Futebol Internacional
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MUNDIAL SUB-17

Em busca do tetra, Brasil recebe Mundial Sub-17 de futebol

Seleção abre o torneio neste sábado, no Distrito Federal, contra o Canadá

postado em 26/10/2019 05:30 / atualizado em 26/10/2019 10:58

 

<i>(Foto: Alexandre Loureiro/CBF)</i>

Tricampeão da Mundial Sub-17 de futebol em 1997, 1999 e 2003, a Seleção Brasileira Masculina começa, neste sábado, a luta pelo seu quinto título na 18ª edição da competição, que será disputada no País - as cidades de Goiânia, Brasília e Cariacica receberão os 52 jogos da competição, que termina no dia 17 de novembro. Após uma queda de braço entre a Confederação Brasileira de Futebol e os clubes por conta da liberação dos atletas para o torneio, o atacante Talles Magno, do Vasco, será o maior destaque do Brasil. A equipe nacional estreia às 17h deste sábado, contra o Canadá, no Estádio Bezerrão, no Distrito Federal.

 


A disputa entre CBF e clubes terminou com saldo positivo para a seleção. Somente um jogador da lista inicial não disputará o Mundial por não ter sido liberado: o meia-atacante Reinier, do Flamengo. Pedro Lucas, do Grêmio, foi chamado em seu lugar.

O coordenador das seleções de base, o ex-jogador Branco, reclamou do não cumprimento de um "acordo de cavalheiros". O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, disse ter cedido outros três jogadores para a seleção sub-17 e gostaria de um prazo maior para a liberação de Reinier, pois o time rubro-negro estava com muitos desfalques.

O atacante Talles Magno, do Vasco, que também poderia ficar fora, se apresentou normalmente e é o principal jogador do time brasileiro. O técnico da equipe de São Januário, Vanderlei Luxemburgo, não fez objeção para sua liberação.

 

Disputa por atletas

A disputa entre Flamengo e CBF na base não vem de hoje. Na edição do Mundial Sub-17 de 2017, o clube não liberou Vinicius Junior para o torneio, que ocorreu na Índia. Por causa de episódios como esses, a confederação planeja pedir à Fifa, na próxima reunião do Conselho da entidade, que inclua como Data Fifa as competições sub-20 e sub-17. Assim, as equipes seriam obrigadas e ceder seus jogadores.

Atualmente, os times não têm de liberar os atletas para os torneios de base, mesmo quando eles são organizados pela Fifa. A disputa acaba prejudicando os garotos. Eles vivem o impasse entre atuar pelo time principal de seus clubes ou ganhar experiência em torneios pela seleção brasileira.

Reinier teria ficado chateado por não poder servir o Brasil, mas teve de cumprir a determinação do clube. Curiosamente, no primeiro jogo pelo rubro-negro após a não apresentação, ele marcou no fim da partida o gol da vitória do time sobre o Fortaleza por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro. As outras equipes do País que tiveram jogadores convocados ficarão desfalcadas por pouco mais de um mês - eles se apresentaram no último dia 7 para os treinos em Teresópolis e a final do Mundial está marcada para 17 de novembro.

A ausência de protagonistas não é exclusividade da seleção brasileira. O espanhol Ansu Fati, considerado a principal promessa da base mundial, ficou fora da lista do sub-17 do país que o naturalizou - ele nasceu em Guiné-Bissau. A justificativa dos coordenadores foi de que o garoto será aproveitado pela seleção principal da Espanha.

O jogador está na base do Barcelona desde os dez anos e se tornou o mais jovem atleta a entrar em campo pelo time principal e também a fazer um gol. Sua estreia ocorreu em agosto, quando ainda tinha 16 anos, com direito a gol no empate por 1 a 1 do Barça com o Osasuna.

Favoritsmo?

O grupo formado pelo técnico Guilherme Dalla Déa, apesar da idade, tem certo entrosamento e experiência em jogar junto. Dos 21 convocados, 12 disputaram o Sul-Americano Sub-15 em 2017. O Brasil terminou com o vice da competição ao perder a decisão para a Argentina por 3 a 2. O destaque daquela equipe era justamente Reinier. Kaio Jorge, atacante do Santos, que está na lista do sub-17, também fez um bom torneio, com direito aos dois gols brasileiros na partida final.

A preparação para o Mundial foi feita em Teresópolis. A seleção brasileira está no Grupo A e, depois de estrear contra os canadeenses, encara a Nova Zelândia, dia 29, no mesmo estádio. O time encerra a primeira fase no estádio Olímpico, em Goiânia, diante de Angola, no dia 1º de novembro.

 

 

Cauteloso, Dalla Déa evita apontar a equipe brasileira como favorita ao título. "As seleções nas categorias de base vêm demonstrando níveis de organização muito grandes. Não dá para desprezar nenhuma equipe. A Copa do Mundo mostra isso. No último Mundial foi assim. Despontaram equipes que não eram consideradas favoritas. Acredito que França, Espanha e Camarões têm excelentes grupos", opina.

 

Estádios

O Bezerrão, no Gama, cidade-satélite de Brasília; o Kleber Andrade, em Cariacica, e o Estádio Olímpico e o Serrinha, ambos em Goiânia, serão os palcos do Mundial. O Mané Garrincha, em Brasília, um dos estádios da Copa de 2014, apesar de estar na região, ficou fora.

 


A justificativa da Fifa é utilizar as competições de base para dar visibilidade a locais que normalmente não recebem partidas de grandes eventos. Outro ponto é que, ao optar por esses estádios, a competição também não irá interferir no Campeonato Brasileiro. Como comparação, o Mundial Sub-20 da Polônia, disputado entre os meses de maio e junho deste ano, não utilizou nenhum estádio que sediou jogos da Eurocopa de 2012.

Todos os estádios que serão utilizados no Mundial Sub-17 passaram por reformas recentemente. O Kleber Andrade, por exemplo, ganhou placar eletrônico e terá gramado híbrido (parte grama natural, parte grama sintética). O Bezerrão, palco da abertura e da final, também terá parte do gramado sintético e reformou os bancos de reservas, ganhou numeração em todos os assentos, melhorias na iluminação, adaptação do alambrado em volta do campo, além de outras demandas exigidas pela Fifa.

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