Superesportes

CLÁSSICO

Cruzeiro x Atlético: empresa que era dona de camarote no Mineirão ajudará polícia a identificar brigões do clássico

Na nota, a empresa atribuiu os atos de violência a convidados

Redação
Atleticanos invadiram camarote destinados a cruzerenses e iniciaram briga generalizada - Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press
A empresa APVS Brasil, proprietária do camarote no Mineirão onde ocorreram atos de violência no clássico entre Cruzeiro e Atlético, no dia 10 de novembro, divulgou nota de esclarecimento e informou que ajudará a Polícia Civil a identificar os torcedores protagonistas das cenas de selvageria.

Na nota, a empresa atribuiu os atos de violência a convidados: “alguns convidados do camarote que a associação mantinha no estádio, em lamentáveis condutas individuais, praticaram atos totalmente incompatíveis com os códigos de conduta e ética da APVS”.

A lista com os nomes de todos os presentes no camarote já foi enviada à Polícia Civil. Paralelamente, a empresa “iniciou apuração interna para depurar as responsabilidades dos convidados envolvidos no lamentável episódio, visando a orientação das futuras providências a serem adotadas”.

Na parte final da nota, a APVS reiterou “seu repúdio a qualquer conduta que, de alguma forma, incite a violência, a segregação ou a discriminação”.

Na quarta-feira, a Minas Arena, operadora do Mineirão, informou que rompeu o contrato que mantinha com a empresa proprietária do camarote e estabeleceu uma multa pelos incidentes. A administradora do estádio ainda repassou à Polícia Civil informações recebidas e que podem contribuir com as investigações. Arquivos do circuito interno do estádio foram colocados à disposição dos órgãos competentes.


Praça de guerra

Mineirão virou praça de guerra após o empate por 0 a 0 entre Cruzeiro e Atlético. Cruzeirenses e atleticanos se enfrentaram em confusão que envolveu invasão de setor, quebra de cadeiras, bombas de efeito moral e gás de pimenta

A confusão se iniciou pouco depois de o jogo acabar, por volta das 18h. Torcedores de Atlético e Cruzeiro começaram a se provocar com cânticos.

Em dado momento, um torcedor do Cruzeiro, instalado em um dos camarotes, atirou uma garrafa nos atleticanos.

Atleticanos, então, invadiram o setor Mineirão Tribuna e camarotes destinados originalmente a cruzeirenses. Para isso, entraram em confronto com seguranças privados do estádio.

Quando a invasão se consumou, torcedores do Cruzeiro responderam e também partiram para o confronto. Foi aí que o Mineirão virou praça de guerra.

Torcedores do Atlético que ocupavam a parte superior da arquibancada do Mineirão quebraram cadeiras e as arremessaram para baixo.
Copos também foram lançados.

Em número pequeno, policiais militares, que demoraram a chegar, interviram com tiros para o alto, bombas de efeito moral e muito gás de pimenta. A correria, então, se intensificou.

Torcedores partiram em direção à área interna de camarotes. O gás de pimenta chegou aos corredores do Mineirão e às regiões de aglomeração de pessoas, onde muitos passaram mal e precisaram ser atendidos em ambulâncias.

Depois, a confusão seguiu generalizada no estacionamento, próximo dos camarotes e do vestiário do Cruzeiro.

Segundo a Minas Arena, 580 profissionais da empresa privada Esquadra estavam escalados para fazer a segurança do clássico. Aproximadamente 130, porém, não foram ao trabalho por diversos motivos, entre eles o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado durante a tarde de domingo.

A responsabilidade da segurança interna do Mineirão é da empresa privada. O Batalhão de Choque da Polícia Militar só intervém em caso de confronto, como ocorreu após o jogo. 

Em função da violência em mais um clássico, Cruzeiro e Atlético entraram em consenso sobre a realização de jogos com uma só torcida a partir de 2020. Apenas o mandante poderá comercializar ingressos.

Leia também: Cruzeiro e Atlético são denunciados ao STJD por incidentes do clássico

Nota de esclarecimento

Em função das notícias que vem sendo divulgadas pela imprensa sobre os eventos ocorridos no clássico entre Cruzeiro e Atlético no estádio Mineirão, a APVS, através de sua diretoria, vem a público informar que repudia todo e qualquer ato de violência e esclarece que:

Alguns convidados do camarote que a associação mantinha no estádio, em lamentáveis condutas individuais, praticaram atos totalmente incompatíveis com os códigos de conduta e ética da APVS.

Em virtude do ocorrido, a APVS, após receber gravações da administração do estádio, que comprovaram a prática das referidas condutas, iniciou apuração interna para depurar as responsabilidades dos convidados envolvidos no lamentável episódio, visando a orientação das futuras providências a serem adotadas.

A APVS informa que se colocou à inteira disposição das autoridades para esclarecimentos dos fatos, e solicitada, forneceu prontamente a lista dos presentes ao evento, além de estar disponível para atender qualquer outra medida neste sentido.

Por fim, a APVS reitera seu repúdio a qualquer conduta que, de alguma forma, incite a violência, a segregação ou a discriminação.

A APVS declara seu irrestrito apoio ao esporte como instrumento de lazer e integração social e se alinha a todos os entes da sociedade e autoridades nos esforços para a busca da paz nos estádios de futebol ou de qualquer outra modalidade esportiva.

Alexandre Scarpelli
Presidente da APVS Brasil


.