Atualizada às 22h22
Aos 34 anos, o goleiro Bruno Fernandes está perto de voltar ao futebol. Condenado como mandante do assassinato da modelo Eliza Samudio em 2010, ele acertou contrato para representar o Poços de Caldas na terceira divisão do Campeonato Mineiro de 2020. O presidente do Vulcão, o empresário Paulo César Silva, que assumiu o clube há pouco mais de dois meses, confirmou ao Superesportes que as conversas estão avançadas.
"Falta o OK da diretoria, que vai se reunir amanhã (quarta-feira). Nosso patrocinador já deu aval. Além do Bruno, tem outros três, quatro jogadores, que serão anunciados, dentro do nosso planejamento para subir e disputar a Primeira Divisão de 2022", informou o dirigente. "Sabemos de toda a consequência que pode vir (com o acerto). O Jurídico está dando andamento, pois pelo que sei, ele depende de liberação para que ele possa treinar e morar em Poços e Caldas", acrescentou Paulo César Silva.
Objetivo do clube, segundo o presidente, é que ele seja apresentado no início de setembro. "Vai demorar entre 10 e 15 dias para assinar contrato e fecharmos tudo para fazer a apresentação, que deve ser entre o dia 1º e 2 de setembro".
Em 18 de julho, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu progressão de pena a Bruno e ele teve direito ao regime semiaberto. Uma das exigências do juiz Tarciso Moreira de Souza, inclusive, era que o goleiro trabalhasse.
Segundo a decisão judicial que o concedeu o regime semiaberto, Bruno deve ficar em casa no período entre 20h e 6h. A decisão anulou a falta grave cometida pelo réu, aplicada devido à matéria publicada pela TV Alterosa Sul de Minas, na qual o ex-jogador do Atlético é flagrado em um bar na companhia de mulheres e com uma lata de cerveja em cima da mesa.
Ainda de acordo com o documento, Bruno “satisfaz as exigências subjetivas e objetivas para a concessão da progressão de regime para o semiaberto”. O magistrado também ressaltou que o goleiro "já cumpriu o lapso temporal necessário da pena imposta no regime fechado". O juiz destaca, ainda, que a “conduta carcerária” do ex-jogador lhe garante a “reinserção à vida social”.
A reportagem telefonou para a advogada do goleiro, Mariana Migliorini, mas ela não respondeu às mensagens nem atendeu às ligações.
Possível obstáculo
Uma exigência do juiz Tarciso Moreira de Souza, no entanto, pode atrapalhar os planos de Bruno Fernandes. Conforme o documento que garantiu ao goleiro a progressão de pena, ele não pode deixar a comarca de Varginha sem prévia autorização do Poder Judiciário.
Por isso, Bruno pode ter dificuldades para treinar no município de Poços de Caldas, distante 154 quilômetros de Varginha. O mesmo vale para as partidas fora de casa.
A reportagem entrou em contato com o Tribunal de Justiça para verificar a questão na noite desta terça-feira e ainda não recebeu posicionamento sobre a negociação de Bruno com o Poços de Caldas.