Em clássico com cenário de equilíbrio, Cruzeiro e América se enfrentam neste domingo, às 16h, no Mineirão, pelo jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro. Graças à campanha superior na primeira fase, o alviverde terá a vantagem de avançar com dois empates ou vitória e derrota pela mesma diferença de gols. O duelo de volta será daqui uma semana (9), às 16h, no Independência.
Na classificação, o América foi o segundo, com 22 pontos, enquanto o Cruzeiro terminou em terceiro, com 20. Na quinta rodada, os rivais mediram forças no Horto, em 21 de março. A equipe treinada por Lisca jogou melhor e venceu por 1 a 0 com gol de Joseph, zagueiro improvisado na lateral direita, aos 34 minutos da etapa inicial. O atacante Léo Passos ainda perdeu um pênalti nos acréscimos do segundo tempo.
Após ganhar em casa, o América se manteve no G4 do estadual, porém com ligeira queda de produtividade nos resultados. Se nas cinco primeiras rodadas o time somou 12 pontos (80%), nas seis últimas contabilizou 10 (55,55%). Já o Cruzeiro trilhou caminho inverso: começou o Mineiro em baixa, com 7 pontos em 15 possíveis (46,6%), depois arrancou rumo ao mata-mata ao obter 13 em 18 (72,22%).
O ponto máximo da campanha celeste até o momento foi a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético, em 11 de abril, no Mineirão, pela nona rodada. Nesse jogo, os comandados de Felipe Conceição se destacaram pela marcação sob pressão e velocidade dos extremos. O gol saiu aos 16 minutos do segundo tempo após troca de passes entre Matheus Pereira e Rafael Sobis e finalização de Airton. Uma semana antes, em 4 de abril, o América havia perdido para o alvinegro por 3 a 1.
O Cruzeiro terá modificações em relação ao duelo da primeira fase. A principal é a presença do volante Rômulo, que se adaptou rapidamente às ideias de Conceição e se tornou peça-chave no esquema tático com sua qualidade no passe, no posicionamento e no condicionamento físico.
As demais alterações consistem nas entradas do zagueiro Weverton, do volante Matheus Barbosa e dos atacantes Bruno José e Rafael Sobis. Cinco jogadores que começaram em campo no Independência ficam no banco de reservas - Eduardo Brock, Alan Ruschel, Jadson, Marcelo Moreno e Felipe Augusto.
O América também ajustou a equipe com o recém-contratado Bruno Nazário na função de Ademir, ainda sem repetir o futebol da Série B de 2020, na qual marcou 8 gols em 28 partidas. Vale ressaltar que o então camisa 10 não enfrentou o Cruzeiro em 21 de março por causa de uma negociação com o Palmeiras. Marcelo Toscano foi o substituto.
Outras novidades são o volante Zé Ricardo e o lateral-direito Diego Ferreira, ambos acionados no segundo tempo do clássico, e o meia Felipe Azevedo, ausente na primeira fase por causa de lesão muscular na coxa esquerda. Além de Toscano, saíram do time posteriormente Sabino, Joseph e Gustavinho.
Ainda existe a chance de o lateral-esquerdo Marlon, ex-Sampaio Corrêa, estrear pelo América. Isso porque João Paulo foi preservado de algumas atividades ao longo da semana em decorrência de desgaste muscular. Tanto que o zagueiro Anderson foi deslocado para a ala no jogo do último domingo contra a URT.
América venceu o Cruzeiro por 1 a 0, no Independência, em 21 de março - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Ainda existe a chance de o lateral-esquerdo Marlon, ex-Sampaio Corrêa, estrear pelo América. Isso porque João Paulo foi preservado de algumas atividades ao longo da semana em decorrência de desgaste muscular. Tanto que o zagueiro Anderson foi deslocado para a ala no jogo do último domingo contra a URT.
Frases
Cruzeiro e América chegam embalados à semifinal em virtude das respectivas goleadas sobre Patrocinense (4 a 0, no Mineirão) e URT (5 a 0, no Zama Maciel, em Patos de Minas) na 11ª rodada. Apesar do otimismo de ambas as partes, técnicos e jogadores adotaram o discurso de clássico sem favorito e de cenário diferente ao da etapa qualificatória.
Felipe Conceição, técnico do Cruzeiro
“A questão do favoritismo é muito da imprensa e da torcida, do externo. O futebol se resolve dentro de campo. É lógico que o América tem processo de médio a longo prazo, e isso dá uma solidez, dá uma consistência. Uma equipe que ano passado chegou nas finais e o Cruzeiro não. Estamos crescendo ainda, mas o futebol se resolve dentro de campo e vamos buscar passar por essa fase e chegar na final do Campeonato”.
Lisca, técnico do América
“A vantagem vale muito no final do segundo jogo, né? Não adianta você começar 180 minutos pensando em empatar dois jogos. É uma vantagem importante? É. Mas no ano passado, nós tínhamos a vantagem contra o Galo e acabamos sendo eliminados. Não é uma situação definitiva. É uma vantagem que pode pesar no decorrer dos 180 minutos, mas eu tenho certeza que tanto o América como o Cruzeiro vão entrar para ganhar as partidas”.
Juninho, volante do América
“Para a gente, não existe (favoritismo). Fase final não tem mais isso. Todo mundo chega com a mesma possibilidade de avançar, de vencer. Mas a gente não pode fugir da realidade, né? Hoje, o América está na Série A e o Cruzeiro na Série B. A gente não pode fugir disso, mas nós, jogadores, estamos muito centrados no campo, que a gente sabe que quando entra ali não tem isso. Isso não ganha jogo. A gente chega focado, pensando nas dificuldades que a gente vai enfrentar no jogo e sabendo do nosso potencial. (...) A gente não pensa que já está ganho, a gente não vai com isso. Muito pelo contrário: a gente vai respeitando muito o adversário, mas sabendo que a gente pode sair vitorioso”.
Matheus Barbosa, volante do Cruzeiro
“Já faz um mês que teve aquele jogo. Ainda estava naquela fase em que o professor conhecia o grupo e passava o estilo de jogo dele. A gente ainda estava entendendo o trabalho. Acredito que hoje estamos mais preparados e evoluímos bastante como equipe. Já entendemos melhor a forma de o professor trabalhar, então acredito que essa é a diferença do jogo passado para esse jogo”.
Retrospecto
O embate deste domingo será o 374º da história. São 158 vitórias do Cruzeiro, 103 do América e 112 empates. Considerando apenas o Campeonato Mineiro, a supremacia celeste é ainda maior: 104 triunfos, 67 empates e 55 reveses. No século 21, os times se enfrentaram cinco vezes na semifinal do Mineiro, com três classificações da Raposa (2004, 2017 e 2019) e duas do Coelho (2012 e 2016).
CRUZEIRO X AMÉRICA
CRUZEIRO
Fábio; Cáceres, Weverton, Ramon e Matheus Pereira; Adriano, Matheus Barbosa e Rômulo; Bruno José, Airton e Rafael Sobis
Técnico: Felipe Conceição
AMÉRICA
Matheus Cavichioli; Diego Ferreira, Eduardo Bauermann, Anderson e João Paulo (Marlon); Zé Ricardo, Juninho e Alê; Bruno Nazário, Felipe Azevedo e Rodolfo
Técnico: Lisca
Motivo: jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro
Estádio: Mineirão
Data: domingo, 2 de maio de 2021
Horário: 16h
Árbitro: Marco Aurélio Augusto Fazekas Ferreira
Assistentes: Celso Luiz da Silva e Marcus Vinícius Gomes