Competir no exterior é algo com que todo adolescente que está no esporte sonha. Não foi diferente com os meninos e meninas do núcleo do Bairro Tupi da Academia Falcões Taekwondo.
Sem recursos para bancar passagem, alimentação, hospedagem e traslado para a disputa do Campeonato Sul-Americano no Chile, eles foram, uniformizados, para sinais de trânsito de Belo Horizonte, com uma faixa, pedindo ajuda. Mas, por determinação da corregedoria da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de um pedido da Secretaria Municipal de Educação, se viram obrigados a parar. Sem conseguir levantar a verba necessária, tiveram de assumir dívidas para conseguirem embarcar nesta quarta – a competição será disputada de quinta a domingo, em Santiago.
Sem recursos para bancar passagem, alimentação, hospedagem e traslado para a disputa do Campeonato Sul-Americano no Chile, eles foram, uniformizados, para sinais de trânsito de Belo Horizonte, com uma faixa, pedindo ajuda. Mas, por determinação da corregedoria da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio de um pedido da Secretaria Municipal de Educação, se viram obrigados a parar. Sem conseguir levantar a verba necessária, tiveram de assumir dívidas para conseguirem embarcar nesta quarta – a competição será disputada de quinta a domingo, em Santiago.
A primeira consequência dessa proibição foi a de que, de 12 atletas que competiriam (todos com 16 anos), três desistiram, por falta de recursos. Adriano Bruno Rodrigues, o Sorriso, mestre da turma, está arcando com parte dos custos. “Arrecadamos R$ 10.400 na campanha nos sinais. Mas veio o embargo da PBH. Disseram que era trabalho escravo. Não era. Tínhamos autorização dos pais. Não quiseram nem ver o documento”, conta.
Apesar da dificuldade, Sorriso chamou para si a responsabilidade de compra das passagens: “São 12. Além dos nove atletas, iremos eu, como coordenador, e mais dois treinadores, Juliana Lima e Jean Canuto. O custo é de R$ 18 mil. Assumi a dívida, em parcelas, que terei de pagar. Esperamos ainda conseguir ajuda. Juntamos algum dinheiro, que esperamos que dê para pagar hospedagem e alimentação”.
Treinadoras
Juliana Lima está revoltada com a situação: “Esta decisão da prefeitura nos pegou de surpresa. Tem de ficar bem claro que estão tirando a oportunidade de muitos meninos. O esporte, mais uma vez, sai prejudicado”.
Juliana Lima está revoltada com a situação: “Esta decisão da prefeitura nos pegou de surpresa. Tem de ficar bem claro que estão tirando a oportunidade de muitos meninos. O esporte, mais uma vez, sai prejudicado”.
Uma terceira treinadora deveria seguir com o grupo, Poliana Saldanha. No entanto, para que houvesse a possibilidade de enviar o máximo de atletas, ela abdicou de sua vaga na equipe: “Teríamos de conseguir mais dinheiro. Assim, fica menos dispendioso”. A classificação para o Sul-Americano veio com as conquistas dos títulos de quatro eliminatórias mineiras, realizadas em Sarzedo, Conselheiro Lafaiete, Betim e Ouro Preto.
Sem explicação
Por mais de um mês, o Estado de Minas tentou, junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), explicação sobre o que teria levado à decisão da Corregedoria da Secretaria Municipal de Educação (Smed) para proibir – por meio de documento enviado à direção da Escola Municipal Maria Silveira, no Bairro São Bernardo –, que os meninos que lá estudam fossem para as ruas pedir ajuda à população para realizarem o sonho de competir no exterior. A única resposta veio ontem, via assessoria de comunicação da Smed. “A escola não impediu e sim pediu para desvincularem o nome da unidade de ensino, porque não era uma atividade pedagógica”, disse, em comunicado, para depois informar que o documento emitido pela Corregedoria não havia sido localizado.