Aos quatro minutos do segundo tempo, Felipe Fernandes de Lima marcou pênalti de Igor Rabello, do Atlético, sobre Felipe Azevedo, do América. No entendimento de Juliano Lopes Lobato, a marcação foi correta, uma vez que houve carga nas costas do atacante americano e não no ombro.
Em áudio enviado à imprensa, o presidente da Comissão de Arbitragem fez a sua análise. “O jogador do Atlético, o defensor do Atlético (Igor Rabello) faz uma carga nas costas do jogador do América usando força desproporcional. E com essa carga, o atleta do América cai no chão, e uma penalidade é marcada. Nesse caso, a cabine do VAR estava checando a imagem que o árbitro marcou a penalidade com a sua intuição. Ele estava bem colocado no jogo, no lance, de frente para o lance. Enquanto isso, a cabine do VAR estava checando a imagem. A imagem foi checada e mostrou que o árbitro acertou em marcar essa penalidade”.
A decisão mais polêmica do árbitro, no entanto, ocorreu já aos 47 minutos do segundo tempo, ao não marcar pênalti para o América. Depois de bola alçada na área do Atlético, o zagueiro americano Eduardo Bauermann saltou para cabecear e foi tocado. No entendimento da Comissão de Arbitragem da FMF, quem fez a carga sobre o defensor do Coelho foi o colega Alê e não Igor Rabello, do Galo.
“O jogador do América (Eduardo Bauermann) sobe para cabecear a bola, já está no seu plano de voo e é tocado pelo jogador número 11 da própria equipe do América. Não há qualquer tipo de falta do jogador do Atlético no jogador do América. Enquanto isso, a imagem estava sendo checada pela cabine do VAR, que chegou à conclusão de campo, de que realmente não houve falta”, argumentou Juliano Lopes Lobato.
América discorda
Imagens exclusivas dos dois lances, também enviadas à imprensa, foram apresentadas à direção do América nesta segunda-feira, em reunião na FMF. Representaram o clube o presidente Alencar da Silveira Júnior, o comandante do departamento de futebol, Marcus Salum, e o membro do Conselho de Administração, Euler Araújo.
No entendimento do América, houve sim um toque de Igor Rabello sobre Eduardo Bauermann nos acréscimos do clássico, o que caracterizaria o pênalti.
A cúpula americana também teve acesso ao áudio da comunicação entre o árbitro de campo, Felipe Fernandes de Lima, e o árbitro de vídeo, Emerson de Almeida Ferreira. Segundo Marcus Salum, a gravação deixa claro que o responsável pelo VAR induziu o árbitro de campo a não ver o lance de vídeo na cabine.
A Federação Mineira de Futebol não tornará o áudio do VAR público.
Veja, a seguir, a análise de Marcus Salum sobre os vídeos apresentados pela Federação Mineira e sobre os lances polêmicos da final contra o Atlético. Com o empate por 0 a 0 no sábado, o Galo se sagrou campeão mineiro de 2021.
Posição de Marcus Salum
“O primeiro pênalti foi claro, o juiz apitou e foi confirmado pela cabine. O segundo foi um lance polêmico porque tem mais de uma opinião, mas no nosso entendimento foi claríssimo. O jogador do Atlético empurrou o jogador do América antes de a bola chegar, mas, no entendimento da cabine, a mão que tocou no jogador do América era a mão de referência do zagueiro (Igor Rabello). Não consegui entender essa frase até agora (‘mão de referência’). Mas, de toda forma, o juiz tentou ir à cabine e foi impedido pelo comando, que disse que não havia necessidade”, declarou.
“Nós lamentamos muito, porque isso mancha a boa arbitragem do Felipe. Tenho que reconhecer que ele apitou o jogo muito bem e infelizmente a cabine do VAR, no nosso entendimento, não agiu da forma que teria que agir”, concluiu Salum.