Amanda Nunes já conquistou tudo que podia em sua carreira no MMA. Atualmente, a brasileira é duplamente campeã do UFC, nas categorias peso-galo (até 61,2 kg) e peso-pena (até 67 kg). Mas nem sempre a vida da baiana de Pojuca foi entre cifras milionárias em prêmios e grandes eventos no mundo da luta.
Na semana em que a "Leoa" - como ficou conhecida no mundo da luta - faz sua defesa do cinturão do peso-galo, contra Julianna Peña, no UFC 269, neste sábado (11), a campeã contou que teve de deixar o Brasil muito nova porque não conseguia viver apenas do esporte e sempre dependia de outras pessoas para competir.
"Eu tive uma carreira muito boa no Brasil, mas não tinha patrocínio, era ralando mesmo. Por tudo que eu tinha feito pelo esporte, eu só ralava, não me sentia recompensada. Dependi sempre da minha família, dependia dos amigos e até dos meus mestres na época -sempre alguém estava me ajudando. As coisas clarearam quando eu cheguei nos Estados Unidos, fui competindo, conquistando o meu espaço e melhorando financeiramente a minha vida", disse.
"Quando eu consegui tudo isso, me identifiquei bastante com o país [Estados Unidos], porque eu ralo muito, treinava para caramba e queria ter algum retorno com isso. Nós colocamos um show no octógono, a gente sobe ali para trocar porrada, e queria ser bem remunerada por isso. Meu problema era esse no Brasil, não conseguia me manter e fazer nada através do esporte. Consegui viver com o que eu amo fazer, que é lutar", acrescentou.
A adversária de Amanda é Julianna Peña. A americana é a 11ª colocada no ranking peso por peso feminino do UFC e em suas últimas quatro lutas, venceu duas e perdeu duas -ou seja, não tem as credencias de uma desafiante de peso.
'FALA MUITO'
Questionada sobre a escolha de sua oponente, Amanda reconheceu que a decisão do UFC foi um ponto fora da curva por colocar uma lutadora que não figura entre as principais da categoria. Porém, ressaltou que gosta de enfrentar adversárias que sabem "apimentar" a luta.
"Olhando a categoria, é algo diferente [escolha do UFC pela Peña] porque se fosse pelo ranking do UFC, estaria contra Holly Holm ou Germaine de Randamie. A luta seria contra alguém que eu já venci. Isso faria com que não tivesse rotatividade e não seria excitante para os fãs", explicou.
"A Julianna [Peña] fala muito, né? Ela promove bem a luta e faz com que todos queiram assistir. Ela sabe apimentar o confronto, porque eu estou acostumada com oponentes mais tranquilas, e ela mudou isso. Confesso que eu estou gostando", acrescentou.
Amanda Nunes entra no octógono para defender seu cinturão e a sua sequência de 12 vitórias consecutivas no UFC. Sua última luta foi vitória contra a australiana Megan Anderson, em março deste ano.
UFC 269
Data: sábado, 11 de dezembro
Local: T-Mobile Arena, em Las Vegas (EUA)
Horário (de Brasília): a partir de 19h30 (card preliminar); 0h (card principal)
Transmissão: Canal Combate (na íntegra); SporTV3 (duas primeiras lutas do evento)
CARD PRINCIPAL
Charles do Bronx (70,3kg) x Dustin Poirier (70,1kg) - cinturão peso-leve
Amanda Nunes (61kg) x Julianna Peña (61,2kg)- cinturão peso-galo
Geoff Neal (77,3kg) x Santiago Ponzinibbio (76,9kg) - Meio-médios
Kai Kara-France (56,7kg) x Cody Garbrandt (57,2kg) - Peso-mosca
Raulian Paiva (61,5kg) x Sean O'Malley (61,5kg) - Peso-galo
CARD PRELIMINAR
Josh Emmett (66kg) x Dan Ige (66,2kg) - Peso-pena
Pedro Munhoz (61,5kg) x Dominick Cruz (61,2kg) - Peso-galo
Augusto Sakai (119,5kg) x Tai Tuivasa (119,7kg) - Peso-pesado
Jordan Wright (84,4kg) x Bruno Blindado (84,4kg) - Peso-médio
André Sergipano (84,1kg) x Eryk Anders (84,1kg) - Peso-médio
Miranda Maverick (56,7kg) x Erin Blanchfield (56,9kg) - Peso-mosca
Ryan Hall (66kg) x Darrick Minner (66,2kg) - Peso-pena
Randy Costa (61kg) x Tony Kelley (61,7kg) - Peso-galo
Gillian Robertson (56,7kg) x Priscila Pedrita (58,5kg) - Peso-mosca