Superesportes

SÃO PAULO

Nome de Alexandre Mattos, ex-Atlético, é especulado no São Paulo

Clube paulista segue sem definição sobre diretoria executiva

Gazeta Press
Alexandre Mattos foi demitido pelo Atlético na última segunda-feira - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
O São Paulo segue sem uma definição sobre quem assumirá a diretoria executiva de futebol na gestão do presidente Julio Casares. Alguns nomes já foram sondados pelo clube, mas sem sucesso. Com o desligamento recente do Atlético, Alexandre Mattos passou a ser a bola da vez.


Internamente, a procura por um novo diretor executivo de futebol não está a todo vapor. Embora Casares já tenha definido que Raí não seguirá no cargo ao fim da atual temporada, o São Paulo vem esbarrando nas altas pedidas de alguns profissionais, caso de Rodrigo Caetano, nome bem avaliado pela atual gestão, mas que tinha uma pretensão salarial acima do que o Tricolor pode arcar.

De Maluf a Mattos: relembre os últimos diretores do Atlético

Eduardo Maluf - Maluf voltou a comandar o futebol do Atlético em 2010, contratado por Alexandre Kalil. Participou das campanhas vencedoras da Copa Libertadores e da Copa do Brasil. No primeiro semestre de 2016, Maluf foi diagnosticado com câncer no estômago. Ele precisou se submeter a um tratamento intensivo de quimioterapia. O futebol ficou em segundo plano. Liberado pelo médico, voltou às atividades profissionais no Galo no começo de 2017. Ele morreu em 8 de junho de 2017. - Divulgação/Atlético
André Figueiredo - Figueiredo foi confirmado como gestor do futebol profissional do Atlético pelo presidente Daniel Nepomuceno em 16 de junho de 2017. Apesar do respaldo do presidente, André foi alvo de críticas desde sua chegada ao departamento profissional. Além das críticas da torcida, o diretor foi alvo de um ídolo recente do Atlético. Campeão da Libertadores em 2013 com o Galo, o atacante Bernard fez comentários em uma rede social nos quais responsabilizou André Figueiredo por suas dispensas do clube. Queimado com a torcida, ele deixou o cargo em agosto de 2017. - Divulgação/Atlético
Domênico Bhering - Diretor de comunicação do Atlético, Domênico Bhering assumiu o futebol após a saída de André Figueiredo em agosto de 2017. Domênico tinha o aval do então presidente Daniel Nepomuceno e do ex-mandatário Alexandre Kalil. Ele já fazia parte da força-tarefa chefiada por Nepomuceno e ficou interinamente no cargo por alguns meses. - Divulgação/Atlético
Alexandre Gallo - Quando Sérgio Sette Câmara venceu a eleição presidencial no Atlético, Alexandre Gallo foi nomeado para comandar o futebol do clube. Ele assumiu em dezembro de 2017 e ficou até outubro de 2018. Em seu período de gestor de futebol no Atlético, Gallo contratou 18 jogadores. Ele deixou o clube após uma série de resultados ruins. - Divulgação/Atlético
Marques - Com a demissão de Gallo, em outubro de 2018, Marques assumiu o futebol do clube. Ficou pouco tempo no cargo e deu lugar a Rui Costa, em abril de 2019. A partir desse momento, virou gerente de futebol. Foi demitido em fevereiro de 2020. - Divulgação/Atlético
Rui Costa - O Atlético contratou Rui Costa em 11 de abril de 2019, num momento de crise. Na noite anterior, a equipe havia sido goleada por 4 a 1 pelo Cerro Porteño-PAR, na fase de grupos da Copa Libertadores. O resultado fez com que o técnico Levir Culpi fosse demitido. Em dez meses de Atlético, Rui Costa nunca foi unanimidade entre os torcedores. Sob a gestão dele, o Atlético contratou quatro jogadores em 2019 e mais sete reforços anunciados em 2020. Com Rui Costa na diretoria de futebol, o Atlético teve três treinadores: Rodrigo Santana (que iniciou o trabalho como interino e, posteriormente, foi efetivado), Vagner Mancini e Rafael Dudamel. Ele foi demitido do cargo em fevereiro de 2020 após as quedas do time na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana. - Divulgação/Atlético
Alexandre Mattos - Mattos foi contratado pelo Atlético em 12 de março de 2020, a convite do amigo e ex-presidente alvinegro Sérgio Sette Câmara. Ele foi demitido em 4 de janeiro de 2021. A demissão do dirigente, que tinha contrato válido até o fim de 2021, também se deve a questões políticas, justamente por conta da relação que mantém com o antigo mandatário. A troca foi definida em conjunto por Sérgio Coelho, o vice José Murilo Procópio e os quatro empresários que participam financeiramente e administrativamente da gestão atleticana: Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães, além do já mencionado Renato Salvador. Em seu período no Atlético, o clube foi campeão mineiro. - Divulgação/Atlético

Além da situação financeira do clube, que não é das melhores, a instabilidade dos últimos anos é outro fator que vem afastando profissionais do mercado. Na gestão de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, por exemplo, diversos treinadores passaram pelo São Paulo, e jovens atletas foram vendidos de forma sistemática, sem deixarem um retorno esportivo antes de serem negociados.

Disponível no mercado após sua saída do Atlético, Alexandre Mattos passou a ser especulado no São Paulo. Mas, o perfil do dirigente está longe de ser aquele que o Tricolor precisa no momento. Tendo de adotar uma política de austeridade financeira severa, o clube do Morumbi não poderá desembolsar quantias milionárias para a contratação de estrelas, o que é uma das marcas dos trabalhos recentes de Mattos.


Depois de despontar como dirigente no América, levando o Coelho à elite do futebol nacional, Alexandre Mattos passou por Cruzeiro, Palmeiras e Atlético. Nesses três grandes clubes o dirigente pôde encabeçar negociações que envolviam altas cifras para montar elencos estrelados. Embora muitas dessas contratações tenham fracassado, Mattos faturou o bicampeonato brasileiro no Cruzeiro (2013 e 2014), e, no Palmeiras, ergueu também a Copa do Brasil (2015) e dois Campeonatos Brasileiros (2016 e 2018).

No São Paulo, Mattos teria de abandonar o confortável poderio financeiro que encontrou nos últimos clubes que trabalhou. O projeto do Tricolor para os próximos anos é fazer mais com menos, otimizando todos os processos internos, incluindo a montagem do elenco, apostando ainda mais nas categorias de base e contratando de forma bastante pontual e mais efeciente possível.