O principal ponto apontado pelos membros do Conselho Deliberativo do São Paulo é "gestão temerária", que envolve contratos de empréstimo assinados sem o aval do Conselho do São Paulo e o estouro do orçamento da equipe.
Assim que o documento for protocolado oficialmente na secretaria do Conselho Deliberativo, o presidente do órgão, Marcelo Abranches Pupo Barboza, fará a primeira avaliação para seguir ou arquivar o pedido. O estatuto do São Paulo prevê que, para ser destituído, um presidente precisa ter votos de 2/3 dos membros do Conselho Deliberativo.
Leco foi reeleito presidente do São Paulo em 2017 com 124 votos. José Eduardo Mesquita Pimenta teve 101. O cartola administra o clube desde 2015, quando derrotou Newton do Chapéu em eleição para completar o mandato de Carlos Miguel Aidar, que havia renunciado após denúncias de corrupção. O mandato de Leco vai até o fim de 2020.
Em 2017, um grupo de torcedores e sócios-torcedores do São Paulo levou para uma reunião do Conselho Deliberativo do clube um abaixo-assinados pedindo o impeachment de Leco. O documento tinha mais de 10 mil assinaturas, de acordo com os organizadores, e contestava ao menos 47 decisões da diretoria. A mobilização não teve sucesso.
OUTRO LADO - A diretoria do São Paulo divulgou, na manhã desta quarta-feira, uma nota oficial rebatendo o movimento. A atual gestão alega que o pedido "carece de fundamento" e é uma "peça discutível e equivocada". Leia a nota abaixo:
"Carece de fundamento o pedido de destituição protocolado ontem contra o Presidente do São Paulo Futebol Clube e sua Diretoria, conforme noticiado pela imprensa. O requerimento é uma peça discutível e equivocada, obra de uma parcela de conselheiros movida pelo intuito de criar factoides e tumultuar o ambiente do clube. A manobra ocorre, não por acaso, na véspera de decisiva partida contra o Internacional pelo Brasileirão - o que deveria ser momento de união entre as forças são-paulinas -, servindo para esses senhores de janela de oportunidade contra a gestão", afirma, também buscando desqualificar os argumentos do pedido de impeachment.
"O documento, divulgado por alguns órgãos de comunicação, baseia-se num suposto descumprimento na execução do orçamento de 2019, ainda com o ano em curso, o que, de saída, desqualifica de forma clara a argumentação. O simples fato de o ano ainda não ter terminado torna o documento insustentável perante a gravidade daquilo que está sendo requerido. É, pois, expediente oportunista de seus signatários", acrescenta.