O diretor do Mineirão, Samuel Lloyd, disse em entrevista ao Superesportes, nesta quarta-feira (6), que os problemas de segurança no estádio são de responsabilidade de todos os entes envolvidos nos eventos, como clubes e Polícia Militar. Ele destacou que a operação para impedir a entrada de pessoas sem ingresso na esplanada é feita por profissionais contratados pelas equipes mandantes da partida.
No último jogo entre Atlético e Emelec, um torcedor disse que foi agredido e roubado dentro do estádio. Há vários relatos de furto nos compromissos do Cruzeiro no Mineirão.
"A segurança é um acordo coletivo de todos os atores do futebol que participam desse planejamento de segurança, também os clubes, a própria PM que está lá em todos os jogos fazendo este apoio para a segurança, as federações participam, por isso é importante a gente observar a governança. A gente tem limites contratuais e legais até onde a segurança privada pode agir. Então, primeira coisa, quando a gente tem problemas na entrada do estádio", disse.
"O controle de acesso do ingresso e da entrada do torcedor no estádio é do público mandante. Então, são eles que colocam a equipe que vai checar os ingressos, mesmo nas catracas do Mineirão, isso a maioria das pessoas não sabe. A pessoa que está ali checando o ingresso não é funcionário contratado pela Minas Arena, é uma empresa terceirizada pelo clube mandante. Essa responsabilidade da emissão dos ingressos e da checagem é do clube mandante", acrescentou.
Samuel Lloyd disse que torcedores têm compartilhado os PDF dos ingressos e vários oportunistas têm entrado. "Aquele modelo arcaico de emitir o ingresso tem uma série de informações de segurança, que era difícil falsificar e isso impedia que o problema chegasse na catraca do estádio. Com a pandemia, essas regras foram flexibilizadas pelo clube e as pessoas podem imprimir o ticket em casa e gera uma série de problemas, as pessoas tiram o PDF, e as catracas travam na primeira leitura, o primeiro passou e os outros que têm o mesmo PDF geram um problema de segurança. Os clubes já estão atentos a isso".
Ação da Polícia Militar
Samuel Lloyd disse que, caso haja uma ilegalidade dentro do estádio, como o furto de celular, deve ser feito um boletim de ocorrência para a ação da Polícia Militar. De acordo com ele, as buscas e as revistas dentro do estádio devem ser feitas pela PM.
"Depois que a pessoa passou pela revista, e a revista pela Constituição é voluntária, depois que a pessoas passou pela revista, a segurança privada não pode mais revistar uma pessoa. A não ser que ela dê anuência. E quem pode fazer isso é a PM. Quando tem um caso de furto de celular, e a gente tem visto este número crescer, a PM pode agir e revistar as pessoas. O que a gente pede é que os torcedores denunciem, ou façam boletim de ocorrência. A nossa equipe na hora pode entender se tem um suspeito e chamar a polícia para agir. Crimes dentro de estádios são casos de polícia. Se as pessoas não registrarem boletim de ocorrência, a PM não age".
"Estes profissionais de segurança são contratados pelos clubes, a gente ajuda no planejamento da segurança, mas mesmo se ocorre um furto na arquibancada, sai da alçada da segurança privada e passa a ser um caso de polícia, funciona para futebol e para eventos também, isso acontece no Mineirão e nos outros lugares", adicionou.
O diretor do Mineirão afirmou que o estádio tem muitas câmeras que podem ajudar a solucionar os crimes no estádio. "Nós temos 365 câmeras no Mineirão. Então, se as pessoas têm o celular furtado, normalmente as pessoas percebem e se dão conta que o celular não está mais no bolso e não sabem quem foi. Se elas sabem o local e, mais ou menos, o horário, a gente consegue resgatar imagens de câmera de segurança. Existem quadrilhas organizadas para furto de celular, são aparelhos que valem R$ 10 mi".