Aos 44 anos, completados no último dia 2 de junho, Minotouro encerra uma carreira iniciada em 2001, quando ele estreou no MMA profissional, oriundo do boxe amador. Antônio Rogério Nogueira marcou época no extinto Pride, evento japonês de sucesso entre os anos 90 e o começo da década de 2000. Na ‘nobre arte’ dos ringues, ele conquistou o bronze nos Jogos Pan Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, na categoria superpesado.
Depois de 19 anos, Minotouro decidiu se aposentar de forma especial, na trilogia contra Mauricio Shogun. Os dois se enfrentaram uma vez pelo Pride, em 2005, e outra no UFC, em 2015, no Rio de Janeiro. O curitibano levou a melhor em ambas, por decisão unânime dos juízes. O terceiro confronto chegou a ser marcado para maio passado, em São Paulo, mas com a cessão do complexo esportivo do Ibirapuera para construção de hospital de campanha no tratamento da COVID-19, o evento foi cancelado.
Minotouro considerou normal a decisão de parar. “Acho que chegou a hora. Há muito trabalho, uma série de projetos, minha cabeça não para. Eu farei outras coisas e tenho certeza que vou me adaptar ao fato de não lutar mais. Talvez eu tenha que fazer mais yoga e meditação para me manter focado enquanto em outras coisas que não sejam lutas”, declarou, entre risos, ao site MMA Fighting.
Shogun e Minotouro: terceiro e derradeiro duelo será na Ilha da Luta - Foto: UFC/Reprodução
Rogério Minotouro disse que um dos projetos é se transformar em treinador. “Eu serei um coach, eu tenho minha equipe (Team Nogueira). Eu vou treinar minha equipe e talvez descobrir novos campeões satisfaça esse meu desejo de vencer”, frisou o baiano de Vitória da Conquista, de onde saiu, ao lado do irmão gêmeo Rodrigo Nogueira, o Minotauro, para se destacar nas artes marcais mistas.
Minotouro admitiu que o tempo de dedicação aos projetos de franquias da Team Nogueira fora do território brasileiro o prejudicou na carreira de lutador. Tanto que o veterano venceu pela última vez no UFC em 2018, quando bateu Sam Alvey. Atrapalhado também por lesões, ele vem de derrota para Ryan Spann, em maio do ano passado, no Rio de Janeiro. “Mas não culpo nada por isso, desde quando eu escolhi fazer as duas coisas. É hora de pensar e cuidar de outros projetos, pensar em outras coisas, e não dá para focar 100% em tudo. Tenho o projeto na Team Nogueira, seminários, cursos, e ainda terei a chance de fechar a carreira com uma grande luta”, destacou.
Shogun, de 38 anos, vive momento oposto e vem de quatro vitórias nas seis lutas anteriores. O paranaense, ex-campeão dos meio-pesados do UFC, empatou com Paul Craig na última participação no octógono, em 2019, na capital paulista. “Será duro, mas estou Ok com isso e vou fazer o melhor diante de um grande campeão, que eu respeito e que me deu rivalidade para treinar sempre duro. Sempre treinei mais quando ia enfrentar o Shogun. Estou muito motivado, será uma grande luta”, projetou Minotouro.