"Essa é uma situação ainda muito incômoda para o Palmeiras, porque nós temos uma parceira. Ela tem todo o direito de explorar o Allianz, fazer shows, ações, o que ela quiser e rentabilizar da maneira que ela melhor entenda. 90% dos dias do ano o estádio é dela. Eu sou o primeiro a defender que a parceira faça todos os eventos possíveis e imagináveis", contextualizou o presidente.
"Mas, a parceira tem que entende o seguinte: O parceiro dela é um time de futebol, que precisa do gramado para jogar. Existem técnicas para não deixar o gramado um pasto, como ficou. Senhor, você vê um jogador dando uma travada e levantando um tufo enorme de grama. Se falar de grama sintético no Brasil, onde a natureza é maravilhosa? A empresa é a mesma que cuida do campo da Academia de Futebol, onde o time treina todo dia. Vai lá ver o estado do gramado da Academia. É possível cuidar. A nova diretoria não tem ingerência nenhuma sobre isso. O que precisa ter a consciência do parceiro", cobrou Paulo Nobre, admitindo que talvez haja uma má vontade em função de uma relação desgastada entre as pessoas que tomam à frente dos dois lados.
"É óbvio que tem como arrumar, mas tem que passar pela consciência da parceira também. É um relacionamento que pode durar mais 28 anos, mas algumas coisas podem mudar. Você se acha que faz sentido colocar câmera no camarote da presidência? Tampamos aquilo. Ai um dia fizemos uma brincadeira, colocando uma propaganda do Sócio Avanti, e ficaram ofendidos, disseram que vão tirar o camarote da presidência. Isso (a situação) é brincadeira. Quem sabe com a nova gestão (do Palmeiras) esse ranço fique de lado", completou.
Paulo Nobre aproveitou para falar sobre os boatos de que ele teria intenção em comprar o Allianz Parque e repassar a Arena ao Palmeiras desde já, sem que o clube tenha a necessidade de conviver com a parceria por 30 anos, como prevê o contrato. Nesse momento o presidente palmeirense até chegou a rir da situação, mas não descartou uma alternativa e novamente deixou as providências nas mãos da WTorre.
"Infelizmente eu não tenho o tamanho que as pessoas acham que eu tenho. Quisera eu rasgar um cheque e comprar. O que eu disse já e fui mal interpretado é o seguinte. Eu não tenho condições de comprar o Allianz, não tenho tamanho para isso, O Palmeiras não tem condições para isso. Agora, o que eu disse é que tudo isso não passa de especulação se não partir de quem detém os direitos de querer vender ou não. E eu não vi isso. Enquanto não partir dela (WTorre), é mera especulação", explicou.
"O dia que ela colocar preço, se o Palmeiras entender que é justo, eu não duvidaria até que o próprio palmeirense cotizasse para tentar comparar ou fosse ao mercado. Tem que partir da parceira um dia falar que quer vender. E ai tem que ver o preço. Tem que ser feito uma avaliação que eu não fiz, uma coisa muito complexa", concluiu Paulo Nobre, em visita à Fundação Casper Líbero.