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Nesta terça-feira, depois de se reunir com o árbitro, a CABMMA, que regulamenta e supervisiona eventos de artes marciais mistas no Brasil, deixou clara a preocupação com o caso e apontou erro de Yamasaki ao não ter interrompido o confronto em dois momentos: no fim do primeiro round e no começo do segundo. O juiz, no entanto, só paralisou o combate aos 4min25 do segundo assalto, quando a brasileira sinalizou a desistência ao levar o mata-leão.
Confira a nota divulgada pela CABMMA
“A Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) discutiu o incidente com o árbitro Mario Yamasaki e demais membros da comissão na reunião pós evento realizada no próprio ginásio em Belém. Apontamos todas as nossas preocupações quanto à conduta dele durante a luta.
Priscilla Cachoeira demonstrou valentia e coração durante os dois rounds, entretanto são atitudes que não podem confundir ou interferir o árbitro quanto se tratar de interrupção. No primeiro round, nos minutos finais, estava claro que a Priscilla não conseguia se defender de forma eficiente e técnica, refletindo assim diretamente nas notas dos juízes, onde todos deram 10-8 nesse round. Round 2 foi exatamente igual, porém como obviamente a atleta Priscilla não conseguiu se recuperar o suficiente do round anterior para demonstrar alguma chance contra a Valentina, a luta poderia ter sido interrompida já nos momentos iniciais.
Caso o round tivesse se estendido até o término, seria um evidente 10-7, já que se tratou de um round em que o lutador domina completamente seu adversário de forma impressionante, em striking e grappling, a tal ponto de se considerar necessária a interrupção da luta. Pode ser por uma esmagadora dominância, mas também com significativos impactos que possam evidenciar uma necessidade de interrupção imediata pelo árbitro. Em relação ao matchmaking, a luta foi aprovada pela CABMMA.
Se a luta não foi bem casada e isso sendo evidentemente demonstrado no decorrer da luta, é obrigação do árbitro de identificar esta disparidade, já que ele é a maior autoridade naquele momento com plena responsabilidade de proteger o lutador, incluindo interromper a luta no momento correto.
A CABMMA entende que erros são possíveis de acontecer, mas devem ser reconhecidos e corrigidos para evitar que se repitam novamente no futuro. E no esporte do MMA onde a maior preocupação deve ser a saúde e integridade física do atleta, de um ponto de vista regulatório, tudo deve ser feito para diminuir os riscos de um cenário como o ocorrido neste final de semana. Mario Yamasaki tem sido um dos melhores árbitros de MMA dos últimos anos e teve um papel fundamental na construção da equipe da CABMMA. Iremos juntos discutir os próximos passos e sem dúvida decidiremos o que for melhor para todos os envolvidos.”