O Cruzeiro e mais outros sete clubes assinaram, nesta terça-feira, em reunião realizada em São Paulo, o documento que dá início à criação da Liga Brasileira, já demonimada de Libra. O clube celeste foi representado no encontro por Gabriel Lima, diretor de negócios da SAF celeste. América e Atlético ainda avaliam o estatuto antes da assinatura.
O presidente do Atlético, Sérgio Coelho, prometeu analisar as minutas do documento antes de votar favoravelmente pela criação da Libra. "Não viemos preparados para assinar o estatuto. Quando o recebemos, nós atentamos para um anexo, que é sobre a distribuição de receitas. Vamos voltar para casa e dar uma olhada, mas nossa intenção é de assinar, sim", declarou, na saída do encontro.
A questão citada por Sérgio Coelho diz respeito à proposta da Codajas Sports Kapital, empresa interessada em administrar a Liga, de divisão com 40% dos valores fixos para os clubes, com 30% em variáveis por performance esportiva, além de outros 30% por audiência. No entanto, a oferta ainda diverge do posicionamento grupo do Forte Futebol, que conta com o Atlético entre os representantes.
Já o presidente do América, Alencar da Silveira, considerou a liga como um passo para a modernização do futebol brasileiro. "Estamos acompanhando, mas ainda não assinamos o documento", declarou, em entrevista ao Superesportes.
Encontro
Os representantes da elite nacional, Bragantino, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo assinaram o acordo com a Codajas Sports Kapital. Os times da Série B, Cruzeiro e Ponte Preta também se juntaram à parceria.
Segundo o presidente do Santos, Andres Rueda, uma nova reunião foi agendada para a próxima semana, no dia 12, e contará com a presença das 40 equipes que integram a primeira e segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O encontro será na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
"A liga está criada. Quem estava preparado para assinar hoje, assinou. Existem clubes que dependem da aprovação de conselho e esses vão assinar no dia 12", disse o dirigente.
"Todos os 40 clubes são a favor da criação da liga. Agora é só acertar as arestas e no dia 12, com certeza, será uma grande festa na CBF", completou.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira também confirmou a assinatura do documento e citou que alguns impasses tratam-se de "detalhes".
"Eu vim convicta de assinar esse documento. Queria ser a primeira a assinar, pois é a solução e o início de uma reconstrução para o futebol brasileiro. Estou muito feliz, foram oito clubes que assinaram, mas tenho certeza que os 40 clubes virão", declarou Leila.
"São detalhes e, mais do que detalhes, são vaidades. Eu não vi nenhum dos nossos companheiros sendo contra a criação da liga", acrescentou.
Estiveram presentes na reunião 18 clubes da Série A, sendo o Juventude e o Cuiabá as únicas exceções. Entre os clubes da segunda divisão, apenas Cruzeiro, Guarani, Ponte Preta, Sport e Vasco marcaram presença.
Apesar da declaração dos representantes do Peixe e do Verdão, o presidente Mário Celso Petraglia, do Athletico-PR, expôs algumas divergências entre o bloco composto pelos quatro grandes paulistas e o Flamengo, e o grupo de clubes "emergentes", intitulado de Forte Futebol. Segundo ele, a principal questão a ser debatida é a divisão de cotas em relação ao contrato de TV.
"Não considero que a liga está criada. A intenção era uma conversa entre os clubes para ajustarmos. Vieram com estatutos prontos, que eles assinaram, e quem quisesse assinar que ficasse à vontade. Eu nem estudei o estatuto", afirmou Petraglia.
"Para eles está criada, mas não existe liga de seis clubes. Nós pedimos aos clubes que não se assinasse nada hoje. Pedimos que se discutisse e se assinasse na CBF, na próxima semana. O Athletico-PR vai ouvir o seu conselho e se estiver de acordo com nossos princípios, assinaremos. O que nós queremos discutir é que seja melhor, mais justo. E não que o Flamengo tenha 70 vezes o valor do Athletico-PR em pay-per-view", completou.
*Com informações da Gazeta Press
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