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Presidente diz que vice quer tomar o poder no Santos por meio de impeachment

José Carlos Peres ainda criticou o cenário político atual vivido pelo Santos

Estadão Conteúdo
Membros do Conselho Deliberativo do clube aprovaram os dois procedimentos de impeachment - Foto: Ivan Storti/Santos
A crise política no Santos viveu mais um capítulo nesta quarta-feira. Em nota oficial publicada através o site do clube, o presidente José Carlos Peres disparou contra o vice-presidente Orlando Rollo e o acusou de se aproveitar do processo de impeachment para tentar tomar seu lugar no comando.

"Lamentamos que o desejo de alcançar o poder via um processo político de impeachment cegue de tal forma o Sr. Orlando Rollo. Uma pequena amostra do tipo de procedimento e falta de postura de quem pretende tomar a presidência do clube", considerou Peres.

Na última segunda-feira, em reunião na Vila Belmiro, os membros do Conselho Deliberativo do clube aprovaram os dois procedimentos de impeachment colocado em votação, que contou com a participação de 244 membros do clube. Agora, os sócios do Santos vão decidir o futuro de Peres.

Em um dos pedidos, a principal acusação envolvia a empresa Saga Talent, de agenciamento de atletas, que tinha Peres como sócio quando ele assumiu a presidência do Santos. Já outra acusação envolvia portaria editada por Peres e que definia que todas as contratações realizadas pelo clube deveriam ser determinadas pelo presidente, o que contrapõe o Comitê de Gestão do Santos.

Para completar o imbróglio, o site Yahoo! publicou que o contrato da compra de Carlos Sánchez pelo Santos foi assinado por Pedro Doria, aliado de Peres, no lugar destinado à assinatura de Orlando Rollo. Em entrevista ao portal, o vice-presidente se disse surpreso com a informação e garantiu que "com certeza pode ter algum interesse escuso nisso". "Talvez possa até configurar um crime", disparou.

Em resposta às declarações de Rollo, Peres questionou a falta de assertividade de seu vice-presidente.
"Nenhum porta-voz com mínimo de responsabilidade poderia utilizar expressões como 'isso talvez possa até…', 'com certeza pode…' para falar de 'crime' e 'interesse escuso', ainda mais o próprio vice-presidente sobre a própria instituição", considerou.

De acordo com Peres, Rollo não garantiu a ilegalidade do ato por saber que a constituição santista permite o procedimento adotado na contratação de Sánchez. "Não é e nunca foi imprescindível a assinatura da vice-presidência para gerar validade e eficácia aos contratos do clube", apontou. "Como no momento da assinatura do contrato o vice-presidente se ausentou, ficou a encargo do membro do Comitê de Gestão presente - Sr. Pedro Dória - a segunda assinatura do Santos."

Peres ainda criticou o cenário político atual vivido pelo Santos e disparou: "Espero que possamos nestas novas eleições, Rollo x Peres, que se tornou esse desastrado processo de impeachment, mantermos minimamente a dignidade, preservarmos ao máximo a imagem do Santos e não termos mais episódios constrangedores como o dessas declarações levianas e irresponsáveis"..