A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, defendeu, nesta quinta-feira (26), a participação de atletas russos na próxima edição dos Jogos Olímpicos, que será realizada em 2024 na Cidade-Luz, mas como uma delegação "neutra", em meio ao debate sobre sua presença por causa da guerra na Ucrânia.
"Os atletas não devem ser privados de suas competições, mas penso e defendo, como uma grande parte do movimento esportivo, que não haja delegação com bandeira russa", disse Hidalgo à emissora France 2.
A prefeita socialista explicou que prefere que os atletas russos participem "sob uma bandeira neutra". Políticos de direita e esquerda na França já se mostraram favoráveis a não proibir a presença desses atletas.
Durante uma conversa por telefone na terça-feira (24), o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu a seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que os atletas russos não participem dos Jogos Olímpicos na França.
Ignorando o apelo de Kiev, o Comitê Olímpico Internacional (COI) apresentou ontem (25) um roteiro para reintegrar atletas russos e bielorrussos a competições internacionais como "atletas neutros".
Embora sua participação não dependa do COI, mas das 28 federações internacionais que regem os esportes olímpicos de verão, este comitê tenta combinar sua missão de unidade com a indignação com a Rússia - sobretudo, na Europa.
A Rússia invadiu a Ucrânia, com tropas que partiram de seu território e de Belarus, em 24 de fevereiro de 2022, três dias após a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 e antes do início dos Jogos Paralímpicos. Com isso, violou a trégua olímpica.
O COI rapidamente anunciou sanções a Moscou e Minsk e, desde então, nenhum evento esportivo internacional foi organizado nesses países. Do mesmo modo, nenhum de seus símbolos nacionais pode ser exibido em competições internacionais.