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Poluição e ventos atrapalham atletas do remo nos Jogos Olímpicos da Juventude

Águas poluídas de Buenos Aires prejudicaram desempenho dos remadores

Estadão Conteúdo
Dique de Puerto Madero, cartão-postal de Buenos Aires e local foi palco das competições de remo - Foto: Reprodução
A organização dos Jogos Olímpicos da Juventude escolheu o dique de Puerto Madero, cartão-postal de Buenos Aires e local de alta concentração turística, para fazer as competições de remo. E no primeiro dia de disputa, que serviu apenas para cronometrar o tempo dos atletas a fim de organizar as próximas etapas, o público lotou os bares, restaurantes e até as pontes que passam de um lado a outro.

"É um clima bem diferente do que já tinha visto. Ter bastante gente incentivando é legal e foi bonito de se ver", afirmou Marco de Graaff, que fez o 13º melhor tempo entre os 24 competidores no individual.

Aos 17 anos, ele treina na raia da USP, em São Paulo, e sentiu um pouco de dificuldade com o formato da competição neste domingo, pois cada atleta remava 500 metros, contornava uma boia e depois remava mais outros 500 metros. As provas de sua especialidade são de 2.000 metros em linha reta.

"Foi difícil para mim, pois me enrolei um pouco no contorno da boia. Eu vinha em um ritmo forte, precisei desacelerar, e depois não consegui pegar o mesmo ritmo novamente. Eu sou um atleta que é mais de resistência do que de explosão", confessou.

Um outro problema da prova é que, além de ela ser disputada em um local com águas poluídas, o formato de dique, com barreiras de pedra e cimento nas laterais, provocam muitas ondulações no percurso. Sem contar o vento, que é constante nesta região de Buenos Aires.

"Parece que não tem vento, mas tem muitas ondinhas que fazem o barco quicar. Então é preciso muito equilíbrio para manter a remada", afirmou o garoto, esperançoso para os próximos dias de competição.
"Eu fiquei mais tranquilo porque os meus primeiros 500m foram bons."

Para Vanessa Varga, técnica de Marco, ele tem boas chances de brilhar nos próximos dias. "Ele tem chance de ficar entre os mais bem colocados", explicou, lembrando que o formato inusitado da competição atrapalha, mas pode servir de aprendizado. "Isso ajuda a tirar o atleta de sua zona de conforto."

A treinadora também comentou que a qualidade da água está longe do ideal, mas nenhum problema foi detectado com os atletas. "A gente acaba tendo contato com a água, mas até agora não teve qualquer problema por causa disso. Encontramos outros competidores na Vila Olímpica e ninguém reclamou de nada", disse..