Uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) protocolou, na tarde desta sexta-feira (4), uma denúncia por assédio sexual e moral contra Rogério Caboclo, presidente da instituição. A informação foi antecipada pelo grupo Globo.
A acusação foi protocolada na Comissão de Ética da CBF e a Diretoria de Governança e Conformidade. De acordo com a autora da denúncia, os abusos ocorriam desde abril do ano passado. No documento, ela afirma ter provas dos fatos narrados e solicita que o mandatário seja investigado e punido com o afastamento da instituição e também pela Justiça Estadual.
Entre os fatos narrados, estão constrangimentos sofridos pela vítima em viagens e reuniões com o presidente e outros membros da CBF. Segundo a denúncia, após sucessivos abusos, o dirigente perguntou se a funcionária ‘se masturbava’. Ainda de acordo com o documento, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de ‘cadela’.
A vítima também alega que teve sua vida pessoal exposta pelo presidente da instituição, que criava narrativas falsas sobre supostos relacionamentos que teria tido no âmbito da Confederação Brasileira de Futebol. A denúncia menciona que os abusos eram de conhecimento de outros diretores.
“Tenho passado por um momento muito difícil nos últimos dias. Inclusive com tratamento médico. De fato, hoje apresentei uma denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, para que medidas administrativas sejam tomadas”, disse a funcionária ao GloboEsporte.
Ainda de acordo com a denúncia, o presidente estava sob efeito de álcool nos momentos de abuso. A vítima alega que Caboclo solicitava que ela escondesse bebidas em locais previamente combinados.
Crise na CBF
Desde maio, segundo portais da imprensa, Rogério Caboclo enfrentava conflitos internos que poderiam minar seu mandato. A reportagem da Globo apurou que funcionários da CBF já tinham ciência da situação, quando a funcionária pediu afastamento por motivos de saúde.
Considerada como uma pessoa discreta, a vítima está na CBF desde 2012. É uma pessoa querida por membros da entidade. A situação gerou clima de desconfiança entre a comissão técnica da Seleção Brasileira, liderada por Tite, e o presidente Caboclo.
Nesta semana, após o anúncio da realização da Copa América no Brasil, os ânimos ficaram ainda mais exaltados. Lideranças da Seleção se posicionaram contra a ocorrência do torneio e questionaram a possibilidade de não realização da competição.