Deyverson está suspenso ao mesmo tempo das três competições que o Palmeiras disputa. O atacante levou o terceiro cartão amarelo no Campeonato Brasileiro, foi expulso na Copa Libertadores e pegou dois jogos de suspensão na Copa do Brasil por ter recebido cartão vermelho contra o Bahia. A situação incomum faz com que as pessoas ao redor do jogador temam que o temperamento atrapalhe suas atuações, logo agora que ele tem evoluído no time - fez quatro gols no Brasileiro desde a chegada de Luiz Felipe Scolari.
"Nós, da família, sabemos do jeito arrojado de ele ser. Ele tem 'alegria nas pernas', é muito puro e não mede as consequências do que faz. Não é por mal. Ele sempre teve esse jeito", disse ao Estado o irmão do atleta, Anderson Brum, preparador de goleiros do Resende (RJ). No domingo, Felipão afirmou que conversaria com Deyverson para "fazer alguns ajustes" no seu comportamento.
Para o irmão mais velho, Felipão é a pessoa certa para colocar rédeas em Deyverson. "Ele vai somar muito para direcionar e fazer o Deyverson canalizar sua força para dentro de campo. Meu irmão sempre 'transborda' e exagera. Mas tem de transbordar para o lado certo", comentou Anderson.
O jogador provocou os corintianos no clássico e, ao sair de campo, piscou para os reservas do adversário. A atitude provocou a fúria dos rivais. Deyverson ganhou a proteção do clube e deixou o estádio sem dar entrevista para evitar exposição excessiva depois da polêmica.
Os pais do atacante estavam no Allianz Parque no domingo. A família costuma acompanhar a carreira de Deyverson e procura orientá-lo a ser menos impetuoso nas reações. "Nós procuramos conversar com ele, dar conselhos. Ele é muito natural, espontâneo. Meu irmão é muito coração. Às vezes, as pessoas não entendem isso direito", diz o irmão mais velho.
Além de Anderson, que foi goleiro, o pai do jogador palmeirense, Carlos Roberto, é professor de escolinha e atua em projetos sociais. Quando estava na Espanha, Deyverson subiu um dia até as tribunas para abraçar o pai e entregar a medalha de segundo lugar do Alavés na Copa do Rei. Na adolescência, ele vendeu caldo de cana e salgados para ajudar em casa.