O julgamento desta terça-feira foi em Primeira Instância, na Quarta Comissão Disciplinar, e o Villa Nova ainda pode recorrer ao Pleno do TJD para tentar inverter a decisão desfavorável. Por quatro votos a um, os auditores da sessão do TJD decidiram pela punição ao clube de Nova Lima, que terminou o Mineiro com 5 pontos negativos, na lanterna, deixando o Tupi, também rebaixado, em penúltimo, com quatro. O Guarani, autor da denúncia à Procuradoria do TJD, se salvou da queda com dez pontos.
O voto contrário à punição ao Villa Nova foi o presidente da Quarta Comissão, Otávio de Abreu Portes Júnior. Já o vice-presidente Tiago Lenoir Moreira e os auditores Claúdio Cardoso da Silva Lemos, Leonardo Cesar Oliveira Palhares e Nathália Alvares Campos Fontão votaram pela perda dos 16 pontos.
De acordo com a decisão do TJD, o Villa perdeu 12 pontos por causa dos quatro jogos em que Pinguim atuou no Mineiro, de forma considerada irregular. Os duelos foram contra América, Guarani, Cruzeiro e Patrocinense. O Leão do Bonfim ainda perdeu quatro pontos conquistados em campo (um empate com o Guarani e uma vitória sobre o Patrocinense).
O clube de Nova Lima foi denunciado com base no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê “perda do número máximo de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da competição, independentemente do resultado da partida, prova ou equivalente, e multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais)."
Procurado após a decisão, o presidente do Villa Nova, Márcio Botelho, não quis atender as chamadas. Em seguida, ele desligou o telefone celular.
Procurado após a decisão, o presidente do Villa Nova, Márcio Botelho, não quis atender as chamadas.
A irregularidade de Pinguim
Pinguim foi expulso na 10ª rodada da primeira fase do Campeonato Mineiro Sub-20 de 2018, em partida contra o América de Teófilo Otoni. Na ocasião, a árbitra Josiene Dinelle Pereira (CBF) mostrou cartão vermelho ao jogador por reclamações no banco de reservas.
“Expulsei, após ser informada pelo assistente de nº1 - Sr. Ricardo Vieira Rodrigues, que o atleta manifestou de forma acintosa as marcações da arbitragem. O atleta proferiu os seguintes dizeres: 'Essa moça é muito ruim! Tem que apitar na favela, porque aqui não dá nada pra ela. Passou a mão sem dó. Se quiser pode me expulsar. O campeonato já acabou mesmo! E ano que vem estou no profissional do Villa Nova no Mineiro. Um joguinho só de punição, não dá nada para nós!'. Cumpro informar que não foi possível apresentar o cartão, pois o atleta já tinha se dirigido ao vestiário, mas comuniquei o fato a um integrante da comissão técnica, Sr. Alan France Leoncio, preparador de goleiros”, relatou Josiene na súmula da partida.
Ainda em 2018, a expulsão de Pinguim foi julgada pela Quarta Comissão Disciplinar do TJD. Dessa forma, o atacante foi condenado a cumprir quatro jogos de suspensão de acordo com o artigo 258 do CBJD, que prevê: "suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código".
Das quatro partidas de suspensão impostas pelo TJD no ano passado, o atacante cumpriu duas: na derrota do Villa Nova por 3 a 0 para o América, pela 11ª rodada da primeira fase do Campeonato Mineiro Sub-20 de 2018, e na derrota por 5 a 1 para o Tupynambás, já pela primeira rodada do Campeonato Mineiro profissional de 2019.
Entretanto, na derrota do clube novalimense por 3 a 0 para o América, pela segunda rodada do Mineiro, Pinguim entrou no lugar do volante Eurico, aos 12 minutos do segundo tempo, e descumpriu a ordem de suspensão dada pelo TJD. Na terceira rodada, contra o Guarani, o atacante voltou a atuar, quando entrou aos 18 da etapa final, no lugar de Cassiano. Ele ficou no banco de reservas diante do Tupi, pela terceira rodada, e voltou a ser acionado em campo nas partidas contra o Cruzeiro e o Patrocinense, pela rodadas 5 e 6.
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