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COPA AMÉRICA

Brasil x Argentina: final da Copa América reúne íntimos do futebol mineiro

Jogadores, técnico e médico que estarão na decisão do torneio neste sabado, no Maracanã, tiveram passagens de peso por Atlético, Cruzeiro e América

Thiago Madureira
Rodrigo Lasmar e Tite: depois do Galo, reencontro na comissão técnica da Seleção Brasileira - Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Na final da Copa América entre Brasil e Argentina, disputada neste sábado, às 21h, no Maracanã, estarão em campo uma lista de jogadores e profissionais que são ligados ao futebol mineiro. Ao todo, cinco atletas do selecionado verde-amarelo e um 'hermano' já passaram e deixaram seus nomes registrados no esporte do estado. Fora de campo, o técnico Tite e o médico Rodrigo Lasmar têm história no Atlético. A decisão do torneio da Conmebol terá transmissão do SBT/Alterosa para todo o país pela TV aberta.


Finalistas da Copa América com ligações com Atlético e Cruzeiro

Neymar marcou três gols e teve atuação de gala contra o Cruzeiro em 2012 - Rodrigo Clemente / EM DA PRESS
Gabriel Jesus fez dois gols e deu uma assistência contra o Cruzeiro em 2015 - Reprodução
Vinícius Jr estreou contra o Galo em 2017. No ano seguinte, serviu Everton Ribeiro que fez o gol da vitória do Flamengo. Ele já marcou contra o Cruzeiro - Pedro Martisn / MoWa Press
Armani fechou o gol contra o Cruzeiro na Libertadores de 2019 - Ramon Lisboa/EM/D. A Press
Everton Ribeiro foi um dos grandes nome do Cruzeiro no bicampeonato brasileiro de 2013 e 2014 - Alexandre Guzanshe / EM DA PRESS
Richarlison foi formado nas categorias de base do América - Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Otamendi vestiu a camisa do Galo em 19 jogos (sete vitórias, nove empates e três derrotas) - Divulgação
Mineiro de Belo Horizonte, Fred foi revelado nas categorias de base do Atlético, em 2003 - AFP
Emerson foi vendido pelo Galo ao Barcelona por cerca de R$ 50 milhões - Alexandre Guzanshe / EM DA PRESS
Lautaro Martínez marcou três gols sobre o Cruzeiro na Libertadores de 2018 - AFP
Tite foi treinador do Galo em 2005, o seu pior trabalho na carreira - Paulo Filgueiras / EM DA PRESS
Médico da Seleção, Rodrigo Lasmar é o chefe do departamento médico do Atlético desde 2001 - Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético
Titular da lateral direita da Seleção, Danilo nasceu em Bicas-MG e jogou no América - Jorge Gontijo/EM/D. A. Press

Responsável por armar a Seleção Brasileira, o técnico Adenor Leonardo Bacchi, o Tite, foi treinador do Galo em 2005, o seu pior trabalho na carreira. O gaúcho ficou à frente do clube por 17 rodadas do Campeonato Brasileiro: perdeu 10 jogos, empatou quatro e venceu apenas três. Ele deixou o Atlético na penúltima posição do torneio nacional, com 13 pontos, a cinco do Vasco, então primeiro fora da zona de rebaixamento. O Galo não se recuperou e acabou rebaixado naquele ano. No total, foram 21 partidas, com nove derrotas, sete empates e cinco vitórias.

Quando voltou a Belo Horizonte em 2016, já no comando da Seleção Brasileira, Tite reconheceu sentimento de dívida com o Atlético. "Tenho respeito grande pelo Atlético e me sinto em dívida por não ter tido um melhor trabalho aqui", disse. "Eu gostaria de retornar para pagar essa dívida", acrescentou o treinador.

Tite vive bom momento na Seleção. Apesar de não praticar um futebol vistoso, o time brasileiro não perde há 11 jogos. A última derrota foi justamente para a Argentina (0 x 1), em novembro de 2019, em amistoso em Riad, na Arábia Saudita.



Companheiro de Tite na Seleção Brasileira, Rodrigo Lasmar é o chefe do departamento médico do Atlético desde 2001. Filho de Neylor Lasmar, médico do Galo em décadas passadas, seguiu o pai na profissão, especializando-se em ortopedia. Já estava na Seleção em 2002, quando o Brasil foi campeão do Mundo na Coreia do Sul e no Japão.

Danilo e Richarlison treinam na Seleção: revelações do América ganharam o mundo - Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Titular da lateral direita da Seleção Brasileira, Danilo nasceu em Bicas, na Zona da Mata mineira. Ele começou na base do Tupynambás, em 2004. Destaque em Juiz de Fora, foi observado pelo América, que o recrutou. Entre base e profissional, ficou no Coelho de 2007 a 2010, quando se transferiu para o Santos. Danilo se destacou no Coelho na campanha do título da Série C do Campeonato Brasileiro, em 2009. 

Com passagens por Porto-POR, Real Madrid-ESP e Manchester City-ING, o jogador da Juventus-ITA já demostrou que ainda segue ligado ao alviverde mineiro. No ano passado, ele celebrou o retorno do clube americano à elite do futebol brasileiro. "Não poderia deixar de celebrar o acesso do América pra Série A do Brasileirão, com um trabalho incrível de Lisca, diretoria e atletas".


DEFENSOR


No banco de reservas de Danilo está Emerson, ex-Atlético e hoje no Barcelona. O defensor foi contratado pelo clube alvinegro em 2018. O Galo pagou à Ponte Preta cerca de R$ 5 milhões, mais o empréstimo do lateral-esquerdo Danilo Barcelos. Participou de 23 jogos com a camisa alvinegra, com dez derrotas, oito vitórias e cinco empates. Em janeiro de 2019, Emerson foi vendido pelo Atlético ao Barça por aproximadamente R$ 50 milhões (o clube mineiro ficou com R$ 32 milhões), em um contrato válido até 2024.

Outro com passagem pela Cidade do Galo é o volante Fred. Mineiro de Belo Horizonte, o meio-campista foi revelado nas categorias de base do Atlético, em 2003. Ele ficou no Galo em 2009, quando o empresário Roberto de Assis Moreira, irmão de Ronaldinho Gaúcho, tirou a promessa atleticana e a levou para Porto Alegre, onde atuou no Internacional. Fred é titular do meio-campo do time de Tite.

INTIMIDADE COM PALCO


Quem conhece bem o outro lado da maior rivalidade mineira é o meia Everton Ribeiro. Hoje no Flamengo, o armador foi um dos grandes nome do Cruzeiro no bicampeonato brasileiro de 2013 e 2014. Ele participou de 117 jogos com a camisa celeste, com 78 vitórias, 20 empates e 19 derrotas. Ao todo, marcou 24 gols. Quando estava no clube celeste, foi convocado por Dunga para a Seleção Brasileira, em 2004. Em janeiro de 2015, o Cruzeiro acertou sua venda para o Al Ahli, do Emirados Árabes Unidos, por 9 milhões de euros (R$ 25 milhões) pelos 60% dos diretos do jogador. Hoje, Everton Ribeiro é reserva da Seleção.


Everton Ribeiro foi destaque no Cruzeiro entre 2013 e 2015 e já se acostumou ao Maracanã - Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Um dos responsáveis por comandar o ataque da Seleção Brasileira é o capixaba Richarlison, formado nas categorias de base do América. Ele foi revelado pelo Coelho em 2015. Ficou cerca de seis meses no profissional e foi vendido ao Fluminense. Apesar do pouco tempo no time alviverde (dois anos), ele relembrou com carinho de um profissional da equipe ao falar da decisão contra a Argentina.

"O Maracanã é um estádio muito especial para mim. Lembro até hoje que o meu treinador na base do América, Celinho, me avisou que quando eu fizesse um gol no Maracanã, aí, sim que eu iria me tornar um jogador profissional. Quando eu fiz meu primeiro gol de pênalti, (pelo Fluminense) contra o Vitória, a primeira lembrança que veio foi dele. É um estádio muito especial para mim e para todo mundo. Lá fora é um estádio muito conhecido também. Qualquer jogador do mundo quer jogar no Maracanã", destacou o jogador.

EX-ALVINEGRO DO OUTRO LADO


No elenco da Seleção Argentina, o zagueiro Nicolás Otamendi conhece bem o futebol mineiro. A chegada dele ao Galo é curiosa. Ele foi comprado pelo Valencia-ESP junto ao Porto em fevereiro de 2014 por 12 milhões de euros. Contudo, a janela europeia já estava fechada, e o defensor foi emprestado ao clube alvinegro por seis meses até a reabertura para que pudesse ser inscrito. Mesmo em pouco tempo no estado, ele criou grande identificação com a torcida. Em 19 jogos (sete vitórias, nove empates e três derrotas), marcou um gol. Hoje, o defensor do Benfica é um dos líderes do elenco argentino, embora muitas vezes fique no banco de reservas.