"Comecei a criar esse pensamento em setembro, quando comecei a treinar com outros estrangeiros. Velejei em alto nível, meu corpo reagiu bem. Venho aos poucos retomando os treinamentos e fazendo a preparação física específica. Ao invés de treinar três horas e meia, será um pouco menos, mas com mais qualidade. Terei de lidar com dores, inevitavelmente, mas sei que o mental puxa muito o físico", explicou. "Espero surpreender positivamente."
Scheidt começou sua trajetória olímpica em Atlanta, em 1996.
"Eu ainda me divirto muito velejando e acredito que posso ser competitivo. Isso é fundamental para esse projeto. Não vai ser fácil, teremos alguns altos e baixos, mas acho que tenho chances de brigar pela vaga e tentar disputar mais uma Olimpíada. Não tenho nenhuma lesão que me impeça de competir. O importante é aprender qual o tipo de dor está sentindo", afirmou.
O velejador brasileiro é considerado uma lenda viva da vela e espera conseguir corresponder às expectativas. Um fator que ajudou a pesar em sua decisão foi a sua participação na Copa Brasil de Vela, no final do ano passado, em Florianópolis, quando ficou com a medalha de prata (perdeu no desempate para Bruno Fontes), superando atletas até 20 anos mais jovens em seu retorno à classe Laser.
"Idade não é impeditivo, tenho que usar a experiência que adquiri em todos esses anos. Claro que a preparação terá de ser diferente, terei de ser inteligente", comentou o velejador, que terá sua primeira missão no Troféu Princesa Sofia, em Palma de Mallorca, em março. Depois tentará disputar o evento em Hyère, na França, e também o Mundial da Laser no Japão, em julho, que é seletivo para a Olimpíada.
"Para esse primeiro evento em Palma de Mallorca não terei apoio da Confederação Brasileira de Vela ou do COB (Comitê Olímpico do Brasil). Tenho patrocínio do Banco do Brasil e da Rolex que me ajudam. Claro que se for bem, fatalmente o pessoal do COB vai me chamar para uma conversa. Espero que isso aconteça.