Há exatamente um ano, o Athletic anunciou o acordo para se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Neste período, o clube foi campeão do interior e conquistou vagas inéditas para a temporada 2023. Além do Mineiro, o time de São João del-Rei disputará a Série D do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. O sócio majoritário da SAF, Vinicius Diniz, revelou as principais mudanças na entidade ao longo do ano e avaliou a evolução do trabalho.
Em 21 de dezembro de 2021, o empresário Vinicius Diniz definiu em acordo que teria 49% de participação no controle do futebol do Athletic, em parceria com Victor Oliveira, da empresa V2. Em junho deste ano, Victor vendeu sua parte das ações, e Vinicius passou a deter 90% das ações da SAF por meio do grupo Futbraz. A associação manteve 10%.
Mudanças e melhorias
Em 2022, após o Campeonato Mineiro, o Athletic ficou sem calendário para cumprir. Com isso, o técnico Roger Silva e os atletas foram dispensados. Em 2023, já com o calendário cheio, o planejamento será outro. Ao Superesportes, o empresário falou sobre as mudanças e melhorias para a temporada.
"É uma constante mudança. Ainda estamos aprendendo a lidar com essa nova modalidade empresarial. A expectativa é boa, estamos conseguindo nos organizar muito rápido. É muito difícil montar time apenas para o Campeonato Mineiro. Agora com o calendário ano com Série D e Copa do Brasil, é bem melhor, conseguimos nos estruturar melhor", disse Vinicius.
A melhoria na infraestrutura era um dos planos do clube-empresa. O estádio e o CT do time já estão sendo reformados. Na pré-temporada, a equipe está treinando em Varginha. É um desejo de Vinicius que o Athletic possa jogar no estádio Joaquim Portugal na temporada 2023.
"Estamos em plena reforma do estádio, adaptando-o para o VAR e iluminação. Ano passado, a falta de iluminação foi um problema no Campeonato Mineiro e na semifinal tivemos que jogar em BH. Então, queremos muito jogar no nosso estádio."
O centro de treinamento dos atletas já tem data de reinauguração.
"O CT do profissional também está ficando pronto. Está nos retoques finais. O time vem para reinaugurar o CT dia 2 de janeiro", revelou o empresário.
Desafios no comando da SAF
A partir da nova composição acionária da SAF, Vinicius Diniz assumiu de vez o controle do futebol e falou sobre os desafios de manter o Athletic no patamar desejado.
"O Athletic sempre foi um time muito organizado. Foi um dos fatores que nos fez investir. É um clube com zero dívidas. Isso aumenta nossa responsabilidade para fazer um bom trabalho. Queremos turbinar para chegar nos resultados mais rápido", contou.
O empresário também destacou as principais dificuldades diante do novo modelo implementado no clube.
"O clube passa por alterações de conselho e aprovações. É normal a insegurança das empresas para investir. A maior dificuldade é a implantação da mudança, para as pessoas entenderem que o clube associativo e a cisão com a esfera profissional é uma quebra de paradigma. Muda a gestão e a forma de controle. É uma adaptação", afirmou Vinicius.
Por fim, o sócio majoritário disse que as dificuldades que podem ser encontradas dentro do clube não serão resolvidas apenas com a SAF.
"Por mais que tenha gestão e que tenha dinheiro, ainda é futebol. Já vimos casos, como o do Grêmio, que com um baita elenco, caiu para a Segunda Divisão. Eu acho que o que tem que fazer é uma gestão com responsabilidade", disse.
"A questão do futebol e da gestão de time e dos atletas, é o segredo. Cada um tem que buscar o seu. No fim do dia, serão 11 contra 11. Será o campo, as dificuldades, os dias que chove, juiz que não está em um dia bom. E nisso, o (time) pequeno vai ganhar do (time) grande. Acham que a SAF vai resolver, mas às vezes, não. Precisa de um conjunto. Tem que ter vivência", finalizou.
"A questão do futebol e da gestão de time e dos atletas, é o segredo. Cada um tem que buscar o seu. No fim do dia, serão 11 contra 11. Será o campo, as dificuldades, os dias que chove, juiz que não está em um dia bom. E nisso, o (time) pequeno vai ganhar do (time) grande. Acham que a SAF vai resolver, mas às vezes, não. Precisa de um conjunto. Tem que ter vivência", finalizou.