Na temporada, Rafael (atleta do Clã Delfos, de Belo Horizonte) foi o destaque e melhor índice técnico do Troféu Brasil de Atletismo de 2022, em junho, em São Paulo.
Ele venceu os 110 metros com barreiras com a marca 13.17, estabelecendo o recorde do Troféu Brasil, recorde brasileiro, recorde sul-americano e índice para o Mundial.
Ele venceu os 110 metros com barreiras com a marca 13.17, estabelecendo o recorde do Troféu Brasil, recorde brasileiro, recorde sul-americano e índice para o Mundial.
Não foi seu único feito neste ano. Na final da Diamond League, em Paris, disputada em maio, Rafael ficou com o segundo lugar nos 110m com barreiras com o tempo de 13seg25 – a mesma marca alcançada na classificatória.
Durante competições na Europa, ele conquistou três medalhas de ouro e uma de bronze, além da prata em Paris. No Meeting Orlen Janusz Kucinski, na cidade de Silésia, Polônia, venceu nos 120m com barreiras em 13seg28. O resultado o colocou no Top 10 do mundo na distância. No entanto, a prova não é disputada no Mundial.
No Meeting Internacional Città di Savona, na Itália, venceu na mesma distância com 13seg36. Ganhou ainda o Campeonato Ibero-americano, em La Nucia, Espanha, e ficou em terceiro no Meeting Internacional D'Athlétisme de Montreuil, na França.
A carreira de Rafael Henrique Campos Pereira
Rafael começou a correr aos 11 anos, competindo em provas de pista. Em 2015, decidiu se especializar nos 110m com barreiras. Mas apostar no atletismo foi difícil, como relata seu treinador, Mauro Roberto: "Nas escolas, só tem futebol. Não ensinam ou apoiam qualquer outra modalidade. E ainda tem o celular, que é uma mania e tira os meninos do esporte".
Aos 14 anos, graças a um professor de educação física da escola onde estudava, o Instituto Tereza Cristina, em Contagem, Rafael foi para o atletismo.
"Foi com o professor Luiz. Eu sempre quis ser atleta. Na época, eu jogava futebol e ele me chamou e disse que me levaria para um teste no atletismo, em provas de pista. Comecei nas combinadas, heptatlo, octatlo, decatlo. Até que defini, em 2015, pelos 110m com barreiras", conta.
"Foi com o professor Luiz. Eu sempre quis ser atleta. Na época, eu jogava futebol e ele me chamou e disse que me levaria para um teste no atletismo, em provas de pista. Comecei nas combinadas, heptatlo, octatlo, decatlo. Até que defini, em 2015, pelos 110m com barreiras", conta.
A escolha começou a se mostrar acertada. Em 2016, Rafael conseguiu índice para o Mundial Juvenil, em Podgorski, na Polônia. Em 2017, foi campeão brasileiro Sub-23, aos 20 anos. No ano seguinte, venceu a prova no Sul-Americano.
O ano de 2019 foi difícil, lembra. "Estava fazendo um estágio e sofri uma queda, que causou uma contusão na perna. Tive de tratar. Fiquei quase um ano longe das pistas."
O ano de 2019 foi difícil, lembra. "Estava fazendo um estágio e sofri uma queda, que causou uma contusão na perna. Tive de tratar. Fiquei quase um ano longe das pistas."
Em 2020, voltou à ativa, com o objetivo de conseguir índice para os Jogos Olímpicos de Tóquio'2020. O adiamento do evento por causa da pandemia de COVID-19 acabou ajudando, e ele conseguiu estar na competição, em 2021.
O resultado não foi o que almejava. Terminou em 18º lugar. "Mas serviu de aprendizado", ressalta.
O resultado não foi o que almejava. Terminou em 18º lugar. "Mas serviu de aprendizado", ressalta.
As chances do Brasil nos Estados Unidos
Nesta edição do Mundial de Atletismo, o Brasil chega com chances de medalhas. São seis favoritos. Além de Rafael, nos 110m com barreiras; Caio Bonfim, em duas provas na marcha atlética – 20km e 35km; Thiago Braz, no salto com vara; Alisson dos Santos, o Piu, nos 400m com barreiras; e Darlan Romani, no arremesso de peso.
O Brasil soma apenas 13 medalhas, em 19 edições da competição. Foi uma de ouro (conquistada por Fabiana Murer, em Daegu'2011, no salto com vara, com a marca de 4,85m), seis de prata e seis de bronze.
As chances do Brasil nos EUA, segundo o treinador-chefe da equipe da equipe brasileira, têm um significado especial: "Mostra o trabalho que o Brasil tem feito na formação e na preparação de mais atletas em condições de participar e competir num Mundial".
Mineiros de destaque no cenário mundial
Juvenal dos Santos
Foi o primeiro mineiro a disputar os Jogos Olímpicos, em Berlim'1936, participando das provas de pista (5.000m e 10.000m), mas não conseguiu se classificar para as semifinais. É considerado o precursor dessa modalidade no estado, pois lutava sozinho pelo esporte, competindo no Rio de Janeiro e em São Paulo. Tudo por conta própria. Tem uma célebre frase que ficou marcada: "O importante não é vencer, mas sim, saber competir". Era negro e, por isso, ganhou o apelido de "Colored".
José Tibúrcio dos Santos, o "Gradim"
Foi o primeiro mineiro a vencer a Corrida Internacional de São Silvestre, em 1941, com o tempo de 19min25seg. Ainda: o primeiro não paulista a vencer a prova, criada em 1925. O pódio, nessa prova, foi todo mineiro, com Juvenal dos Santos em segundo e Geraldo Profeta da Luz em terceiro. Em 1943, integrou a equipe brasileira que conquistou o ouro no revezamento de 3.000m. Naquele ano, ganhou ainda duas importantes provas da época, ambas no Rio de Janeiro: a 1ª Corrida da Fogueira e a 1ª Corrida da Primavera.
João da Mata Ataíde
Era sargento da Polícia Militar e corria pela equipe do Clube dos Oficiais da Polícia Militar (COPM), o Vila Rica. Quando a equipe foi extinta, em 1982, transferiu-se para o Atlético e com a camisa preto e branca ganhou a São Silvestre de 1983. Foi também bicampeão da Minimaratona da Independência, nos anos de 1983 e 1984. No Sul-Americano de 1984, foi prata nos 5.000m e 10.000m.
Tomix da Costa
Era soldado da Polícia Militar e também corria pelo Vila Rica. Em 1987, venceu a 1ª Meia-Maratona do Rio de Janeiro. No Sul-Americano de Atletismo de 1998, em Manaus, foi medalha de bronze por equipes, ao lado de Daniel Ferreira, Elenilson da Silva, Leonardo Guedes, Sérgio Silva e Ronaldo da Costa.
Wander do Prado Moura
Foi um dos destaques do atletismo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata, na Argentina, em 1985. Conquistou o ouro nos dos 3.000m com obstáculo (8min14seg41) e foi bronze nos 5.000m (13min45seg53). Em 1991 levou a prata nos 3.000m com obstáculos do Sul-Americano de Manaus (8min49seg11). Também ficou em segundo lugar por equipes na prova de revezamento da Maratona do Mundial de Copenhagen, na Dinamarca, em 1996 (2h01min24seg). Em 1997 voltou à Argentina para o Sul-Americano e foi ouro nos 3.000m com obstáculos (8min35seg40).
Ronaldo da Costa
Nascido em Descoberto, foi o recordista mundial de maratona, com o tempo de 2h06min05seg, na prova disputada em Berlim, em 20 de setembro de 1998. Tornou-se o primeiro maratonista a correr abaixo de três minutos por quilômetro. Era apenas a segunda prova dessa distância que disputava. Sua marca durou exatos 13 meses e foi quebrada pelo marroquino Khalid Khannouchi na Maratona de Chicago. Nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata'1995, foi medalha de bronze (29min07seg68) nos 10.000m. Venceu, também, a São Silvestre de 1994. Disputou a Olimpíada de Atlanta'1996, nos 10.000m, mas não passou da primeira fase.
Franck Caldeira
Mineiro de Sete Lagoas, Franck tem como maior conquista o ouro na maratona dos Pan do Rio'2007. Outros resultados expressivos foram o tricampeonato da Volta Internacional da Pampulha (2003/06/07), o bicampeonato da Meia-Maratona do Rio de Janeiro (2006/07), ouro nos 10.000m do Troféu Brasil, em 2005, e campeão da Maratona de São Paulo, em 2004.
As medalhas do Brasil no Mundial
- Ouro
Fabiana Murer - salto com vara - 4,85m - Daegu'2011
- Prata
José Luiz Barbosa - 800 m - 1min44seg24 - Tóquio'1991
Claudinei Quirino - 200 m - 19seg89 - Sevilha'1999
Sanderlei Parrela - 400 m - 44seg29 - Sevilha'1999
4x100 m masculino (Vicente Lenilson, Edson Luciano Ribeiro, André Domingos e Cláudio Roberto de Sousa) - 38seg26 - Paris'2003
Jadel Gregório - salto triplo - 17,59m - Osaka'2007
Fabiana Murer - salto com vara - 4,85m - Pequim'2015
- Bronze
Joaquim Cruz - 800m - 1min44seg27 - Helsinque'1983
José Luiz Barbosa - 800m - 1min43seg76 - Roma'1987
Luiz Antônio dos Santos - maratona - 2h12seg49 - Gotemburgo'1995
Claudinei Quirino - 200 m - 20seg26 - Atenas'1997
4x100 m masculino (Raphael Raymundo de Oliveira, Claudinei Quirino, Edson Luciano Ribeiro e André Domingos) - 38seg05 - Sevilha'1999
Caio Bonfim - 20km marcha atlética - 1min19seg04 - Londres'2017
Equipe brasileira em Eugene
- Feminino
Vitória Rosa (Pinheiros-SP) - 100 e 200m
Lorraine Martins (Pinheiros-SP) - 200m
Ana Carolina Azevedo (CT Maranhão-MA) - 200m
Tiffani Marinho (Orcampi-SP) - 400m - 4x400m misto
Tabata Vitorino (AA Maringá-PR) - 400 e 4x400m misto
Maria Victória Sena (APA-SP) - 4x400m
Ketiley Batista (ASPMP-SP) - 100m com barreiras
Chayenne Pereira (Pinheiros-SP) - 400m com barreiras
Tatiane Raquel da Silva (IPEC-PR) - 3.000m com obstáculos
Simone Ferraz (Jaraguá do Sul-SC) - 3.000m com obstáculos
Letícia Oro Melo (Corville-SC) - salto em distância
Eliane Martins (Pinheiros-SP) - salto em distância
Gabriele Sousa Santos (Pinheiros-SP) - salto triplo
Andressa de Morais (Pinheiros-SP) - lançamento do disco
Fernanda Martins (AABLU-SC) - lançamento do disco
Izabela Rodrigues da Silva (IEMA-SP) - lançamento do disco
Jucilene Lima (IEMA-SP) - lançamento do dardo
Livia Avancini (IPEC-PR) - arremesso do peso
Ana Caroline Silva (APCEF-MG) - arremesso do peso
Mariana Marcelino (IEMA-SP) - lançamento do martelo
Viviane Lyra (AEFV-RJ) - 20 km e 35km marcha atlética
Elianay Pereira (CASO-DF) - 35km marcha atlética
Mayara Vicentainer (AABLU-SC) - 35km marcha atlética
- Masculino
Erik Cardoso (SESI-SP) - 100 e 4x100m
Felipe Bardi (SESI-SP) - 100, 200 e 4x100m
Rodrigo do Nascimento (CT Maranhão-MA) - 100 e 4x100m
Gabriel Aparecido Garcia (Adefut-SP) - 4x100m
Derick Souza (Pinheiros-SP) - 4x100m
Lucas Rodrigues da Silva (Equipe Medex-RJ) - 200m
Lucas Vilar (SESI-SP) - 200m
Lucas Carvalho (Pinheiros-SP) - 400 e 4x400m misto
Vitor Hugo de Miranda (Orcampi-SP) - 4x400m misto
Douglas Mendes (Balneário Camboriú-SC) - 4x400m misto
Thiago André (CT Maranhão-MA) - 800 e 1.500m
Altobeli Silva (Joana D'Arc-SP) - 5.000m e 3.000m com obstáculos
Rafael Pereira (Clã Delfos-MG) - 110m com barreiras
Eduardo de Deus (CT Maranhão-MA) - 110m com barreiras
Gabriel Constantino (Equipe Medex-RJ) - 110m com barreiras
Alison dos Santos (Pinheiros-SP) - 400m com barreiras
Mahau Suguimati (SPFC-SP) - 400m com barreiras
Fernando Ferreira (IEMA-SP) - salto em altura
Thiago Moura (Asufam-SP) - salto em altura
Samory Uiki (Sogipa-RS) - salto em distância
Almir dos Santos (Sogipa-RS) - salto triplo
Alexsandro Melo (CT Maranhão-MA) - salto triplo
Mateus Daniel de Sá (Pinheiros-SP) - salto triplo
Thiago Braz - salto com vara
Augusto Dutra (Pinheiros-SP) - salto com vara
Darlan Romani (ABRA-SP) - arremesso do peso
Welington Morais (Pinheiros-SP) - arremesso do peso
Willian Dourado (UCA-SC) - arremesso do peso
Allan Wolski (Pinheiros-SP) - lançamento do martelo
Daniel do Nascimento (ANR/Ijuí/Unimed-RS) - maratona
José Márcio Leão (ADC Alto do Ipiranga-PE) - maratona
Paulo Roberto Paula (SPFC-SP) - maratona
Caio Bonfim (CASO-DF) - 20km e 35km marcha atlética
Matheus Correa (AABLU-SC) - 20km marcha atlética
Lucas Mazzo (CASO-DF) - 20km marcha atlética