DOPING
Triste, St. Pierre evita críticas a Spider, mas diz que luta deveria ser cancelada: 'Foi trapaça'
GSP questiona sistema antidoping e compara substâncias ilegais a armas biológicas
postado em 09/02/2015 13:21 / atualizado em 09/02/2015 12:43
Ex-campeão dos meio-médios do Ultimate Fighting Championship, Georges St. Pierre sempre criticou o sistema antidoping implementado nas artes marciais mistas e reivindicou a necessidade de testes mais rigorosos. Em entrevista ao jornal canadense La Presse, GSP opinou sobre o recente caso de Anderson Silva, flagrado em exame feito antes da luta contra Nick Diaz com drostanolona e androsterona, esteroides anabolizantes, e demonstrou surpresa. St. Pierre se disse triste pelo fato, mas preferiu não questionar a possível atitude do brasileiro e apontou para um problema bem maior impregnado na modalidade.
“Eu me senti muito mal por Anderson Silva. Eu não quero falar sobre um indivíduo, eu quero falar sobre o sistema. O sistema é um grande problema no esporte das artes marciais mistas. É algo que eu acredito que o UFC e os lutadores devam enfrentar e lidar. Porque se você não lidar com isso agora, vai ficar cada vez pior”, comentou o canadense, afastado do octógono desde a defesa de cinturão dos meio-médios contra Johny Hendricks, em novembro de 2013.
Mesmo evitando ataques pessoais, St. Pierre afirmou que o doping é uma trapaça e que a luta entre Anderson Silva e Nick Diaz deveria ter sido cancelada, apesar de o brasileiro ter sido pego em 9 de janeiro, período considerado ‘fora de competição’ pela Comissão Atlética de Nevada, entidade que regulamentou o UFC 183. O canadense compara o uso de substâncias ilegais a armas biológicas e ressalta a vantagem que um atleta dopado leva em relação ao adversário.
“A luta deve ser cancelada, porque é trapaça, é uma arma biológica que você tem. Se eu lutar com alguém com uma faca, e o promotor e a organização estiverem cientes, eles não devem me deixar lutar, porque eu estou carregando uma arma. A droga que aumenta a performance é a mesma coisa que uma arma biológica. É uma vantagem que você tem sobre o seu adversário. Você não deve ser capaz de competir, porque você pode colocar a saúde do oponente em perigo. Nós não estamos jogando golfe, nós não estamos correndo, nós estamos lutando. Toda vez que lutamos, nós colocamos nossas vidas e nosso bem-estar em perigo”, concluiu.