Da apreensão à confiança em apenas cinco dias. O Internacional podia perder a liderança nesta rodada do Brasileirão, mas manteve o primeiro lugar após bater o Vasco, em São Januário, por 2 a 0, em jogo com desperdício de pênalti de Cano. Com o triunfo, o time gaúcho pode ser campeão no próximo domingo, caso vença o confronto direto contra o Flamengo, no Maracanã. Ambos seguem separados por um ponto.
Com um primeiro tempo intenso, dominante, e ótima marcação na fase decisiva, os gaúchos pouco sofreram, souberam administrar a vantagem construída com menos de 10 minutos, graças a um gol de Rodrigo Dourado, e no fim definiram o 2 a 0. Tirando um pênalti polêmico perdido, o Vasco nada mais exigiu do Inter.
Thiago Galhardo, que teve frustrado seu empréstimo para o futebol árabe, retornou na fase final após se recuperar de lesão muscular e definiu a vitória com gol aos 50 do segundo. Vingou-se do Vasco, que o esnobou, e vira um trunfo para as duas últimas rodadas.
Abel Braga prometeu surpresa em São Januário e cumpriu. Nem Marcos Guilherme, tampouco Galhardo na vaga do suspenso Patrick. Maurício foi o escolhido pela facilidade em distribuir o jogo. Só a vitória interessava ao Inter.
Disposto a se redimir da surpreendente derrota diante do Sport, em Porto Alegre, por 2 a 1, o Internacional partiu com tudo para o ataque. Mesmo sob forte calor, não se poupou e, em menos de 10 minutos, exigiu duas defesas de Fernando Miguel e abriu o placar
Depois de segurar as boas finalizações de Caio Vidal e Yuri Alberto, o goleiro do Vasco nada pôde fazer na cabeçada de Rodrigo Dourado. O gol demorou quatro minutos para ser validado por análise da posição do volante. O VAR deu problema com "linhas descalibradas" e a decisão do campo acabou valendo.
O Inter se apresentava como líder, no Rio, e o Vasco mostrava o motivo de estar entre os piores, correndo sério risco de queda. Com erros de passe e pouca objetividade, foi completamente dominado nos primeiros 45 minutos.
Sem conseguir fazer seu time jogar bola, o técnico Vanderlei Luxemburgo ainda "causou" ao passar reclamando Flávio Rodrigues de Souza por não ter anulado o gol. No intervalo, partiu para cobranças ainda mais fortes e a polícia teve de escoltar o árbitro.
A tensão seguiu na volta das equipes. Léo Gil e Moisés se desentenderam. E o árbitro teve de "acalmar" Luxemburgo, ainda muito irritado.
Com vantagem no placar e diante de um adversário entre os que menos finalizam, Abel Braga já retornou do intervalo fechando ainda mais a equipe. Trocou Maurício por Rodrigo Lindoso, liberando Edenilson.
Abdicou de atacar para segurar o resultado e um pênalti muito polêmico, aos 31 minutos, quase estragou toda a estratégia. Por sorte, o argentino falhou na cobrança, batendo forte, mas para fora. O lance em raro ataque vascaíno custou a suspensão do xerifão Cuesta para a "decisão". Levou o terceiro amarelo e não encara o Flamengo.
O Vasco, na zona de queda, falhou em sua grande chance de pontuar e viu Galhardo definir nos acréscimos. O atacante se igualou a Claudinho e Marinho na artilharia do Brasileirão, com 17 gols.
VASCO 0 x 2 INTERNACIONAL
Vasco
Fernando Miguel; Léo Matos (Yago Pikachu), Leandro Castán Ricardo Graça e Henrique (Neto Borges); Bruno Gomes (Juninho), Léo Gil, Carlinhos e Benítez; Talles Magno e Cano. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
Internacional
Marcelo Lomba; Rodinei, Cuesta, Lucas Ribeiro e Moisés; Rodrigo Dourado (Johnny), Edenilson, Praxedes (Nonato) e Maurício (Rodrigo Lindoso); Caio Vidal (Thiago Galhardo) e Yuri Alberto (Peglow). Técnico: Abel Braga.
Gols: Rodrigo Dourado, aos 9 minutos do primeiro tempo e Thiago Galhardo, aos 50 minutos do segundo tempo (Internacional)
Cartões amarelos: Bruno Gomes (Vasco); Thiago Galhardo, Maurício, Marcelo Lomba, Moisés, Cuesta e Rodinei (Internacional)
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Local: Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)