Esta quinta-feira marca o encerramento do prazo para os interessados em arrematarem a área avaliada em R$ 98 milhões. Esse valor é considerado muito baixo para a dimensão e a localização do terreno. Na primeira rodada, que não teve interessados, o valor era de R$ 163 milhões. É exatamente na última rodada, com a queda do preço, que costumam surgir os interessados.
A área possui 42 mil metros quadrados que correspondem a cerca de 45% do total da sede da Portuguesa - o restante pertence à Prefeitura, que também já autorizou a venda dessa parte. A divisão passa pelo meio do estádio.
Se for tombado, o estádio não pode se transformar em um complexo hoteleiro, por exemplo, como previa o projeto revelado pelo Estado. A planta previa a construção de um hotel, um shopping center, uma sede social e ainda uma nova arena para 15 mil pessoas. O custo total seria de R$ 2 bilhões.
Na visão dos torcedores, o tombamento significa a possibilidade de o Canindé continuar de pé, independentemente do destino do terreno. Com um abaixo-assinado com mais de cinco mil assinaturas, a torcida conseguiu o apoio do deputado estadual Campos Machado (PTB/SP) para o pedido de tombamento 6025.2019/0005235-3. Nesta quinta-feira, a ação ganhou o apoio do clube.
Esse é o segundo pedido de tombamento do Canindé nos últimos anos. Em 2016, o clube entrou com um processo no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. O Condephaat abriu um dossiê preliminar e recebeu parte dos documentos, mas arquivou o pedido.
A Portuguesa quer que a área se torne patrimônio cultural da cidade em virtude do valor cultural e histórico do complexo. O salão nobre, por exemplo, foi projetado por João Batista Vilanova Artigas, um dos principais nomes da arquitetura paulista, em colaboração com Carlos Cascaldi, sócio de Artigas..