O anúncio do doping de Anderson Silva explodiu como uma bomba no mundo do MMA. Flagrado com drostanolona e androsterona, esteroides anabolizantes, justamente na luta que marcou o seu retorno ao octógono do UFC depois de 13 meses, o Spider vive mais uma encruzilhada na carreira.
Aos 39 anos, após uma grave fratura na perna esquerda e a dúvida se retornaria ao cage, o ex-campeão dos médios, lenda do esporte e maior astro do Ultimate Fighting Championship (UFC), precisa encarar mais um grande desafio: se livrar da acusação de doping e, principalmente, das manchas que podem comprometer sua história de sucesso no mundo das lutas.
Dificilmente a contraprova aponta resultado diferente e a possibilidade de erro, geralmente, é quase nula. Por isso, resta saber como Anderson, caso o doping seja de fato comprovado, vai lidar com a queda de sua popularidade e as críticas até mesmo dos fãs de MMA.
Dono do cinturão do peso médio por quase sete anos (entre outubro de 2006 e julho de 2013), o Spider se acostumou a ser um protagonista incontestátvel, que levou para fora do octógono o status de estrela e se tornou um case de sucesso no mundo publicitário. Mais do que um atleta, hoje Anderson é uma celebridade.
É indiscutível que o anúncio do doping, mesmo com a possibilidade de uma contraprova, por si só, já acarreta problemas para a imagem do lutador – e do próprio UFC, que mesmo não tendo responsabilidade sobre aplicação de exames e possíveis punições (a cargo das comissões atléticas dos EUA que regulamentam os eventos), terá sua credibilidade arranhada, especialmente em um mercado no qual a organização ganhou muita abrangência – e faturou muitos reais –, graças ao êxito dos brasileiros nos últimos anos.
Como Anderson Silva caiu no doping no primeiro dos três exames antes da luta, aplicado em 9 de janeiro, fica o questionamento: por que a Comissão Atlética de Nevada, que regulamentou o evento em Las Vegas, não divulgou o teste com antecedência e nem agiu para cancelar a luta do Spider contra Nick Diaz? Essa pergunta, os dirigentes da comissão não souberam responder. Diante de tudo isso, mesmo que haja uma reviravolta no caso, todas as partes já saíram perdendo: a ‘lenda’, o UFC e o mais importante, os fãs.