Na parceria entre os clubes, o Coimbra cederá toda sua expertise em futebol para o tradicional clube mineiro. A equipe profissional da Águia Metropolitana seguirá realizando trabalhos no centro de treinamento em Contagem, mas mandará seus jogos no Estádio Municipal Castor Cifuentes, em Nova Lima, e utilizará as cores e o escudo do Villa Nova nos confrontos.

O Leão do Bonfim trabalha para superar uma grave crise financeira. Em março, a Prefeitura de Nova Lima cortou uma subvenção milionária que era cedida anualmente ao clube. A medida ampliou o 'estresse' nas contas do Villa, que já vivia situação delicada por excesso de dívidas.

Em abril, a diretoria do Leão teve reuniões com o empresário Pedro Lourenço, dos Supermercados BH, vislumbrando possível parceria para investimentos no clube. O acordo, no entanto, não avançou. Ainda assim, Pedro se apresenta como um dos patrocinadores dessa 'junção' entre Villa e Coimbra.

Em entrevista ao Superesportes, Cláudio Horta, vice-presidente do Villa Nova, explicou detalhes da parceria e parte do planejamento da diretoria do Leão para reverter a grave crise financeira em que o clube se encontra.

"Nós realmente desenvolvemos um projeto para o Villa. A ideia nossa é tirar o Villa da dependência de verba pública e da Prefeitura de Nova Lima. Desde aquela época que a gente teve a negativa da Prefeitura com relação à subvenção, nós buscamos outros caminhos para o Villa - conversando com investidores, parceiros, enfim. O melhor projeto que nos chegou foi essa parceria com o Coimbra", avaliou.

"Nós vamos pegar toda a expertise de futebol do Coimbra - elenco, centro de treinamento. Eles vão jogar com o nosso manto, no nosso estádio. O futebol fica sob a responsabilidade do Coimbra - montagem do elenco, execução de tudo -, e nós entramos praticamente com a torcida, uniforme, material e algumas outras questões. Foi uma parceria bem pensada e bem estruturada. Essa é a verdade", completou.

Por fim, Horta detalhou o planejamento da diretoria em curto, médio e longo prazo. Ele ainda revelou a intenção dos mandatários em transformar o Villa em clube-empresa.

"Nós estamos desenvolvendo um projeto para o Villa de curto, médio e longo prazo. O curto é participar do Módulo II do Mineiro e é o que está ocorrendo. O médio prazo é a gente ter claro qual a situação financeira de dívidas do Villa Nova - é o que nós vamos anunciar nos próximos dias: a contratação de uma auditoria. Por fim, preparar o clube para virar clube-empresa. Esse é o planejamento de longo prazo. A ideia é acabar com vínculo relacionado à verba pública. Temos que deixar o clube preparado para receber investimento", afirmou.

Hissa Elias Moisés, gestor do Coimbra, valorizou o esforço de patrocinadores para a concretização da parceria. Em entrevista à Rádio Itatiaia, ele agradeceu aos empresários Pedro Lourenço e Fabiano Cazeca.

"São pessoas abnegadas pelo esporte, especificamente o Pedrinho (Pedro Lourenço), do Supermercados BH, que tem a marca estampada nos principais clubes do país e nunca se nega a ajudar qualquer instituição que envolva principalmente o esporte. Tem também o Fabiano (Cazeca), da Multimarcas, outro abnegado com a sua marca em crescimento vertiginoso e sempre prestigiando os clubes esportivos. Foram os primeiros a dar a mão e a abraçar esse projeto", disse o gestor do Coimbra.

O prefeito de Nova Lima, João Marcelo, também agradeceu o esforço dos envolvidos para que a parceria fosse concluída. "Estamos muito contentes com essa parceria. É um grande respiro para o Villa que passa por seus piores momentos. Isso só foi possível graças ao empenho e dedicação de muita gente que torce e apoia o Villa, como o Emanuel Carneiro e tantos outros. Deixo o meu agradecimento e a esperança de que, com essa parceria, o Villa Nova possa ressurgir no cenário do futebol mineiro e nacional. Estamos na expectativa para que o Villa conquiste o acesso no Módulo II e volte a se tornar um dos grandes clubes do futebol mineiro", frisou.