O futebol já tem data para voltar em Minas, 26 de julho, com a retomada do Módulo I do Campeonato Mineiro. Mas até lá muita coisa pode ocorrer, como mostram percalços vividos por clubes e até pelos árbitros na preparação para voltar à disputa depois de mais de quatro meses de paralisação.
Nesta sexta-feira (17/7), a Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF) suspendeu os treinos técnicos que vinha realizando no campo do Santa Luzia, no bairro São Joaquim, de Contagem. Isso porque houve mudança na forma como a administração do município da Grande BH vinha prevenindo a propagação do novo coronavírus, agora seguindo a tutela do Governo do Estado.
“Tínhamos autorização da Prefeitura de Contagem para realizar as atividades desde 9 de julho. Mas na quinta-feira o executivo municipal aderiu ao programa Minas Consciente (do governo mineiro, que prevê a reabertura gradual das atividades econômicas consideradas não-essenciais). Então, resolvemos procurar outro lugar para treinar, sem nenhum tipo de problema, muito mais por precaução do que por qualquer outra coisa”, afirma o presidente da Comissão de Arbitragem da FMF, Juliano Lopes Lobato.
Enquanto não se define o novo local ou se obtenha uma nova autorização do Comitê Intersetorial de Enfrentamento à COVID-19 de Contagem, os trabalhos continuarão de forma remota. Para isso, estão sendo enviados vídeos para todos os 30 árbitros e árbitros assistentes que haviam sido selecionados para atuar no restante do Mineiro, incluindo as duas últimas rodadas da primeira fase, as quatro partidas da semifinal e a final.
Para conseguir fazer trabalho em campo, a FMF havia se comprometido em adotar uma série de medidas para combater a epidemia. Entre elas, treinamento em dias alternados, reunindo o máximo de 17 oficiais da arbitragem, o que permite o cumprimento da exigência de distanciamento de no mínimo 5 metros entre as pessoas durante os treinamentos; aferição da temperatura corporal dos envolvidos antes das atividades; utilização de material de hidratação individual; fornecimento de álcool em gel e outros produtos para higienização; utilização de máscaras de proteção de boca e nariz antes e após as atividades físicas, acesso individual dos árbitros ao local, já com a roupa de treino; e vestiários fechados.
Clubes
Entre os clubes, as dificuldades impostas pela pandemia também se fazem presente. No Coimbra, por exemplo, nada menos que 12 jogadores de um total de 23 tiveram de ser afastados dos treinos, pois três testaram positivo para a COVID-19 e três tiveram resultados inconclusivos, além de seis que dividiam quarto com eles.
Outras agremiações também tiveram de afastar atletas. E ainda sofreram perdas de jogadores, tendo de remontar às pressas os elencos para a disputa, interrompida depois da nona rodada, encerrada em 15 de março. A maior parte dos atletas tinham vínculo até o início de maio, quando estava previsto o fim do Estadual.