O prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, endureceu as medidas restritivas para conter a COVID-19 na capital mineira. Na tarde desta sexta-feira (5/3), ao anunciar que a cidade voltou à “estaca zero”, o chefe do executivo municipal comentou sobre o futebol em meio à pandemia do coronavírus.
Logo depois de anunciar o fechamento do comércio em Belo Horizonte a partir deste sábado (6/3), Kalil informou que os jogos de futebol continuam permitidos na capital. "Futebol continua como está, porque não vai afetar diretamente. Estamos falando de lojas, bares, restaurantes. Não estamos falando de um evento sem público uma ou duas vezes por semana. É todo mundo ter distanciamento".
Por outro lado, Kalil criticou a CBF pela realização da Copa do Brasil a partir da próxima semana, com 40 jogos em diferentes estados. Segundo ele, o técnico Lisca, do América, acertou ao pedir à entidade para adiar a competição, uma vez que longas viagens vão expor atletas e profissionais dos clubes ao coronavírus e suas novas variantes.
"É um assunto muito delicado o futebol. O próprio treinador do América, o Lisca, disse que viajar para Manaus agora é uma maluquice. Como eu não sou presidente do Atlético, mas já fui, meu time não ia sair de Belo Horizonte. Mas o meu time - quer dizer, eu não mando mais -, eu acho que disputar uma Copa do Brasil hoje é uma aberração. O número que envolve profissionais hoje, no futebol, sem dúvidas é muito baxo para falar que vai disseminar. Mas estamos colocando treinadores, jogadores... Porque algumas cepas, que os infectologistas acham que estão pegando crianças, não só jovens, mas crianças, então eu acho uma temeridade sim".
Comércio fechado
Kalil fechará o comércio de novo a partir das 14h deste sábado (6), com permissão de funcionamento apenas para os serviços essenciais, como supermercados, padarias, farmácias e postos de combustível. A medida se faz necessária, segundo o prefeito, diante do avanço da taxa de transmissão por infectado e da ocupação de UTIs e enfermarias na capital.
"Nós vamos trancar a cidade novamente. São números assustadores. Eu fui tomado por um otimismo enganoso e perigoso. Voltamos à estaca zero", afirmou o prefeito Alexandre Kalil ao anunciar o fechamento.
Preocupação com as variantes
Variantes do novo coronavírus circulam em Belo Horizonte. Este fato também foi determinante para o fechamento da cidade. Os pesquisadores já detectaram três variantes na capital, segundo o infectologista Unaí Tupinambás que faz parte do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da COVID-19 da prefeitura.
Dois terços dos infectados na cidade são de pessoas com as variantes, entre as quais estão quatro crianças. "Nós não estamos contaminando mais o pai e a mãe. Nós estamos contaminando o filho. Então, aviso à população de Belo Horizonte: quem não tem medo de matar o avô e a avó, cuidado para não matar o sobrinho e o filho. Isso toca o coração da gente profundamente", frisou o prefeito.