maurício parecia ter deixado de ser um levantador, se transformando em líbero, pelas belas defesas. E isso fez com que todos se voltassem para Escadinha. "Ele quer te tomar a posição", gritavam Fofão e Vissotto, em tom de brincadeira.

 

 

E foi só o jogo terminar, para a emoção tomar conta da quadra. Sheilla estava amocionada. "Gratidão, é tudo o que posso dizer agora. Feliz demais. Lembrando dos tempos em que comecei e só tinha de atravessar a rua, pois moro em frente. É emocionante."

Fiofão chorava num canto, consolada por Escadinha e Maurício. "Embora seja uma festa, é um momento triste pra mim, pois é mais um ídolo que deixa as quadras. Mas fica o legado."

O técnico José Roberto Guimarães diz que Sheilla é um exemplo e que deixa um legado. E faz uma revelação. "De todas as jogadoras que treinei, na Seleção, em 15 anos,talvez ela seja a mais aplicada, a maior incentivadora. Ele é, sem dúvida alguma, um grande exemplo.