Nascido em Belo Horizonte, o atacante Breno Lopes, de 25 anos, entrou para a história do Palmeiras ao marcar o gol do título da Copa Libertadores. Aos 54 minutos do segundo tempo, ele recebeu cruzamento de Rony e cabeceou a bola no contrapé de John. Depois da partida, o herói alviverde dedicou o título aos familiares e amigos que residem no bairro São Bernardo, na Região Norte da capital mineira.
“Queria dedicar esse título à comunidade onde eu nasci em Belo Horizonte, no São Bernardo. São Bernardo é campeão da Libertadores”, disse o jogador ao SBT/Alterosa.
“Queria dedicar esse título à comunidade onde eu nasci em Belo Horizonte, no São Bernardo. São Bernardo é campeão da Libertadores”, disse o jogador ao SBT/Alterosa.
O curioso é que Breno Lopes jogou nas categorias de base do Cruzeiro, como ele próprio contou em entrevista publicada pelo site da ESPN no dia 5 de dezembro de 2020. No início, aos 11 anos, em 2007, teve como companheiro o meio-campista Thiago Lopes, hoje no Vitória, e chegou a treinar com Mayke, atual companheiro no Palmeiras, e Lucas Silva, do Grêmio. Esses dois pertencem a gerações mais velhas: 1992 e 1993, respectivamente. Nessa época, o Benfica, de Portugal, quis levá-lo, mas o patrão do pai recomendou a permanência em Belo Horizonte.
“Comecei na escolinha do Cruzeiro aos 11 anos. Treinei com nomes como Mayke [hoje seu companheiro no Palmeiras], Lucas Silva [hoje no Grêmio] e Thiago Lopes [hoje no Vitória]. Quando eu ainda era moleque, recebi uma proposta para ir para o Benfica, de Portugal, mas o patrão do meu pai, que gerenciava minha carreira, falou que eu era muito novo e que ainda não era a hora certa, porque as coisas poderiam não ser da forma como a gente esperava”
“Talvez tenha sido o maior erro que a gente cometeu, porque um amigo meu, o Thiago, foi e de fato tudo o que o Benfica tinha prometido era verdade. Na época, o patrão do meu pai prometeu dar um carro para a gente para eu não ir. Imagina falar para um garoto de 11 anos isso... Hoje, a gente sabe que foi um erro, pois, se tivéssemos ido, talvez eu voltasse mais valorizado”.
Breno Lopes não foi para o Benfica. No Cruzeiro, acabou perdendo espaço quando precisou parar por um período em função de lesão. “Começaram a chegar jogadores de vários lugares diferentes, e eu comecei a ver o futebol como ele realmente é. Antes, eu era o artilheiro de todas as categorias juvenis da base. Um dia, fui mandado embora e foi um baque, nem queria mais jogar futebol. Naquele momento, meu pai foi muito importante, porque ele não me deixou desistir”.
O garoto então se aventurou no futebol de várzea de Belo Horizonte. No Boletim Informativo Diário da CBF há registros de Breno Lopes no ABA BH Futebol e em equipes filiadas ao Setor de Futebol Amador da Capital (SFAC).
“Fiz minha formação no juvenil, fui para a base e aí fui liberado. Foi uma frustração muito grande, pois meu nome sempre foi bem falado no Cruzeiro. Fiquei parado por um ano e meio, pensei em desistir e aí fui jogar no futebol amador. Era o futebol raiz, no meio dos jogadores mais velhos, aquele que não tem certas faltas (risos)... Foi bom para o meu amadurecimento ter passado por aqui. Quando cheguei ao profissional, já estava mais calejado e não tinha medo de ir para cima de ninguém”.
Graças à participação na várzea, Breno Lopes foi levado para o Rio Grande do Sul, onde passou em teste no São José. Posteriormente, defendeu o também gaúcho Cerâmica e o catarinense Joinville, onde se consolidou no profissional. Mas foi no Juventude pelo qual o atacante de beirada despontou nacionalmente. Na Série B 2020, ele marcou nove gols em 19 jogos e chamou a atenção do Palmeiras, que o contratou por quatro temporadas.
O início de Breno no Verdão foi tímido. Nos 15 primeiros jogos, não balançou a rede uma vez sequer. No 16º, anotou o gol no empate por 1 a 1 com o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. E neste sábado, eternizou o seu nome como responsável pelo tento que garantiu o segundo troféu da Libertadores ao clube.