Um assunto deve esquentar os bastidores de América e Cruzeiro nas próximas semanas. O Coelho acusa o rival de aliciamento de jogador nas categorias de base. O nome envolvido é do jovem Vítor Roque, de 14 anos. O atleta fazia parte do elenco alviverde e, desde o início de março, passou a treinar no sub-14 celeste.
Vítor jogou nos times de base do América desde os 10 anos. Ao completar 14 - idade mínima permitida para a assinatura de contrato -, ele não se reapresentou ao clube. Poucos dias depois, o diretor de futebol de base Paulo Bracks foi informado de que o atleta estava treinando no sub-14 do Cruzeiro.
O América acusa o Cruzeiro de aliciamento e, de acordo com Bracks, promete tomar providências. Em entrevista ao Superesportes, ele disse que a primeira delas é tentar, junto ao Movimento de Formação do Futebol de Base, boicotar o rival das competições na categoria.
"Minha postura é de acionar o movimento para que haja um boicote ao Cruzeiro nas próximas competições. A primeira competição é a Copa Nike, que o Cruzeiro disputa todos os anos. Vai ser a primeira providência a ser tomada caso eles não mudem de opinião. O fato é que o Cruzeiro roubou um jogador da base do América", disparou.
"Minha postura é de acionar o movimento para que haja um boicote ao Cruzeiro nas próximas competições. A primeira competição é a Copa Nike, que o Cruzeiro disputa todos os anos. Vai ser a primeira providência a ser tomada caso eles não mudem de opinião. O fato é que o Cruzeiro roubou um jogador da base do América", disparou.
A equipe celeste rebate. Em contato com a reportagem, Guilherme Cruz, superintendente de base do Cruzeiro, relatou que Vítor foi oferecido ao clube. Ele disse que o jogador estava com acordo firmado com o Palmeiras, mas preferiu permanecer em Belo Horizonte. O dirigente afirma ainda que a tentativa de boicote do América é um ‘momento de fraqueza’.
"O jogador saiu do América, estava para fechar com o Palmeiras e foi oferecido ao Cruzeiro e ao Internacional. Não procede essa informação de aliciamento. Essa postura é de quem perdeu o jogador por não ter estrutura para mantê-lo. O Salum me telefonou dizendo que o Paulo Bracks teve o conhecimento que ele foi oferecido ao Cruzeiro. Eu falei com o Paulo Bracks, fui eu que informei a ele", rebateu.
Vítor se destacou no ano passado. O garoto foi o artilheiro do Campeonato Mineiro sub-14, com oito gols marcados. O América perdeu a final para o Atlético e ficou com o vice-campeonato.
"O jogador saiu do América, estava para fechar com o Palmeiras e foi oferecido ao Cruzeiro e ao Internacional. Não procede essa informação de aliciamento. Essa postura é de quem perdeu o jogador por não ter estrutura para mantê-lo. O Salum me telefonou dizendo que o Paulo Bracks teve o conhecimento que ele foi oferecido ao Cruzeiro. Eu falei com o Paulo Bracks, fui eu que informei a ele", rebateu.
Vítor se destacou no ano passado. O garoto foi o artilheiro do Campeonato Mineiro sub-14, com oito gols marcados. O América perdeu a final para o Atlético e ficou com o vice-campeonato.
Veja as declarações das duas partes ao Superesportes
O QUE DIZ PAULO BRACKS, DIRETOR DE BASE DO AMÉRICA
O Vítor Roque é um atleta que está no América desde os 10 anos de idade. Aos 13, ele era destaque no clube, incorporamos ao sub-14 e ele disputou todas as competições no ano passado, inclusive torneios com o sub-15 na Toca da Raposa I. A data de ele se reapresentar era 4 de fevereiro. O jogador não apareceu, certamente assediado e mal orientado.
Ne véspera do aniversário dele (completou 14 anos em 28 de fevereiro), o América procurou o jogador, tentamos contato com o empresário, com o pai dele, que sempre frequentou o CT, estava em minha sala algumas vezes. O pai do Vítor tinha convívio semanal no CT, levava e buscava o jogador. No meu papel de dirigente, dei publicidade ao fato, porque era um jogador menor de idade que desapareceu. Comuniquei aos clubes para que nos avisassem, para que não acolhessem o atleta que tinha vínculo com o América.
Na semana passada, recebi a informação de que o atleta estava treinando no Cruzeiro. Entrei em contato com o Quintiliano Lemos (diretor geral de base do Cruzeiro), uma pessoa da minha confiança, acredito na palavra dele. Informei que se fosse verdade, o Cruzeiro teria que devolver o jogador. Ele me confirmou que o atleta estava lá e que não tinha muito o que fazer. O jogador tem vínculo e está registrado pelo América. A legislação só permite assinatura de contrato a partir dos 14 anos. Ele só pode assinar contrato de formação agora. O primeiro caminho que tenho é tentar que haja um bom senso do Cruzeiro, mas parece que não vai acontecer. A palavra do Cruzeiro é de que o atleta vai ficar lá. Neste episódio eu pouparia o Quintiliano, sei que ele não está por trás disso.
Tentativa de boicote ao Cruzeiro
Sou diretor do Movimento de Formação do Futebol de Base, são cerca de 40 a 50 clubes que têm o certificado. Acionei o movimento, que já atuou em casos semelhantes, como no caso do Mosquito, na briga entre Athletico Paranaense e Vasco, e no caso do Paulo Vítor, entre Vasco e Fluminense. O Movimento conseguiu boicotar Vasco e Athletico-PR das competições. O organizador acaba desconvidando o clube aliciador ao saber que os outros clubes não vão participar do mesmo torneio.
Minha postura é de acionar o movimento para que haja um boicote ao Cruzeiro nas próximas competições. A primeira competição é a Copa Nike, que o Cruzeiro disputa todos os anos. Vai ser a primeira providência a ser tomada caso eles não mudem de opinião. O fato é que o Cruzeiro roubou um jogador da base do América. Eles conhecem o jogador, que jogou na Toca na final do Sub-15 do ano passado. Eles sabem do vínculo. Esse movimento faz isso, protege os jogadores de 10 a 14 anos, que não têm contrato. O movimento trabalha com a ética, para proibir assédio.
Consta que a proposta para esse jogador seria de R$ 10 mil. Jogador de 14 anos não pode ter salário. Está havendo um assédio financeiro, prometendo mundos e fundos para um menino que está no processo de formação. Em meu nome, eu vou até as últimas consequências. Não vou aceitar de forma nenhuma o que está acontecendo. Isso acontecia quando não tinha ética entre os clubes. Hoje, os clubes são muito unidos na base. Os clubes se reúnem sempre, a CBF chancela esse movimento, a última reunião foi lá. Não vou medir esforços.
O QUE DIZ GUILHERME CRUZ, SUPERINTENDENTE DE BASE DO CRUZEIRO
O jogador foi oferecido para o Cruzeiro. As informações que tivemos é que ele não tinha mais interesse em jogar no América. O Internacional e o Palmeiras estavam interessados no jogador. Não é verdade essa questão de aliciamento. Se não existe vínculo, como o Cruzeiro aliciou o jogador? Infelizmente, ele (Paulo Bracks) está tentando utilizar a imprensa para deixar o Cruzeiro constrangido.
O jogador saiu do América, estava para fechar com o Palmeiras e foi oferecido ao Cruzeiro e ao Internacional. Não procede essa informação de aliciamento. Essa postura é de quem perdeu o jogador por não ter estrutura para mantê-lo. O Salum me telefonou dizendo que o Paulo Bracks teve o conhecimento que ele foi oferecido ao Cruzeiro. Eu falei com o Paulo Bracks, fui eu que informei a ele.
Boicote nas competições?
É um momento de fraqueza do América. É um momento de desespero do América com um atleta de tão pouca idade que não tinha interesse em jogar no América. Ele estava com passagem comprada para São Paulo e resolveu ficar no Cruzeiro. É a demonstração de fraqueza. Não houve aliciamento.