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Set final: Arena Minas, em BH, recebe jogo de despedida de Sheilla

Arena Minas sedia jogo 'Set Final', que marcará despedida oficial da oposta Sheilla Castro, de 39 anos, uma das maiores atletas da história do esporte nacional

18/08/2022 17:35 / atualizado em 18/08/2022 18:03
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Arena Minas sedia jogo 'Set Final', que marcará despedida oficial da oposta Sheilla Castro, de 39 anos, uma das maiores atletas da história do esporte nacional
foto: Divulgação/Minas Tênis Clube

Arena Minas sedia jogo 'Set Final', que marcará despedida oficial da oposta Sheilla Castro, de 39 anos, uma das maiores atletas da história do esporte nacional

 
A sexta-feira (19/8) será marcada por uma grande festa do vôlei. A partir de 19h30, na Arena Minas, em Belo Horizonte, será disputado o jogo "Set Final", que marcará a despedida oficial da oposta Sheilla Castro, de 39 anos, uma das maiores medalhistas da história do esporte no Brasil. Na carreira, pela Seleção Brasileira e por clubes, ela conquistou 29 medalhas, sendo 16 ouros, 11 pratas e dois bronzes.

Sheilla tem despedida oficial nesta sexta-feira (19/8)



A ex-jogador, hoje auxiliar-técnica do Minas, conta que vive a ansiedade por esse momento. Ela é dona de duas medalhas olímpicas de ouro pela Seleção Brasil, em Pequim'2008 e Londres'2012. Os ingressos estão esgotados há uma semana. Os 3.800 lugares foram vendidos em menos de uma hora.

O jogo reunirá uma série de medalhistas olímpicos, homens e mulheres, todos amigos e importantes na carreira da jogadora. Serão duas equipes: o Time Londres e o Time Pequim, em alusão às medalhas olímpicas conquistadas.
 
Em quadra estarão Maurício, Fofão, William, Carol Albuquerque, Macris, Gabi, Natália, Fernanda Garay, Leandro Vissotto, Thaísa, Fabiana, Fabi, Waleska, Escadinha, todos medalhistas, além de Pri Dairot, Reggiane, Helena, Lorrene, Kisy, Juciely, Leia. Os técnicos, cinco: José Roberto Guimarães, Paulo Coco, Zezinho, Fábio e Robertinha.
 
"Todos são amigos e ajudaram na minha carreira. Tinha de estar com eles nesse dia." Sheilla conta que nunca havia pensado em despedida. "Não tinha essa expectativa. Quando a gente está jogando, só pensa nisso."

A história de Sheilla com o vôlei se iniciou graças à avó, dona Terezinha, que a criou e sempre foi sua maior incentivadora. "O tempo todo, desde que comecei a jogar no colégio, o Izabela Hendrix. Considero que foi lá que tudo começou, embora tenha feito escolinha no Minas."

Ela diz não se lembrar bem como foi o início da paixão pelo vôlei, mas se recorda das aulas de educação física, no Colégio Izabela Hendrix  "Eu era alta. E por causa disso, o nosso professor, Olyntho Nunes de Avelar Júnior, me levou para o Mackenzie. Na verdade, foi onde tudo começou."

Mackenzie


No Mackenzie, Sheilla chegou à Seleção Mineira juvenil, mesmo sendo, ainda, infanto-juvenil. Em 2000, fui convocada pela primeira vez para a Seleção Brasileira de base e sagrou-se campeã sul-americana.

Minas


Em 2000, transferiu-se para o Minas. E logo estava na equipe adulta, embora tivesse ainda 17 anos. Foi abraçada por Fofão, segundo conta. As duas se tornaram grandes amigas.

Fotos históricas de Sheilla no Minas Tênis Clube



Em 2004, depois de ter sido campeã da Superliga pelo Minas, em 2002, ela se transferiu para o vôlei italiano. Foi jogar no Pesaro. "Era tudo muito diferente. Aqui, morava com minha avó. Fora do país, tive de aprender a viver sozinha. Minha cabeça rodou, mas sempre gostei de desafios e esse era mais um. Estranhei, porque a maneira de jogar, no Brasil, nessa época, era a velocidade. Lá, o vôlei era diferente. A bola não era rápida. Os passes eram altos. Mas me adaptei e aos poucos, eu pedia bolas rápidas, o Pesaro foi mudando sua maneira de jogar. Aderiram à velocidade."

A volta ao Brasil aconteceu em 2008, quando foi jogar no São Caetano. "Olha, voltar ao Brasil foi muito difícil. Queria continuar na Itália. Tenho um carinho muito especial pelo Pesaro, pela cidade. Mas retornando, mesmo tendo ido jogar no São Caetano, estava perto de casa, da minha avó." Depois, jogou no Rio de Janeiro, duas temporadas, a partir d 2014, Vakifbank, da Turquia, outras duas temporadas e em 2019, voltou ao Minas, onde hoje é auxiliar técnica.
 

Os Jogos Olímpicos

 
Sheilla vive um tempo de recordar e diz que a medalha olímpica sempre foi um sonho. "Ganhamos Pequim, em 2008 e tatuei os símbolos olímpicos no meu corpo. Ali foi um momento muito marcante. Aí, fomos para Londres. Não estávamos bem na primeira fase, mas começamos a dar a volta por cima. Só que para classificarmos, precisávamos que os EUA vencessem a Turquia. Jogaríamos o jogo seguinte, contra a Sérvia. No caminho, da Vila Olímpica para o ginásio, resolvi olhar no celular. As redes sociais estavam começando. E o primeiro set estava apertado. A Turquia na frente. Mas aí, resolvi desligar. Só quando chegamos ao ginásio é que soubemos que as norte-americanas tinham vencido por 27 a 25. E ganharam o jogo por 3 a 0. Aí, só dependia da gente ganhar da Sérvia. Fizemos 3 a 0. A partir daí, eu tinha certeza de que ganharíamos o ouro. Que foi o que aconteceu", relembrou
 
Hoje, Sheilla está estudando. Faz administração esportiva. Por isso está em Saquarema-RJ. Ela garante que não passa por sua cabeça ser treinadora. "Isso não quero. Mas hoje quero muito continuar ligada ao esporte. E também poder estar próximo de minhas filhinhas, Liz e Ninna, que são gêmeas. E também estou na comissão técnica do Minas."
 
Emoção à flor da pela na despedida oficial. "Estou muito feliz. Sinceramente, não sei o que vai acontecer quando entrar em quadra, se vou chorar ou não. Não consigo imaginar o que vai acontecer, mas sei que será emocionante. Os ingressos se esgotaram em poucas horas, num único dia. Não sei quem será o meu time. Mas se puder, quero jogar nos dois. Estarei com meus amigos, aqueles que fizeram parte de minha vida, dentro e fora da quadra".

"Essa foi uma semana diferente, pois fiquei recordando tudo o que me aconteceu, o tempo todo. Digo que é uma semana de retrospectiva e acho que assim será a sexta-feira, quando estivermos todos juntos. Será emoção pura, assim que nos encontrarmos. E vou estar, também com quem não joguei, mas admiro. E muito disso agradeço à Keila Monadjeme, diretora de vôlei do Minas. Ela sonhava mais que eu."
 

As conquistas de Sheilla

Seleção Brasileira

  • Bicampeã olímpica (Pequim'2008 e Londres 2012)
  • Duas pratas (Japão'2006 e Japão'2010) e um bronze (Itália'2014)
  • Uma prata na Copa do Mundo (Japão'2007)
  • Sete ouros na Liga Mundial (Sendai'2005, Regio Calabria'2006, Yokohama'2008, Tóquio'2009, Sapporo'2013, Tóquio'2014 e Bagkok'2016); três pratas (Ningbo'2010, Macau'2011 e Ningbo,2012)
  • Uma prata na Liga das nações (Rimini'2021)
  • Doi ouros na Copa dos Campeões (Japão'2005 e Japão'2013) e uma prata (Japão'2009)
  • Ouro nos Jogos Pan-Americanos (Guadalajara'2011) e prata (Rio'2007)

Minas

 
  • Campeã da Superliga'2002
  • Campeã Sul-Americana, em 2020
 

Pesaro-ITA

  • Campeã Italiana, em 2008
  • Bicampeã da Copa Europeia, em Turim'2006 e Belgrado'2008
 

Rio de Janeiro

  • Campeã Sul-Americana, em 2012
  • Campeã mundial, em 2012
 

Osasco

  • Vice-campeã Sul-Americana, em 2014
  • Vice-campeã mundial, em 2014

Vakifbank-TUR

  • Campeã da Liga Europa, em 2016
  • Vice-campeã da Liga Europa, em 2015

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