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CAMPEONATO MINEIRO

Sete times têm como principal ambição a permanência na elite do Campeonato Mineiro

Sete times cujo principal objetivo é não cair para o Módulo II

Ivan Drummond
Do time de 2019 da Caldense, permaneceram 15 jogadores - Foto: Renan Muniz/Caldense No último dia da série “Campeonato Mineiro 2020”, vamos apresentar sete times cujo principal objetivo é não cair para o Módulo II. Chegar entre os quatro semifinalistas já será motivo de muita comemoração para Boa, Caldense, Patrocinense, Tupynambás, Uberlândia, URT e Villa Nova. Uma boa classificação na competição será importante para essas equipes, que podem disputar as Séries C e D de 2021 e se classificar para a Copa do Brasil de 2021. A briga promete ser boa e o torcedor poderá reencontrar com alguns personagens com história no futebol. Um deles é o atacante Ademilson, do Tupynambás, que aos 45 anos será atleta mais velho na competição. No meio-campo do Villa, um campeão da Tríplice Coroa com o Cruzeiro: o volante Augusto Recife. 


Boa Esporte

O time da Varginha tenta se reerguer no cenário nacional. E o Estadual é, para todos, o ponto de partida para esse objetivo. Foi o quarto colocado na competição do ano passado e sonha em repetir o desempenho, o que lhe daria vaga na Copa do Brasil em 2021, além de lhe garantir vaga ou na Série C ou na D do Brasileiro. O Boa vem de uma temporada ruim na Série C, um ano depois de cair da B. Para melhorar, o técnico Nedo Xavier aposta na renovação do grupo. As principais contratações foram: Carlinhos (lateral-esquerdo, de 23 anos, ex-Atibaia); Gledson (volante, 24, ex-Atibaia); Henrique Moura (zagueiro, 28, ex-Sebail PFK, do Azerbaidjão); e Léo Gotera (volante, 23, ex-Luverdense).

Caldense

Sexta colocada na temporada passada, a Caldense é hoje um time com poucas alterações em relação ao que disputou o último Mineiro e a Série D do Brasileiro do ano passado. Do time de 2019, permaneceram 15 jogadores. As principais contratações foram o volante Daniel Carvalho (ex-Palmeiras e Bragantino) e os meias André Lima (ex-Maringá-PR) e Luciano Mandi (ex-São Caetano e Boston City). Para comandar o time de Poços de Caldas, a aposta é em um jovem treinador, Marcus Paulo Grippi, que passou por Bragantino e XV de Novembro-SP.

Patrocinense

Sétimo colocado no último Mineiro, o Patrocinense é comandado agora por Thiago Oliveira, um treinador de pouca experiência. O clube tinha contratado 27 jogadores para a disputa da competição, no entanto, o armador Igor Alves e o atacante Pedrinho deixaram o time de Patrocínio há poucos dias. A preparação teve início em dezembro, com o treinador dando ênfase à preparação física. A parte tática passou a ser aprimorada este ano.


Patrocinense montou um novo elenco para a disputa do Campeonato Mineiro - Foto: Assesdoria Patrocinense/Divulgacao
Segundo Thiago Oliveira, a prioridade é conseguir vaga na Série D de 2021. Do grupo que disputou o Mineiro em 2019, apenas um jogador permaneceu, o zagueiro Betão. As principais contratações são o goleiro Thiago Passos (ex-Rio Claro, São Bernardo e São Caetano); o lateral-esquerdo Pedro Rosa (ex-CSA e Sertãozinho); o armador Iago Sampaio (ex-Criciúma, Grêmio e Figueirense); o atacante Paulo Renê (ex-América-RN e Botafogo-PB); e o volante Rafael Gladiador (ex-Bahia e Cabofriense).

Tupynambás

Veterano Ademilson voltará a disputar o Mineiro pelo Tupynambás - Foto: Fernando Priamo/Tribuna de MinasDepois de ter sido oitavo no último Estadual, o clube vive um novo tempo, pois festeja a solidificação de suas equipes nas divisões de base depois de uma parceria feita no ano passado com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), quando conseguiu acesso ao Mineiro nas categorias Sub-15 e Sub-17. Além disso, o time da Zona da Mata conquistou o título da Copa Alterosa Sub-20, que resultou na revelação de cinco jogadores: Mateus, Lucas, Gabriel Sá, Ramon e Bruno Vieira, que assinaram o primeiro contrato profissional. O treinador Paulo Campos diz que os objetivos na temporada são estar entre os quatro primeiros do Estadual e avançar à Série C, ao final da disputa da D do Brasileirão.

No Tupynambás está o jogador mais velho do Campeonato Mineiro: Ademilson, de 45 anos. Gaúcho, natural de Erechim, ele começou a carreira no futebol aos 20 anos, defendendo o Ypiranga, de sua terra. A partir daí, iniciou uma verdadeira peregrinação pelo Brasil e no exterior. Está no futebol mineiro desde 2007 e esta é sua segunda passagem pelo Tupynambás. O mais curioso sobre Ademilson é que ele é ídolo da torcida do maior rival do seu atual time, o Tupi. Mas faz questão de lembrar que “também tenho conquistas pelo Tupynambás e quero seguir fazendo história aqui, ajudando o time não só a permanecer no Módulo I, mas conquistar uma vaga ou na Série D ou na Copa Brasil.”


Uberlândia

Comandado pelo técnico Felipe Surian, contratado no final de 2019, o Verdão aposta na experiência de seus jogadores. Os maiores destaques são o armador Luizinho, de 23 anos – que defendeu o Inter-SC, de Lages, e XV de Novembro-SP – e o experiente volante Leandro Salino. Além deles, o time do Triângulo conta também com o centroavante Tiago Amaral, de 34 anos, o goleiro Diego e os zagueiros Tayron e Rogério, que estavam na equipe na volta à elite do Mineiro. Foram contratados o lateral-esquerdo Fábio Alves, o volante Jô e o atacante Felipe Alves, que eram da URT, e o goleiro Rafael, ex-Vasco e Fluminense.

No comando do meio-campo alviverde está Leandro Salino, de 34 anos, destaque do Ipatinga na conquista do título estadual de 2005, além de campeão carioca e da Taça Guanabara, com o Flamengo, em 2007. Salino tem também títulos no exterior. Foi bicampeão da Liga Portuguesa com o Braga, em 2012/13, e tricampeão grego com o Olympiakos, em 2013/14/15. No retorno ao Brasil, conquistou o título baiano com o Vitória, em 2017.

“Vim para o Uberlândia convidado pelo técnico Felipe Surian. O objetivo do clube é se classificar com a melhor pontuação possível, ser campeão do interior, porque aí já dará direito à Copa do Brasil e vaga pra série D em 2021. Foi montado um grupo forte pra isso. O título é mais difícil, mas não impossível. Já fui campeão e vice do Mineiro com um time do interior, que foi o Ipatinga. No futebol, tudo pode acontecer”, afirma o jogador, que esbanja confiança.


URT

O destaque maior da URT estará no banco, o experiente técnico Ademir Fonseca. Segundo ele, o primeiro objetivo da temporada é conseguir classificação para a Série D, mas não está descartada a possibilidade de brigar por uma vaga na Copa Brasil. O treinador tem à disposição 27 jogadores, com destaque para o atacante Adalgísio Pitbull, que teve bom desempenho jogando no Nordeste, onde defendeu Botafogo-PB, Mossoró-CE, Guarani de Sobral-CE, Icasa-CE e Baraúnas-RN. Na sexta-feira, o clube anunciou a chegada de Euller, atacante de 24 anos revelado pelo Fluminense.

Uma das apostas do time de Patos de Minas é Márcio Passos, de 34 anos, que vai jogar no estado pela primeira vez. No Brasil, ele atuou no interior paulista, vários times do Nordeste e em Manaus. O volante foi campeão iraniano pelo Sepahan Isfahan, em 2015. “É minha primeira vez no futebol mineiro e chego com uma boa expectativa. Acredito que possamos surpreender. Esta será a quinta vez que trabalharei com o nosso técnico, Ademir Fonseca”, diz o jogador.

O fato de ter jogado no Irã o deixou conectado com o país e ele tem uma grande apreensão com o que acontece na região. “Tenho amigos lá. A gente se fala quase que diariamente pelo Facebook e Whatsapp. Ele dizem que o momento é tenso, melhorou um pouco essa semana, mas que o medo é um companheiro constante. Sinceramente, espero que tudo se resolva e que o povo de lá, que é um povo bacana, possa viver em paz.”


Villa Nova

A expectativa é que a lição de 2019, quando o time quase foi rebaixado – escapou na última rodada, terminando na nona colocação –, tenha sido aprendida. São muitas as novidades, começando pelo técnico: o ex-comandante da base cruzeirense, Emerson Ávila. A preparação do time foi diferente de anos anteriores. Foram 34 dias de treinos na Toca da Raposa I. O time está bastante reforçado, com destaque para o volante Augusto Recife, campeão da Tríplice Coroa com o time celeste, em 2003. Além dele, o time de Nova Lima contratou três jogadores da base do Cruzeiro: Victor Luiz (lateral-esquerdo), Laércio (atacante) e Zé Eduardo (atacante). O goleiro Ricardo Vilar (ex-Tupi) e o zagueiro Sabino, emprestado pelo América, são outros destaques. O time de Nova Lima é, entre os times do interior, o que mais títulos conquistou, cinco ao todo (1932/33/34/35/51).

Augusto Recife, de 36 anos, que já foi campeão brasileiro, da Copa do Brasil e mineiro com o Cruzeiro, e também conquistou o Regional com o Ipatinga, será o comandante do Villa Nova dentro de campo. Ele foi contratado por indicação do diretor de futebol, o ex-lateral-direito Luizinho, que foi seu companheiro no Cruzeiro em 2006. “Tornou-se um grande amigo, pois, depois do Cruzeiro, fomos juntos para o Santa Cruz. No final do ano passado, ele me ligou falando do projeto e perguntando se queria vir para Nova Lima. Topei.”