Familiares do atacante Endrick, do Palmeiras, acompanham de longe e apreensivos os casos de racismo sofridos por Vini Jr, do Real Madrid, em estádios na Espanha. O jovem jogador do time alviverde, ainda com 16 anos, já está vendido ao clube merengue e embarcará para a Europa quando completar 18 anos, em julho de 2024.
Os familiares temem que Endrick também seja alvo de racismo, conforme apuração do Superesportes. Vini Jr já foi vítima de preconceito racial em diversas vezes na Espanha, e na última terça-feira (22) deixou aberta até a possibilidade de deixar o Real Madrid para defender um clube de outro país caso a La Liga, organizadora do Campeonato Espanhol, não tome providências.
Esses episódios recorrentes na Espanha preocupam os familiares de Endrick. O caso contra Vini Jr no jogo entre Valencia e Real Madrid tomou conta do noticiário esportivo mundial. No duelo de domingo, a partida foi paralisada após torcedores chamarem o atacante brasileiro de "macaco".
Em seu perfil no Instagram, Endrick repostou o desabafo de Vini Jr e escreveu: "estou contigo, irmão". Os atacantes se encontraram em dezembro, quando ambos passavam férias no Rio de Janeiro.
Enquanto os familiares acompanham preocupados, Endrick foca no Palmeiras. O atacante está em Assunção, no Paraguai, para o jogo contra o Cerro Porteño, pela quarta rodada do Grupo C da Libertadores. O duelo será realizado nesta quarta-feira (24), às 19h (de Brasília), no estádio La Olla.
Entenda o caso de racismo contra Vini Jr
Torcedores do Valencia entoaram cantos racistas contra Vini Jr na partida contra o Real Madrid, no domingo. O atacante se irritou com os insultos no segundo tempo, e chegou a chamar o árbitro ao identificar um dos agressores.
O jogo ficou paralisado, e parte da torcida gritou "mono". Em espanhol, a tradução da palavra é "macaco".
Irritado pelos cânticos, Vini se estranhou com o goleiro Mamardashvili. Ele chegou a ser agarrado pelo pescoço por Hugo Duro, do Valencia, e, na sequência, acertou o rosto do adversário. O atacante brasileiro foi expulso.
Ao sair de campo, o brasileiro fez o gesto de '2' com os dedos - referência ao possível rebaixamento do adversário. O gesto ganhou mais importância na mídia espanhola e para o presidente de La Liga, Javier Tebas, que o racismo sofrido em campo.
Vini Jr se pronunciou de forma dura, rebatendo as acusações de "falta de informação" de Tebas. O Real Madrid prometeu suporte ao atacante, que ganhou o apoio de personalidades mundo afora: jogadores em atividade, como Mbappé e Neymar; ex-jogadores; dirigentes; clubes; enquanto subia o nível de pressão sob o futebol espanhol.