Principal atração do UFC 270, em Anaheim, na Califórnia, o camaronês Francis Ngannou venceu o francês Ciryl Gane por decisão unânime dos juízes, no main event, e manteve o cinturão dos pesos-pesados (120kg). Além de seguir como campeão, o africano recebeu o maior salário do evento: US$ 600 mil, o equivalente a R$ 3,2 milhões.
Nascido no vilarejo de Batié, em Camarões, Ngannou teve trajetória bem longe da fama e riqueza que convive desde que chegou ao UFC. Quando criança, ele passou por situação de muita pobreza e foi obrigado a começar a trabalhar em minas de areia, aos 12 anos de idade. Fã de Mike Tyson, o africano sonhava em ser profissional no boxe, começou a treinar na modalidade e tentou a sorte em Paris, na França, onde foi até morador de rua.
No UFC desde 2015, ele teve ascensão meterórica e conquistou o cinturão ao bater o então campeão, Stipe Miocic, em março de 2021, em revanche. O camaronês defendeu o título contra Cyril Gane e surpreendeu a todos em Anaheim, já que mostrou um estilo diferente de luta, apostando na estratégia de partir para as quedas, no chão.
Aos 35 anos, Ngannou, que não vive relação estremecida com o presidente do UFC, Dana White, exatamente por causa de questões financeiras - o africano passou a pedir cachê maior para participar dos eventos -, já mira uma mudança para o boxe. Uma eventual luta contra Jon Jones nos pesos-pesados do UFC, ao que parece, está longe de se transformar em realidade.
"O boxe é sempre uma opção. É algo que preciso fazer antes de temrinar minha carreira. Estou de olho em qualquer oportunidade assim, porque não tenho uma vida toda pela frente aqui, sabe? Então é melhor começar a pensar nisso", declarou o Predador, que atribuiu a boa performance aos treinos na Xtreme Couture, a mesma equipe do nigeriano Kamaru Usman, campeão do UFC na divisão dos meio-médios (77kg).
"Agora eu faço parte da xtreme couture, temos wrestling de primeira lá, temos ótimos treinadores de wrestling e jiu-jítsu, então meu jogo de chão vem evoluindo e vou chegar a outro nível. Meu técnico sempre me lembrou: 'mantenha a postura, se acalme, não o persiga, acredite em si. E conseguimos, foi uma jornada incrível e um camp de treinamento muito duro, foram dez meses muito duros", recordou.
"Agora eu faço parte da xtreme couture, temos wrestling de primeira lá, temos ótimos treinadores de wrestling e jiu-jítsu, então meu jogo de chão vem evoluindo e vou chegar a outro nível. Meu técnico sempre me lembrou: 'mantenha a postura, se acalme, não o persiga, acredite em si. E conseguimos, foi uma jornada incrível e um camp de treinamento muito duro, foram dez meses muito duros", recordou.
O sucesso no octógono não levou Ngannou a deixar de lado os conterrâneos. Em dias de luta do campeão dos pesados, milhares de camaroneses se reúnem por todo o país para acompanhar o ídolo. Por isso, ele não se esquece das origens. "Sinto muito amor por aquele povo, eles me dão muito apoio, é algo que não posso retribuir. Tem sido uma jornada incrível", enfatizou.