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SELEÇÃO BRASILEIRA

Brasil vence Jogo da Amizade contra Colômbia e lidera o ranking da Fifa

Com gol de Dudu, no segundo tempo, Seleção faz 1 a 0 no Engenhão

Gazeta Press
Dudu é saudado por Diego Souza, Fagner e Lucas Lima depois de balançar as redes no Engenhão - Foto: Vanderlei Almeida/AFPO Estádio Nilton Santos viveu uma noite especial nesta quarta-feira. Brasil e Colômbia mais uma vez se uniram pelas famílias que perderam parentes e sofreram com a queda do avião LaMia em 29 de novembro na região de Antióquia, na Colômbia. O Jogo da Amizade lembrou não só dos que se foram, como dos sobreviventes ao trágico acidente e serviu para arrecadar toda a receita possível, seja com bilheteria ou patrocinadores, para que a Chapecoense possa indenizar a tantos familiares que ficaram desamparados.
Apesar do clima amistoso, a Seleção Brasileira não interrompeu sua boa fase e venceu a partida por 1 a 0 graças a gol de Dudu. O placar era o que menos interessava no Rio de Janeiro, mas, quer queira quer não, teve reflexos importantes. Com a vitória, o Brasil retomou a posição de líder do ranking da Fifa ao desbancar a Argentina e acabar com um jejum que perdurava desde maio de 2010.

Além disso, Tite segue sua caminhada surpreendente à frente da Seleção pentacampeã. O ex-técnico do Corinthians alcançou sua sétima vitória seguida. Vale lembrar que o Brasil é líder das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, com 27 pontos. Os colombianos ocupam a sexta posição, com 18 pontos, um a menos que a Argentina, que hoje iria à repescagem.

A próxima convocação de Tite será realizada no início de março e não terá nenhuma restrição. A Seleção volta a disputar as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 em 23 de março, contra o Uruguai, em Montevidéu, e em 28 de março, diante do Paraguai, em São Paulo.



Emoção


Apesar das seleções de Brasil e Colômbia entrarem em campo nesta quarta, os protagonistas do Jogo da Amizade não vestiram uniformes e nem calçaram chuteiras. Em um cenário todo especial, com efeitos especiais de luz, Jackson Follmann, Neto, Alan Ruschel e Rafael Henzel foram saudados pelos torcedores presentes no estádio do Botafogo e causaram uma comoção generalizada. Após o hino da Chapecoense dar o tom, os sobreviventes brasileiros do trágico acidente aéreo envolvendo a delegação catarinense foram homenageados com placas e receberam flores das mãos dos jogadores brasileiros.

Em seguida, o os hinos nacionais de Brasil e Colômbia foram entoados com todos os atletas abraçados de forma intercalada e com crianças vestidas com o uniforme da Chape à frente. Antes da bola rolar, ainda, já com apenas os jogadores no círculo central, todo o estádio foi convocado para um minuto de aplausos ao invés do silêncio.

Bola rolando


Com o apito do árbitro argentino, o Jogo da Amizade começou para valer e sem muito clima de amistoso, principalmente pelo fato dos colombianos estarem em campo com o que tinham de melhor, diferente dos donos da casa, que contavam apenas com atletas que atuam no Brasil, mas tinham a seu favor o apoio das arquibancadas.

Mesmo assim, Borja, carrasco do São Paulo na última Libertadores da América, foi o primeiro a assustar em chute defendido por Weverton. A resposta dos pentacampeões veio com Willian Arão, que perdeu grande oportunidade dentro da área. A Seleção de Tite, então, passou a dominar as ações e o gol só não saiu porque González fez bela intervenção em finalização de Lucas Lima.

Entretanto, o grande lance antes do intervalo foi mesmo dos visitantes. Uribe, famoso por ser implacável na marcação, apareceu como elemento surpresa dentro da área brasileira e só não correu para o abraço porque a trave impediu. Sorte de Weverton e do Brasil.

Antes da etapa final começar, os flamenguistas que estavam nas arquibancadas fizeram muita festa, já que José Pékerman decidiu colocar Berrío em campo. O atacante está muito próximo de se tornar o grande reforço dos rubro-negros para a temporada 2017. Jorge e Diego, dois que já defendem o Flamengo, também entraram na Seleção Brasileira. A lamentação veio pela saída de Robinho, que precisou ser sacado por causa de dores lombares e, assim, não pôde reeditar a dupla com o velho amigo.

Mas, a substituição que mais surtiu efeito foi a de Willian Arão por Rodriguinho. O meio-campista corinthiano se aproveitou de seu entrosamento com Fagner e logo no primeiro minuto a dupla do Timão fez a jogada que acabou com o gol do palmeirense Dudu, que teve puro oportunismo em rebote de Diego Souza.

Nos minutos seguintes, Tite e Pékerman se utilizaram da autorização para fazer seis substituições cada um. Com tantas trocas, o jogo caiu de rendimento, ficou mais lento e o desentrosamento de ambos os times era evidente. O clima muito distante do de uma competição também colaborou para um certo marasmo, que só era quebrado em um lance ou outro quando uma das duas seleções conseguia encaixar um contra-ataque. Assim o Jogo da Amizade caminhou até o apito final. Para o Brasil, a vitória rendeu a liderança do ranking da Fifa, mas, para a vida ficou a lição de humanidade deixada pelos dois países por meio do futebol.

Sobreviventes do acidente aéreo, Follmann, Alan Ruschel e Neto foram homenageados no gramado - Foto: Vanderlei Almeida

BRASIL 1 x 0 COLÔMBIA


BRASIL

Weverton; Fagner, Geromel, Rodrigo Caio e Fábio Santos (Jorge); Wallace, Willian Arão (Rodriguinho) e Lucas Lima (Gustavo Scarpa); Robinho (Diego), Dudu (Camilo) e Diego Souza (Luan)
Técnico: Tite

COLÔMBIA

David González; Bocanegra, Felipe Aguilar, Tesillo e Farid Díaz (Balanta); Uribe, Abel Aguilar (Cuéllar) e Macnelly Torres (Santiago Montoya); Teo Gutiérrez (Berrío), Copete (Hernández) e Borja (Rangel)
Técnico: José Pékerman

Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 25 de janeiro de 2017, quarta-feira
Árbitro: Jorge Ignacio Baliño (ARG)
Assistentes: Lucas Andres Germanotta e Gabriel Alfredo Chade (Ambos da Argentina)
Cartões amarelos: BRASIL: Geromel, Lucas Lima, Rodrigo Caio. COLÔMBIA: Abel Aguilar
Renda: R$ 1.219.675,00
Público: 18.695 pagantes
GOL: Dudu, 1min do 2ºT