Nas redes sociais, Maurício tem postado conteúdos que incentivam preconceitos. Recentemente, criticou a DC Comics, produtora dos quadrinhos do Super Homem, que afirmou que o filho do herói é bissexual. Ferrenho defensor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o jogador chegou a gravar um vídeo defendendo suas posições.
Maurício chegou ao time minas-tenista em agosto, após o quarto lugar com a Seleção Brasileira na Olimpíada. Segundo a Independente, mesmo ante o histórico de posicionamentos discriminatórios, a torcida resolveu começar a temporada dando apoio ao atleta. Os novos posts nas redes sociais, contudo, alteraram o cenário. Por isso, a organizada afirma que não pode "se calar".
"Homofobia é crime inafiançável no Brasil, passível de cadeia. No ano passado, 224 LGBTs foram assassinados no país, um dos mais violentos do mundo. É inaceitável que tenhamos que ver, calados, atos criminosos serem cometidos por um jogador que veste a nossa camisa como se fossem normais", protestou o grupo, em trecho de comunicado sobre o assunto.
A decisão, segundo a organizada, não vai afetar o alento fornecido ao time azul e branco. "O que homofóbicos querem é palco para reverberar seus preconceitos, e não será por meio de nós que isso ocorrerá. Quando um torcedor é discriminado, para nós, é como se todos fossem", lê-se em outra parte da nota de repúdio.
Procurado pelo
Superesportes
, o Minas disse, por meio de sua equipe de comunicação, que avalia o caso internamente para se posicionar. A reportagem perguntou sobre possíveis formas de entrar em contato com Maurício, mas o estafe do clube afirmou que o jogador não possui assessores próprios. Nas redes dele, não há qualquer menção à indignação dos torcedores.
Negro e gay, companheiro de Maurício no Minas expôs luta diária
No Minas, Maurício é companheiro do líbero Maique, assumidamente LGTBQIA. Neste mês, o jogador falou sobre as dificuldades enfrentadas.
"As minhas opções com certeza fizeram e fazem do meu caminho muito mais árduo. Por ser homossexual e negro, tive que me dedicar mais, mostrar mais trabalho para que eu pudesse ser respeitado, para que eu conquistasse o meu espaço. A gente acha que por ser negro e homossexual tem que fazer mais do que, teoricamente, um heterossexual, porque somos minoria. A gente acaba se entregando mais para ter esse destaque e as pessoas te olharem com respeito", disse, em entrevista ao "
UOL Esporte
".