No clássico entre os mineiros que estão na Série A do Brasileiro e também na Copa Libertadores, o Atlético venceu o América por 2 a 0, neste sábado, no Independência, e se recuperou no Estadual. Os gols foram de Guilherme Arana e Savarino, ambos no segundo tempo, e tiveram participação decisiva de um jogador que foi destaque em 2021 e reapareceu em grande estilo: Keno. Ele deixou o banco de reservas e construiu os lances que resultaram no triunfo alvinegro.
O Atlético, que vinha de derrota com o time reserva para a URT, em Patos de Minas, por 1 a 0, se recuperou com a volta dos titulares e é o segundo colocado do Mineiro, com 13 pontos, dois atrás do líder Cruzeiro. O América, sofreu o segundo revés no Estadual e parou nos 10. O Coelho corre o risco de sair do G4 e precisa torcer para a Caldense tropeçar diante do Pouso Alegre, neste domingo, em Poços de Caldas.
Com a vitória, o Atlético ampliou invencibilidade diante do América para 19 partidas. O Galo não perde para o Coelho desde 1º de maio de 2016, quando foi superado por 2 a 1, no Independência, no primeiro duelo das finais do Mineiro daquele ano. Desde então, foram 19 clássicos, com 14 triunfos dos alvinegros e cinco empates.
O clássico serviu como boa observação para os treinadores, que preparam os times para competições importantes. No Galo, El Turco Mohamed contou com a volta de Keno, mais uma vez decisivo, a uma semana da disputa da Supercopa, diante do Flamengo, no domingo, dia 20, às 16h, na Arena Pantanal, em Cuiabá. No Coelho, Marquinhos Santos sabe que terá que fazer ajustes para os confrontos com o Guaraní, do Paraguai, em busca do sonho de entrar na fase de grupos da Libertadores.
Antes da Supercopa, o Atlético tem mais um compromisso pelo Estadual. Nesta terça-feira, 15, o Galo receberá o Athletic, às 21h, no Mineirão. O América terá que buscar a recuperação em mais uma partida em casa. O Coelho enfrentará o Patrocinense, quarta-feira (16), às 19h, no Independência, pela sétima rodada.
O JOGO
O primeiro tempo foi marcado pela disputa intensa por espaço, o que provocou até lances mais ríspidos. Chances de gol, por outro lado, foram ínfimas. O América até ameaçou mais o gol de Everson, como em cabeçada de Wellington Paulista, que o guarda-metas alvinegro espalmou a escanteio.
Os times concentraram muito as ações no meio-campo. O Coelho, com três volantes, dificultou a chegada dos laterais alvinegros. Tanto que Guilherme Arana pouco apareceu no ataque. Em compensação, Patric, pela direita, foi o desafogo do América e subiu com frequência. Diante do ex-clube, Ademir, escalado como titular no clássico, não foi muito acionado, o que deixou Hulk preso entre os defensores.
Com poucas finalizações, o Atlético teve a melhor jogada nos acréscimos. Nacho Fernândez, que também teve dificuldade com a forte marcação, cruzou da esquerda e Zaracho emendou para boa intervenção de Jori. O ponto negativo ficou com a discussão entre Alê e Jair, que se estranharam e foram advertidos com cartão amarelo. Em um lance duro do americano sobre o volante alvinegro, o banco do Galo cobrou a expulsão, o que provocou paralisação da partida até que os ânimos se acalmassem.
O segundo tempo teve o Atlético mais ativo e rápido na transição entre defesa e ataque. Ademir passou a ser mais acionado, pela direita, e causou problemas para o Coelho. Após passe de Zaracho, o atacante cortou e chutou; Jori espalmou e Maidana aliviou. Mais adiantado com a marcação, o Galo incomodou o América, que mexeu aos 14min. Matheusinho reestrou na vaga de Henrique Almeida.
Aos 16, na melhor chance do jogo até então, Nacho escapou pela esquerda e cruzou na medida para Hulk, que errou a cabeçada. A torcida alvinegra pediu a entrada de Keno, sentindo o bom momento da equipe. E isso ocorreu aos 24, quando o atacante substituiu Zaracho. Logo no primeiro lance, o velocista recebeu pela esquerda e cruzou. Nacho ajeitou e Guilherme Arana marcou, aos 27min: 1 a 0.
Antonio Mohamed mexeu novamente, trocando Ademir por Savarino, buscando liquidar a fatura nos contra-ataques. E o segundo quase saiu em outra jogada de Keno, que deu passe para Nacho, que parou em grande defesa de Jori. O técnico Marquinhos Santos desfez o esquema com três volantes e pôs o time à frente com a entrada de Índio Ramírez na vaga de Zé Ricardo.
Mas a tarde no Horto era de Keno. Em outra grande jogada, ele tocou para Guilherme Arana, que cruzou. Hulk desviou e Jori pegou, mas Savarino, que entrou no lugar de Ademir, fuzilou para as redes, aos 38min: 2 a 0. Mohamed aproveitou para mexer no sistema tático, com Réver na vaga de Nacho, deixando o Galo com três zagueiros. Savinho ocupou o lugar de Jair. Dono absoluto das ações, o Atlético poderia ter ampliado, mas esbarrou em boas defesas de Jori. Já o América não teve forças para buscar a reação e amargou revés no clássico.
AMÉRICA 0 x 2 ATLÉTICO
AMÉRICA
Jori; Patric (Raúl Cáceres), Maidana, Éder e Marlon; Zé Ricardo (Índio Ramírez), Lucas Kal, Juninho e Alê (Rodriguinho); Henrique Almeida (Matheusinho) e Wellington Paulista
Técnico: Marquinhos Santos
ATLÉTICO
Everson; Mariano, Nathan Silva, Godín e Guilherme Arana; Allan, Jair (Savinho), Matías Zaracho (Keno) e Nacho Fernández (Réver); Ademir (Savarino) e Hulk
Técnico: Antonio Mohamed
Motivo: sexta rodada do Campeonato Mineiro
Local: Independência, em Belo Horizonte
Data: sábado, 12 de fevereiro de 2022
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (CBF)
Assistentes: Ricardo Junio de Souza (CBF) e Pablo Almeida da Costa (CBF)
GOLS: Guilherme Arana, aos 27, Savarino, aos 38min do 2ºT