O São Paulo segue sem uma definição sobre quem assumirá a diretoria executiva de futebol na gestão do presidente Julio Casares. Alguns nomes já foram sondados pelo clube, mas sem sucesso. Com o desligamento recente do Atlético, Alexandre Mattos passou a ser a bola da vez.
Internamente, a procura por um novo diretor executivo de futebol não está a todo vapor. Embora Casares já tenha definido que Raí não seguirá no cargo ao fim da atual temporada, o São Paulo vem esbarrando nas altas pedidas de alguns profissionais, caso de Rodrigo Caetano, nome bem avaliado pela atual gestão, mas que tinha uma pretensão salarial acima do que o Tricolor pode arcar.
Além da situação financeira do clube, que não é das melhores, a instabilidade dos últimos anos é outro fator que vem afastando profissionais do mercado. Na gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, por exemplo, diversos treinadores passaram pelo São Paulo, e jovens atletas foram vendidos de forma sistemática, sem deixarem um retorno esportivo antes de serem negociados.
Disponível no mercado após sua saída do Atlético, Alexandre Mattos passou a ser especulado no São Paulo. Mas, o perfil do dirigente está longe de ser aquele que o Tricolor precisa no momento. Tendo de adotar uma política de austeridade financeira severa, o clube do Morumbi não poderá desembolsar quantias milionárias para a contratação de estrelas, o que é uma das marcas dos trabalhos recentes de Mattos.
Depois de despontar como dirigente no América, levando o Coelho à elite do futebol nacional, Alexandre Mattos passou por Cruzeiro, Palmeiras e Atlético. Nesses três grandes clubes o dirigente pôde encabeçar negociações que envolviam altas cifras para montar elencos estrelados. Embora muitas dessas contratações tenham fracassado, Mattos faturou o bicampeonato brasileiro no Cruzeiro (2013 e 2014), e, no Palmeiras, ergueu também a Copa do Brasil (2015) e dois Campeonatos Brasileiros (2016 e 2018).
No São Paulo, Mattos teria de abandonar o confortável poderio financeiro que encontrou nos últimos clubes que trabalhou. O projeto do Tricolor para os próximos anos é fazer mais com menos, otimizando todos os processos internos, incluindo a montagem do elenco, apostando ainda mais nas categorias de base e contratando de forma bastante pontual e mais efeciente possível.