Capitã da Seleção Brasileira, Natália também não conseguiu brilhar com a equipe no Mundial, realizado em outubro e no qual o time nacional ficou em uma modesta sétima posição, adiando novamente o sonho de conquistar o inédito título. Os problemas físicos no grupo foram a trava que deixaram o Brasil menos competitivo do que de costume. "Tivemos muitos problemas de contusões e o time não conseguiu treinar completo em momento algum durante a temporada e isso atrapalhou", comentou.
As decepções passaram e agora Natália inicia a sua caminhada pelo Minas no seu retorno ao vôlei brasileiro. Conquistou em novembro o Campeonato Mineiro e deixou o País invicta na Superliga, com quatro vitórias, para um desafio maior: a participação no Mundial de Clubes, na China, a partir da madrugada desta terça-feira (de Brasília).
O recomeço de Natália é bom, não só pelos resultados coletivos, mas pelo desempenho individual. Afinal, até a conclusão da quinta rodada da Superliga, era a quinta melhor sacadora.
O Minas de Natália vai participar do Mundial por ter vencido o Sul-Americano na temporada passada, derrotando o Sesc-RJ na final. O outro representante do País é o Dentil/Praia Clube, de Uberlândia (MG), convidado da organização, mas que chega como campeão da Superliga, também tendo derrotado o time carioca, interrompendo uma hegemonia que envolvia os time do Rio de Janeiro e de Osasco.
"Essa mudança é bacana, mostra que o vôlei brasileiro está crescendo, com as equipes se reforçando. É bom até para o patrocinador ver o esporte com outros olhos, investir em diferentes times. Vai ser uma das melhores temporadas em questão de equilíbrio", previu Natália.
Na China, os desafios são bem mais complicados. E os turcos Eczacibasi Vitra e Vakifbank são os favoritos ao título, tendo sido campeões nas três últimas edições do Mundial e em quatro das cinco anteriores. Natália os conhece bem, pois foi rival de ambos nas duas temporadas em que ficou no Fenerbahçe. E vê as estrangeiras como diferencial desses times. "A gente sabe que vai ser muito difícil. O Vakifbank, principalmente, e o Eczacibasi são os favoritos, mas tudo pode acontecer", disse.
A chinesa Ting Zhu e a sérvia Milena Rasic são alguns dos destaques do Vakifbank, enquanto que o Eczacibasi, dirigido pelo brasileiro Marco Aurélio Motta, conta com a sérvia Boskovic e a norte-americana Jordan Larson. "O vôlei na Turquia vem crescendo muito nos últimos anos. E o principal motivo é pelas estrangeiras que jogam lá. A própria seleção da Turquia vem crescendo também com o decorrer dos anos. Cada time tem pelo menos umas três ou quatro estrangeiras, do mais forte ao mais fraco.
No Grupo A da competição, o Minas estreia às 4 horas desta terça contra o francês Volero Le Cannet. Depois, na quarta, terá pela frente o chinês Zhejiang. E o seu último rival na fase de grupos será o Vakifbank, na sexta. Na outra chave, a B, e nas mesmas datas, o Praia Clube enfrentará o tailandês Supreme Chonburi, o casaque Altay e o Eczacibasi.
O Minas, além de Natália, também se reforçou para a temporada com Gabi, sua companheira na seleção, e Bruna Honório. Mas também perdeu Rosamaria, hoje no Praia Clube, Pri Daroit e as norte-americanas Sonja e Hooker, deixando o elenco sem nenhuma estrangeira.
O cenário faz Natália sonhar com uma medalha no Mundial de Clubes. Mas e se der para ir mais longe? "Vamos tentar fazer o melhor para ganhar uma medalha e quem sabe o título. A gente tem que sonhar grande e acreditar que é possível", concluiu, feliz com o novo momento da sua carreira..