A derrota arrasadora sofrida contra Amanda Nunes, no UFC 207, no fim do ano passado, deve ter marcado a despedida de Ronda Rousey das artes marciais mistas. É esta a impressão do presidente do Ultimate Fighting Championship, Dana White, após conversa com a ex-campeã do peso galo. O dirigente revelou que ‘Rowdy’ está com outras prioridades na vida e a considerou aposentada.
“Conversei com Ronda na manhã de sábado. Ela está bem, levando a vida. Eu não gosto de falar essas coisas, porque a decisão é dela, mas, pelo que conversamos, eu diria que ela não lutará novamente. Na minha opinião, Ronda Rousey já está aposentada. Agora, ela vai curtir a vida fora do octógono”, declarou ao site Flo Combat.
Afastada desde a perda do cinturão do peso galo e da invencibilidade no MMA, com nocaute sofrido contra Holly Holm, em novembro de 2015, Ronda Rousey voltou ao octógono no fim do ano passado para tentar retomar o posto de campeã, agora pertencente a Amanda Nunes. No entanto, a estrela foi nocauteada em apenas 48 segundos de luta, amargou o segundo revés seguido na carreira e decidiu se isolar novamente. Dana White tentou explicar os motivos da reclusão de Ronda e apontou a relação com espírito competitivo dela.
“Não acho Ronda tinha aquilo de ser invencível. Só acredito que ela é tão competitiva que a carreira e o cartel siginificavam tudo na vida dela. A partir do momento em que foi derrotada, ela passou a se perguntar o porquê de estar fazendo tudo aquilo, se aquela era a vida que ela teria. Ronda quis experimentar outras coisas. Ela tem muito dinheiro, muito mais do que pode gastar. A menos que comece a fazer loucuras como Floyd Mayweather. Se você tem a quantidade de dinheiro que Ronda tem, você não precisa trabalhar nunca mais na vida. Ela tem uma ótima casa em Venice, na Califórnia, mas acho que ela planeja se mudar para um lugar mais isolado”, comentou.
Dana White ainda destacou o legado de Ronda Rousey para o MMA feminino. Ela foi a responsável por ‘convencer’ o dirigente a criar a primeira divisão para mulheres no UFC. Campeã do Strikeforce, ela ganhou o cinturão inaugural quando chegou à organização, em 2013, e o defendeu em seis oportunidades – ainda recorde da categoria -, com várias vitórias fulminantes sobre as desafiantes, principalmente com a temida chave de braço.
“Estou feliz por Ronda. Ela chegou ao UFC e mudou o mundo, colocando o MMA feminino no mapa. Ela protagonizou as maiores lutas da história do seu esporte, e espero que seus recordes possam ser quebrados, mas sei se isso é possível”, disse o presidente, também evitou apontar o questionado treinador Edmond Tarverdyan como responsável pelas derrotas da ex-campeã.
“A verdade é que ninguém o criticava quando ela estava vencendo. Isso é um assunto dos dois. Dizem que ela deveria demití-lo, mas todos se tornaram especialistas agora. Quando Ronda estava vencendo as lutas, ninguém tentava ser o expert e dizia que ela deveria trocar de treinador. Quando ela perdeu, todo mundo começou a falar isso”, concluiu.