No confronto de ida, o Santos já havia decepcionado ao ficar no empate sem gols no Uruguai, mas as chances criadas e a desvantagem numérica - Orinho foi expulso - relativizaram o resultado. Nesta terça, não houve ponto positivo a ser apontado. O time pareceu se contagiar com a frieza das arquibancadas vazias e só não saiu derrotado porque Soteldo selou o empate no apagar das luzes.
Punido pela Conmebol pelos incidentes na eliminação da Libertadores do ano passado para o Independiente, neste mesmo Pacaembu, o Santos sabia que não teria o apoio da torcida na primeira fase da Sul-Americana. Provavelmente, porém, não esperava que falta de público fosse tão determinante.
E os primeiros minutos nesta terça trouxeram o cenário esperado, com o Santos em cima. Logo aos dois, Carlos Sánchez fez boa jogada pela direita e tocou para Derlis González, que exigiu reflexo de Gastón Olveira. O time da casa tomou rapidamente o campo de ataque, encurralou o adversário, mas encontrou muita dificuldade para criar.
Com a zona central do campo congestionada pela marcação do River Plate, o Santos tentou as chegadas pelos cantos do campo. Copete e, principalmente, Victor Ferraz eram constantemente acionados. Mas sem uma referência na área, recuavam e recomeçavam. O time rondava a área, rodava a bola de um lado para o outro, mas pouco criava.
Somente em uma cobrança de escanteio, que Gustavo Henrique finalizou rente à trave aos 25 minutos, o Santos voltou a levar perigo. Diante da inoperância do sistema adversário, o River passou a arriscar alguns contra-ataques. Aos 28, Mauro da Luz recebeu na área e só não finalizou à queima-roupa porque Aguilar travou.
Sampaoli deve ter "chacoalhado" os jogadores no intervalo, porque o Santos voltou para o segundo tempo mais agressivo, tentando jogadas individuais. Mas esta empolgação gerou espaços na defesa, que o River soube aproveitar. Aos nove minutos, Pituca perdeu bola no ataque, Olivera recebeu próximo à meia-lua e enfiou com precisão para Mauro da Luz. O atacante arrancou, chegou antes de Vanderlei e finalizou para o gol vazio.
Imediatamente, Sampaoli mexeu na equipe. Entraram Felippe Cardoso e Yuri nas vagas de Pituca e Alison. Mas com o adversário ainda mais fechado, o nervosismo tomou conta dos donos da casa. A única alternativa foi a bola aérea, e o River se segurava sem grandes sustos até os 41, quando um cruzamento de Jean Mota encontrou o baixinho Soteldo, que desviou de canela para a rede.
No desespero, o Santos seguiu tentando pelo alto e viu Copete assustar já nos acréscimos. Mas ficou nisso. Os uruguaios celebraram a inesperada classificação, enquanto os donos da casa focam agora exclusivamente no Campeonato Paulista e na Copa do Brasil.
SANTOS 1 X 1 RIVER PLATE-URU
SANTOS - Vanderlei; Victor Ferraz, Felipe Aguilar, Gustavo Henrique e Copete; Alison (Yuri), Diego Pituca (Felippe Cardoso), Carlos Sánchez e Jean Mota; Derlis González e Soteldo. Técnico: Jorge Sampaoli.
RIVER PLATE-URU - Gastón Olveira; Claudio Herrera, Iván Silva, Agustín Ale e Luis Olivera; Facundo Ospitaleche, Maximiliano Calzada e Juan Pablo Plada; Urruti (Gorga), Mauro da Luz (José Neris) e Juan Olivera (Nicolás Rodríguez). Técnico: Jorge Giordano.
GOLS - Mauro da Luz, aos nove, e Soteldo, aos 41 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO - Mauro Vigliano (Fifa/Argentina).
CARTÕES AMARELOS - Felippe Cardoso, Yuri (Santos); Maximiliano Calzada, Iván Silva, Luis Oliveira (River Plate-URU).
RENDA E PÚBLICO - Jogo com portões fechados.
LOCAL - Estádio do Pacaembu, São Paulo (SP).