No segundo dos três eventos programados para esta semana na VyStar Veterans Memorial Arena, em Jacksonville (EUA), um mineiro bem conhecido dos fãs de MMA estará em ação e com a responsabilidade de fechar o card do UFC nesta quarta-feira, com início às 19h30 (de Brasília). O veterano Glover Teixeira encara Anthony Smith em duelo entre ex-desafiantes nos meio-pesados (até 93kg) na luta principal do UFC Fight Night: Smith x Teixeira.
Aos 40 anos, Glover Teixeira vem embalado com três vitórias consecutivas e busca a quarta para alcançar o primeiro objetivo: retornar ao top 5 da divisão. Ele ocupa o oitavo lugar e terá pela frente o número 3 da categoria. Anthony Smith, 31, também venceu a última luta (finalizou o sueco Alexander Gustafsson) e recentemente enfrentou o atual campeão, Jon Jones – foi batido por decisão unânime, em março de 2019.
Glover sabe que terá uma pedreira pela frente, mas confia nas mãos pesadas para impor o seu jogo, seja em pé ou mesmo no chão, com o jiu-jítsu afiado. Em um duelo entre dois ex-desafiantes da divisão, o mineiro disse que espera reviver os bons momentos no UFC, quando chegou a enfrentar Jon Jones pelo cinturão, em 2014. Na ocasião, o lutador nascido em Sobrália, no Vale do Rio Doce, e que reside e treina em Dunbury (EUA), foi derrotado na decisão unânime dos juízes.
Em entrevista ao Superesportes, Glover admitiu que ainda sonha com um reencontro com Jon Jones em nova luta pelo cinturão. Ele elogiou muito o adversário no UFC desta quarta-feira, além de outros atletas dos meio-pesados, e disse que a pandemia da COVID-19 nos EUA é um motivo de grande tristeza pelo excessivo número de mortos. Ele disse confiar nos protocolos de segurança da organização e lamentou o fato de atuar sem a presença dos fãs na arena, já que o evento não terá a presença de público.
Confira a entrevista com Glover Teixeira
Como será voltar ao UFC em meio à pandemia? Você chegou a pensar que não lutaria?
Pensei que não ia lutar agora, mas sabia que mais cedo ou mais tarde iria acontecer. Sei que o momento é difícil, mas as coisas já estão começando a abrir aqui no país, estado por estado. As coisas vão começar a acontecer mais. E com o Dana White, ele viu a oportunidade e foi atrás.
O UFC terá protocolo rígido de segurança para os atletas e funcionários. Isso dá mais segurança para vocês? Você tem algum receio?
Não, não tenho receio. Eu confio no UFC, é a melhor organização onde já lutei. São muito profissionais e, com certeza, se estão fazendo o evento, ainda mais com respaldo do governo da Flórida, é porque existe todo o cuidado e segurança possíveis.
Como está a reação das pessoas a essa pandemia nos EUA, país com maior número de infectados e mortos?
É complicado, eu moro do lado de Nova York, que deve ser um dos últimos estados a abrir. É triste ver essa pandemia levar tantas pessoas.
Para muitos, o UFC deveria ter prolongado a quarentena para não expor lutadores ao risco da COVID-19. O próprio Dana White disse que os atletas poderiam rejeitar a luta, caso não se sentissem à vontade. O que você pensa sobre isso?
Eu entendo e respeito os atletas que não quiserem lutar, por terem proximidade com algum que seja grupo de risco. Eu quero lugar, quero correr atrás do que é meu, mas sempre com cuidado e segurança.
Como foi o camp durante a quarentena? Você ficou fechado na academia? Como fez para reduzir os riscos de infecção?
Eu tenho a minha própria academia (Teixeira MMA Fitness), que está fechada para o público. Então eu só abro para treinar. Montei um grupo de quatro pessoas e abrimos para treinar apenas.
Você vem embalado na divisão e busca a quarta vitória seguida. Qual o plano para os meio-pesados? Voltar a disputar o cinturão é um objetivo?
Eu ainda sonho em disputar o cinturão e acho que preciso ganhar mais umas duas lutas fortes para chegar até ele. Uma é essa com o Anthony Smith, aí imagino chegar ao Top 5 e ir para o próximo passo.
Anthony Smith disputou recentemente o cinturão, mas, pelo menos na visão de alguns comentaristas, não ofereceu muito perigo a Jon Jones...mas ele vem de boa recuperação sobre o Gustafsson, que você conhece bem...além disso, há a questão da idade, você, mais uma vez, terá pela frente um atleta mais novo. O que esperar da luta contra o Smith?
Ele é um cara duro, que vem mostrando habilidade. O recorde dele mostra como ele evoluiu. Mas eu acho que ele possui algumas brechas que são boas para o meu jogo. Eu acho que vai ser um lutão, mas acredito na minha vitória.
Como será a sensação de disputar a luta principal de um evento, mas sem a presença do público?
Essa é uma pergunta que eu não sei responder, porque eu nunca lutei sem público. Estou mentalmente preparado para isso, mas é um pouco chato. Vou focar na luta como sempre faço.
Você pensa em uma revanche contra Jon Jones? Como vê a divisão dos meio-pesados do UFC?
A divisão está ótima, como sempre foi. Tem caras duríssimos lá no topo: Jon Jones, Jan Blachowicz, Dominick Reyes, Thiago Marreta e o Anthony Smith. Vencendo o Anthony Smith, eu entro nesse mix e tiro ele. Eu penso em uma revanche sim.
Card principal
UFC Fight Night: Smith x Teixeira
Nesta quarta-feira, 13 de maio
Horário: a partir das 19h30 (de Brasília)
Local: VyStar Veterans Memorial Arena, em Jacksonville
Card principal
Anthony Smith x Glover Teixeira – MEIO-PESADOS
Ben Rothwell x Ovince St-Preux – PESO PESADO
Alexander Hernandez x Drew Dober – PESO LEVE
Ricky Simón x Ray Borg – PESO MOSCA
Marvin Vettori x Karl Roberson – PESO MÉDIO
Card preliminar
Andrei Arlovski x Philipe Lins – PESO PESADO
Michael Johnson x Thiago Moisés – PESO LEVE
Sijara Eubanks x Sarah Moras – PESO GALO
Gabriel Benitez x Omar Morales – PESO LEVE
Hunter Azure x Brian Kelleher – PESO PENA
Chase Sherman x Ike Villanueva – PESO PESADO