A saga envolvendo os comandantes é curiosa. Nos últimos dois clássicos entre eles, pela decisão do Campeonato Mineiro (em abril), a situação era inversa. Enquanto Mano ganhou ainda mais prestígio com a conquista de seu segundo título estadual, Rodrigo Santana viveu por um período cercado de dúvidas sobre sua capacidade depois da perda do troféu e só se manteve no cargo graças à regularidade positiva no Brasileiro, na Sul-Americana e na Copa do Brasil combinados com uma configuração tática mais organizada que a do antecessor, Levir Culpi.
Desde que retornou ao Brasil, Mano certamente vive o período de maior pressão no Cruzeiro. Nem mesmo o fato de ele ter sido bicampeão da Copa do Brasil e do Estadual ameniza as críticas do torcedor, que vem se decepcionando com a queda de rendimento coletivo da equipe, sem vencer há nove jogos. Há quem diga que, se a Raposa for desclassificada pelo maior rival, o treinador seria demitido – algo inédito em sua trajetória nos clubes do país – depois de quase três anos à frente do time (é o treinador de Série A mais longevo no futebol nacional).
Na fase ruim, Mano vem blindando o grupo de jogadores e assumindo a responsabilidade pelos resultados negativos. A última vitória do Cruzeiro foi há mais de dois meses, diante do Goiás (2 a 1), no Mineirão. Além do momento ruim, a Raposa vem sofrendo com baixas de atletas que deixaram a Toca: nos últimos meses, perdeu o zagueiro Murilo, o volante Lucas Silva e os atacantes Rafinha e Raniel.
O treinador celeste relativiza os problemas extracampo e aposta na força de superação de seus comandados: “Nós somos o Cruzeiro, o time, o torcedor. Temos que, dentro do campo, mostrar como sempre a capacidade e grandeza desse grupo que vem conquistando títulos juntos. Não temos problemas de salário, nada. O Cruzeiro estará forte na disputa com o Atlético nessas quartas de final. O resto é paralelo”.
NOS PLANOS
Ainda sem vencer o Cruzeiro, Rodrigo Santana fará nesta noite o seu primeiro jogo desde que foi efetivado no cargo, há cerca de duas semanas. Antes de chegar ao Galo, o treinador teve experiências em clubes menores – obteve duas vezes o título de campeão mineiro do interior com a URT, em 2017 e 2018 – e carrega a missão de manter o ritmo de antes da Copa América, já que brigava pelas primeiras posições no Brasileiro e terminou em quinto lugar até a nona rodada.
Ainda sem vencer o Cruzeiro, Rodrigo Santana fará nesta noite o seu primeiro jogo desde que foi efetivado no cargo, há cerca de duas semanas. Antes de chegar ao Galo, o treinador teve experiências em clubes menores – obteve duas vezes o título de campeão mineiro do interior com a URT, em 2017 e 2018 – e carrega a missão de manter o ritmo de antes da Copa América, já que brigava pelas primeiras posições no Brasileiro e terminou em quinto lugar até a nona rodada.
Independentemente do desfecho nos dois clássicos, o discurso da diretoria é de que Rodrigo Santana estará nos planos do clube até o fim do ano, quando expira seu contrato. O time alvinegro tenta se manter no grupo de elite do Brasileiro, pelo menos assegurando vaga na Libertadores, e terá mata-matas pela Copa Sul-Americana (encara o Botafogo, pelas oitavas de final). “No dia a dia, o Rodrigo reuniu condições, experiências e posturas de quem poderia nos conduzir numa temporada importante para nós. Nunca foi uma improvisação (desde que assumiu a equipe). O Rodrigo passa a ter outra remuneração, completamente diferente da que ele tinha no clube. Isso é importante, senão vira só discurso”, afirmou o diretor de futebol, Rui Costa.
FRENTE A FRENTE
Mano Menezes
57 anos
Natural de Passo do Sobrado (RS)
No cargo desde 26 de julho de 2016
Desempenho no clássico
18 jogos
7 vitórias
6 empates
5 derrotas
Rodrigo Santana
37 anos
Natural de Santos (SP)
No cargo desde 12 de abril de 2019 (foi efetivado em 24 de junho)
Desempenho no clássico
2 jogos
1 empate
1 derrota
.