"Cada técnico tem sua própria maneira de trabalhar. O Sampaoli busca sempre a intensidade dentro do jogo. É um treinador vencedor. O modo é bem diferente do habitual. Nós, jogadores, temos a missão de assimilar os métodos dele", diz o meia Carlos Sánchez.
Sampaoli não fala muito com os jogadores. Ele cumprimenta com um "bom dia" seco e não fica na "resenha", aquela conversa descontraída que acontece em geral após os treinos e faz os atletas se sentirem mais próximos dos comandantes.
Ele conversa bastante com os argentinos Jorge Desio, seu parceiro há mais de 25 anos, Carlos Desio, Pablo e Marcos Fernández. Sua comissão tem um espaço exclusivo no CT Rei Pelé. A relação com os membros da comissão técnica permanente do clube é protocolar.
Com oito meses de trabalho, o treinador é centralizador e gosta de tudo do seu jeito. Ele evita que funcionários do clube assistam aos treinos, pois teme o vazamento de informações. Pessoas próximas à diretoria santista asseguram que os treinos valorizam a movimentação - os atletas têm poucas posições fixas -, a intensidade e a marcação na saída de bola do rival. Tudo o que o treinador mostrou no Paulistão e que levou à sequência de sete vitórias seguidas, interrompida na última rodada do Brasileirão, na derrota para o Santos. Algumas pessoas que viram os treinos, fechados à imprensa na maioria das vezes, fizeram relação com as atividades que Dorival Junior desenvolvia.
Sampaoli compensa o estilo carrancudo com um profundo conhecimento tático e estudos minuciosos dos rivais. Ele costuma estudar todas as variações ofensivas e defensivas que o adversário pode apresentar. Quer antever o que vai acontecer. Ele é claro no que pede e não costuma complicar as instruções para os atletas. Foi com essas características que ele ganhou o elenco santista.
Para o goleiro Everson, que ganhou a posição de Vanderlei graças à sua habilidade com os pés, algo fundamental no estilo de jogo de Sampaoli, o treinador motiva os jogadores por causa do estilo ofensivo. "É prazeroso ver o time tocando a bola no ataque, jogando sempre pra frente, com marcação alta", diz o goleiro.
A torcida idolatra o treinador que levou o Chile ao primeiro título de sua história com a conquista da Copa América de 2015. Ele retribui com atenção e simpatia para os torcedores, principalmente os mirins. Ele se aproximou de um grupo de crianças que vê os treinos de cima de uma árvore. Deu pares de chuteiras e camisas do time e ganhou uma bandeira com seu rosto. "Não entendo (o carinho).
Figura comum no canal 3, trecho da Praia do Gonzaga, onde joga futevôlei ou beach tênis, Sampaoli trocou um apartamento no hotel Parque Balneário, no Gonzaga, por uma casa alugada em um condomínio de luxo, no morro Santa Terezinha, região nobre de Santos. Não quer morar em São Paulo e sempre elogia a cidade de Santos..