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Abel Ferreira presenteou arbitragem após jogo do Palmeiras: é proibido?

Treinador entregou camisa ao quarto árbitro do empate com o Atlético-MG e o agradeceu pela paciência à beira do campo

30/05/2023 06:00 / atualizado em 30/05/2023 10:48
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Abel Ferreira no comando do Palmeiras à beira do campo
foto: Icon Sport

Abel Ferreira no comando do Palmeiras à beira do campo

Antes de tomar o celular de um jornalista na zona mista do Mineirão, o técnico Abel Ferreira tentou presentear com uma camisa o quarto árbitro do empate do Palmeiras com o Atlético-MG, Ronei Candido Alves. O treinador disse que a cortesia era pela "paciência" que o membro da arbitragem teve com ele à beira do campo.

Ronei Candido Alves afirmou que não poderia pegar a camisa naquele momento, por estar em público, mas que depois pediria para alguém buscar e o agradeceria (veja no vídeo abaixo).

O Superesportes conversou com ex-árbitros e apurou com clubes sobre a prática. Não há qualquer impedimento legal da CBF sobre os presentes dados aos membros da arbitragem nos bastidores do estádio, tanto antes quanto após as partidas. A cortesia, inclusive, é comum em praticamente todos os jogos envolvendo clubes da elite do futebol brasileiro.
 
Ronei Candido Alves recusa camisa das mãos de Abel Ferreira
foto: Reprodução/Twitter

Ronei Candido Alves recusa camisa das mãos de Abel Ferreira

 


- Posso afirmar que em 90% das partidas realizadas no Brasil a equipe mandante presenteia a equipe de arbitragem com camisas. E não é só uma camisa para o árbitro, e sim uma camisa para cada membro da arbitragem. Normalmente essas camisas são enviadas aos vestiários dos árbitros pelas pessoas que representam o clube. É mais difícil ser entregue por técnico ou jogador - contou o ex-árbitro Marcelo Marçal.

- É uma coisa natural, sempre aconteceu. É absolutamente normal. Isso não muda qualquer tipo de decisão do árbitro - acrescentou ele, que foi árbitro pela Federação Paulista de Futebol (FPF) de 1993 a 2005.

Fabricio Neves Correa, árbitro pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) de 1996 a 2016, também afirmou que costumava receber diversas cortesias dos clubes. E ainda disse já ter ganhado até camisa personalizada com seu próprio nome.

- É muito normal, às vezes nem sabemos o que vamos receber. Não vou mentir: apitei 20 anos pela FGF e 15 anos pela CBF e eu tinha duas malas completas de camisas, meiões e calções. É uma relação tão próxima, de tanto respeito que tem entre arbitragem, jogador e diretor que eles oferecem - comentou Fabricio Neves Correa. 

 


Normalmente, o encarregado pela entrega das camisas à arbitragem é o supervisor dos times. O agrado costuma ocorrer antes ou depois das partidas, na hora da entrega das carteirinhas dos jogadores e da assinatura da súmula.

É por isso que o caso de Abel chamou atenção, até por ter acontecido na zona mista do Mineirão, com a presença de jornalistas. Após tentar dar a camisa, o treinador tomou o celular de um produtor da Rede Globo que filmava a discussão do diretor de futebol Anderson Barros com o quarto árbitro.
 

Abel Ferreira reclama de arbitragem


Em entrevista coletiva depois do empate no Mineirão, Abel Ferreira admitiu que o quarto árbitro teve "paciência". O treinador reclamou muito durante a partida das decisões do árbitro Braulio da Silva Machado.

- Em relação ao quarto árbitro, ele teve paciência comigo. A transição do Artur, que era amarelo e não deu. Aquela entrada no Veiga, que era para amarelo e não deu. E na primeira falta do Menino, deu amarelo. Sobre o gol, não vou falar. Falo dos últimos dez minutos, no lance em cima do Vanderlan, que para mim é amarelo - disse Abel. 

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